3 reflexões sobre o amor segundo Erich Fromm

3 reflexões sobre o amor segundo Erich Fromm

Última atualização: 23 setembro, 2016

Erich Fromm, através do seu livro “A arte de amar”, nos deixou uma grande fonte de inspiração para fazermos uma reflexão sobre o amor. Este autor foi capaz de considerar o amor como uma arte, como um sentimento que todos nós temos o potencial para gerar, mas que requer cuidados para ser mantido.

As reflexões de Erich Fromm sobre o amor são relativamente bem conhecidas e delas surgem perguntas importantes, como: “O que significa amar”? “Como podemos manter esse sentimento”? “O amor é algo passageiro”?

O estudo do amor que esse psicólogo e filósofo humanista fez se destaca pela sua grande maturidade. Ele entende o amor como uma arte que pode ser aprendida e que precisa ser cultivada e cuidada para não interromper o processo da aprendizagem amorosa.

“O primeiro passo é tornar-se consciente de que o amor é uma arte, assim como a vida é uma arte. Se queremos aprender a amar, devemos proceder da mesma forma como se fôssemos aprender qualquer outra arte, como a música, pintura, carpintaria ou a medicina e engenharia”.
-Erich Fromm-

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Utilizando a amor para fugir da solidão

Quando usamos o amor para fugir da solidão ou dos nossos problemas, estamos condenados a destruí-lo. Se usarmos esse sentimento como um refúgio para os problemas que não podemos suportar na nossa vida, estaremos fugindo de nós mesmos.

“O amor como a satisfação sexual mútua, como um trabalho em equipe e como um refúgio da solidão, são formas normais de desintegração do amor na sociedade ocidental contemporânea, da patologia do amor socialmente determinada”.
-Erich Fromm-

Esta forma de amar se transforma em algo patológico, uma vez que não promove o nosso desenvolvimento pessoal. Não escutamos a nós mesmos e esperamos que o outro se responsabilize pelo que não somos capazes de realizar.

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Dessa forma, surgem as projeções; vemos no outro aquilo que não suportamos em nós mesmos. É uma maneira infantil de não querer assumir a responsabilidade pela nossa própria vida e tudo o que isso implica. Quando convertemos o amor em uma ferramenta, um instrumento de fuga para não nos encontrarmos, perdemos a nossa capacidade de amar e a honestidade para nos relacionarmos.

A energia ativa do amor

O amor é uma energia excedente que temos a nossa disposição, depois que satisfazemos todas as nossas necessidades básicas. Erich Fromm acredita que esta energia não pode ficar estagnada. Não basta sentir, é preciso mobilizar e viver e isto só é possível cuidando e alimentando esse amor.

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Há certas dificuldades em um relacionamento que são inevitáveis e até mesmo necessárias, alguns obstáculos que causam emoções negativas com as quais temos que lidar. É preciso trabalhar essas emoções que experimentamos e entender que as rupturas surgem a partir de algo que não damos atenção. As emoções são a nossa linguagem mais íntima e pessoal, nos ajudam a nos relacionarmos de forma mais honesta.

“O amor é um desafio constante. Não é um lugar de descanso, mas de movimento, crescimento, trabalho em conjunto; que haja harmonia ou conflito, alegria ou tristeza, isto é secundário para o fato fundamental de que dois seres se experimentam desde a essência da sua existência, que estão comprometidos com o relacionamento e não estão juntos para fugir de si mesmos”.
-Erich Fromm-

Finalmente, desta reflexão percebemos a importância do fato de duas pessoas se relacionarem a partir da sua própria essência. Através de um conhecimento profundo entre ambos, o casal será capaz de construir uma base sólida sobre a qual o amor pode evoluir. Amar para fugir de si mesmo é um erro, já que dessa forma não é possível que haja um encontro saudável e recíproco.


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