7 emoções desconfortáveis que as crianças precisam saber administrar

7 emoções desconfortáveis que as crianças precisam saber administrar
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 29 dezembro, 2022

Não é possível manter-se à margem de emoções incômodas. Nem os adultos podem fazer isso, nem as crianças. Mesmo que quiséssemos colocá-los em uma bolha para que não sofram, isso seria totalmente contraproducente.

Contudo, muitos pais se empenham em evitar que os seus filhos experimentem essas emoções desconfortáveis. Mas isso não é bom a longo prazo. Em algum momento as crianças terão que enfrentar essas situações, a dor e a frustração. Resgatá-los só fará com que a sua vida adulta seja mais difícil.

Não se deve proteger as crianças das emoções incômodas, e sim ensiná-las a administrá-las adequadamente quando surgirem. As crianças precisam aprender a lidar com as emoções desconfortáveis de uma forma saudável.

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Como ajudar as crianças a lidar com as emoções desconfortáveis

Embora não seja uma tarefa fácil, ensinar as crianças a lidar com a dor, a ira ou a raiva, entre outras emoções, irá prepará-las para a vida. Estas emoções desconfortáveis serão cada vez mais intensas, de modo que aprender a enfrentá-las desde pequenos facilitará o seu processo de adaptação e amadurecimento.

Treinar as crianças para que saibam lidar com suas emoções é a melhor forma de prepará-los para enfrentar as responsabilidades e decepções da vida adulta.

Ensinar as crianças a lidar com o tédio

O tédio é algo que pode nos pegar de surpresa. Contudo, as crianças são muito propensas a se sentirem entediadas e demandarem atenção. Entretanto, o fato de uma criança estar entediada não quer dizer que um adulto deve resolver os seus problemas. Na verdade, é bom que as crianças se entediem de vez em quando.

O tédio estimula nas crianças a sua capacidade nata de serem criativas. Por isso é preciso estimular a criança a procurar a forma de usar o seu tempo e não lhe oferecer um entretenimento constante.

É preciso incentivar a criança a ser proativa frente ao seu tédio e a pensar de forma positiva no que fazer para solucioná-lo.

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Ensinar as crianças a lidar com a frustração

Querer ajudar a criança quando se sente frustrada é uma reação natural, mas as crianças precisam saber como lidar com essa frustração de forma eficaz. Nem sempre haverá alguém por perto para fazê-lo, de modo que elas precisam aprender e enfrentar uma situação frustrante.

Se uma criança está tendo dificuldade com um exercício das tarefas escolares, com a solução de um quebra-cabeças, a construção de um brinquedo, não se deve fazer o trabalho por ele. Com isso o resultado será uma criança que irá crescer frustrada.

Nestes casos, é preciso falar com a criança, ajudá-la a se tranquilizar e encorajá-la a procurar uma solução. Assim, ela aprenderá que para resolver uma situação frustrante é necessário primeiro se acalmar.

Se uma criança não tem oportunidades para resolver os seus problemas por si só, pode chegar a desenvolver um sentimento de impotência aprendida. Isto é, crescerá convencido de que precisa dos outros para resolver os seus problemas.

Ensinar as crianças a lidar com a tristeza

A tristeza é uma emoção que nos acompanhará ao longo da vida. É algo normal que surge como resultado de eventos e situações. As crianças precisam aprender a identificar a tristeza e a saber que é algo normal, algo que passa.

O seu filho deve aprender que na vida nem tudo é alegria e festa. Deixar que ele viva a sua tristeza com naturalidade o ajudará a se sentir melhor consigo mesmo e com seus sentimentos.

Ensinar as crianças a lidar com a ansiedade

Não é saudável para as crianças que vivam sob constante ansiedade. Contudo, é importante que reconheçam quando estão ansiosos e que tipo de situações desencadeiam esta emoção. Só assim poderão aprender a identificá-las e administrá-las.

Também precisam aprender a enfrentar os temores que essa ansiedade gera e descobrir que essa emoção não precisa impedi-los de alcançar o que desejam, seja vencer em seu jogo favorito ou tirar uma boa nota em uma prova.

Quando uma criança está ansiosa é importante ajudá-la a entender o que está acontecendo e ensiná-la a se tranquilizar. Às vezes é preciso deixar que exteriorizem a ansiedade para poder lhes mostrar o que acontece e ajudá-las a superar os seus medos. Reprimi-los não soluciona nada.

Ensinar as crianças a lidar com a decepção

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A decepção aparece com frequência nas crianças por muitos motivos, a maioria deles incontroláveis. Pode ser que o seu time favorito tenha perdido um jogo, que não encontre o seu doce preferido, que o seu amigo esteja em um grupo diferente ou que o seu pai ou mãe não chegue a tempo para brincar com ele antes de jantar.

Seja qual for o motivo, a decepção é uma emoção que experimentamos ao longo de toda a vida e que é preciso aprender a administrar. Caso contrário, viveríamos em uma constante sensação de fim do mundo.

Evitar que as crianças se sintam decepcionadas ou compensá-las constantemente fará que elas se tornem caprichosas e egocêntricas.

Ensinar as crianças a lidar com a ira

A ira não é uma emoção ruim. O ruim é o que decidimos fazer quando esta surge. As crianças precisam aprender formas saudáveis de lidar com a ira e os sentimentos de fúria, que a agressividade não é necessária nem saudável.

Quando uma criança está chateada é preciso ensiná-la como acalmar o seu corpo respirando profundamente e fazendo um momento de pausa. Contar até seis é uma fórmula que funciona com crianças e adultos e que permite tomar distância e controlar a situação.

Ensinar as crianças a lidar com a culpa

Não se deve permitir que uma criança sempre se livre da culpa com desculpas. As crianças precisam aprender a reconhecer que o seu comportamento afeta os outros e que uma desculpa não soluciona tudo. Não se trata de envergonhá-los, e sim de favorecer uma culpa saudável que pode provocar mudanças construtivas.

Se admitirmos a desculpa de uma criança sem ajudá-la a reconhecer a sua culpa e, portanto, a sua responsabilidade, a criança não aprenderá que as suas ações podem ferir os outros.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.