7 lições de Albert Ellis

7 lições de Albert Ellis

Última atualização: 14 janeiro, 2016

O dia em que conheci a vida e a obra de Albert Ellis simplesmente me apaixonei. Depois de muito tempo sem encontrar sentido na psicologia nem acreditar muito nela, aprendi que, fazendo uma boa terapia, como a TREC, a psicologia podia ser uma arma poderosa para solucionar a maior parte dos  problemas   psicológicos das pessoas.

Assim explica Ellis, quando ele mesmo se autoaplicou sua terapia para superar sua timidez e seu medo de conhecer e tornar-se íntimo de mulheres. E eu tenho que confessar que minha cabeça também deu um giro total quando comecei a autoaplicá-la em mim.

Para essa razão, e para que mais gente conheça o pai da terapia racional, quero mostrar, resumidamente, 7 das lições desse gênio.

1. O modelo A-B-C

A terapia racional postula que não é a situação nem a adversidade que está provocando diretamente o mal-estar emocional, e sim nós mesmos. Com nossas  crenças e pensamentos geramos  o sofrimento.

Nesse sentido, o modelo A-B-C ensina o paciente a colocar em ordem todos estes conceitos e a ver claramente a relação entre pensamentos e emoções.

O “A” seria a situação ativadora, a adversidade ou o problema. O “B” seriam nossos pensamentos e crenças e o “C” seriam as consequências desses pensamentos, ou seja, como estamos a nível emocional e como nos comportamos.

Se meus “B” são racionais, meus “C” serão saudáves e normais, mas se meus “B” são irracionais, meus “C” serão muito desagradáveis e negativos.

2. As crenças irracionais

São as “B” no modelo descrito anteriormente. Mas quando colocamo-lhes o sobrenome de “irracionais”, queremos dizer que não se sustentam em uma lógica nem são realistas, ou seja, são pensamentos que passam por nossa cabeça de forma automática, sem que exista um processo de raciocício que os questione e confronte a realidade.

Como consequência delas, as pessoas sofrem de maneira exagerada e não agem da melhor maneira. Ellis levantou 11 crenças irracionais básicas, embora possa existir uma infinidade delas. O problema dessas crenças é que, como seu nome indica, a pessoa acredita de pés juntos e não contempla outros pensamentos nem alternativas.

3. A aceitação incondicional de si mesmo

Ellis nos ensina que todos os seres humanos têm o mesmo valor, independentemente do que possuem ou de suas características externas.  O externo é mutável e, até mesmo, perecível.

O que temos hoje pode não estar aqui amanhã e nem por isso teremos perdido nosso valor como pessoa, que é intrínseco a nós desde o momento em que vimos a luz pela primeira vez.

Se interiorizarmos essa ideia, que é a realidade, nos sentiremos muito mais livres e amaremos a nós mesmos sem condições, sem se preocupar com aparência, sucesso, dinheiro… porque isso não determina nosso valor.

O mais importante é  nossa capacidade de amar a vida e os demais

amar-a-vida

4. A aceitação incondicional dos demais

Da mesma forma que a aceitação incondicional de si mesmo é importante para sermos felizes e estarmos à vontade com os demais, devemos praticar a aceitação dos demais, que trata de aceitar o outro tal e como ele for: seja bonito ou feio, branco ou negro, inteligente ou não, tenha dinheiro ou não tenha.

Todo mundo pode contribuir com coisas maravilhosas, independentemente de suas características externas, que como já disse, não são importantes.

Além disso, para nos libertarmos e não nos angustiarmos, é muito importante aceitar as pessoas de nosso círculo com seus defeitos e virtudes, e não tentar mudá-las nem nos prendermos em discussões infinitas com elas. Não conseguiremos mudá-las facilmente. A chave está em aceitar e em valorizar as  virtudes  que elas têm, porque todo mundo tem alguma.

5. A tolerância à frustração

Uma das chaves da saúde emocional é praticar a tolerância à frustração, ou seja, aceitar que o mundo não gira na direção que você quer e que as coisas nem sempre sairão como você gostaria.

Essa é uma realidade que muita gente se nega a aceitar por suas crenças irracionais sobre o mundo. Essas pessoas pensam em termos como “deveria”. “O mundo deveria ser como eu quero” e quando isso não se cumpre, ficam ansiosos ou deprimidos.

A tolerância trata de que aceitemos que as coisas, às vezes, serão favoráveis a nós e, às vezes, não; e que devemos tolerar tais incômodos.

6. O alarmismo

Surge quando a pessoa pensa que o que está acontecendo é algo terrível, muito dramático e que não pode suportar. Exagera em excesso o lado negativo de uma situação.

É uma ideia falsa que nos deixa ainda mais ansiosos, porque demonstrou-se que o ser humano tem a capacidade de suportar quase qualquer golpe psicológico, portanto, a crença irracional seria: “Isto que acontece comigo é muito incômodo e desagradável, mas é claro que posso suportá-lo”.

alarmismo

7. As imagens racionais-emotivas

Uma das técnicas que a TREC usa para desativar as crenças irracionais são as visualizações. Ajudam a praticar hábitos de pensamento racional e facilitar as emoções saudáveis.

O paciente deve imaginar uma situação que teme da maneira mais nítida possível, sentindo todas as emoções que derivam dela. Posteriormente, solicita-se que a pessoa mude seus sentimentos exagerados por sentimentos apropriados.

Por exemplo, mudar o pânico pelo desagrado, a depressão pela tristeza… Podemos prescrever a nós mesmos nossas próprias emoções, se nos esforçarmos para mudarmos nossa maneira de ver as coisas.


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