Quando alguém julgar o seu caminho, dê a ele os seus sapatos

Quando alguém julgar o seu caminho, dê a ele os seus sapatos

Última atualização: 04 setembro, 2015

“Quando alguém julgar o seu caminho, empreste a ele os seus sapatos.” Esta frase comum encerra em si mesma mais do que uma realidade e mais que um conceito. Poderíamos dizer que todos nós fomos, mais de uma vez, objeto de julgamento, o foco de alguma opinião mais ou menos correta que nos machucou ou incomodou.

Como podemos lidar com essas situações?

Primeiro temos que tomar ar e criar uma distância necessária. A coisa mais importante é entender a necessidade que as pessoas costumam ter de fazer julgamentos. É algo que sempre existiu e sempre existirá. A segunda fase será mais simples, aceitar que o que disseram não vai “despersonalizá-lo.” Essas palavras não são você e não o definem. Então, empreste a eles os seus sapatos para que possam caminhar sobre a verdadeira realidade.

Normalmente, estas pessoas têm baixa autoestima e cometem muitos equívocos. Quando uma pessoa não se aceita incondicionalmente, também não poderá aceitar os outros. É uma pessoa rígida, perfeccionista e julga de forma quase arbitrária.

Por que julgamos os outros?

Ninguém gosta de ser julgado. Os julgamentos estabelecem rótulos para definir e até mesmo condenar alguém. No entanto, uma coisa que também devemos deixar claro é: “Se você não quer ser julgado, evite julgar os outros.”

De acordo com o que os psicólogos nos explicam, todos nós temos uma tendência para classificar, ou colocar em categorias, muitas das pessoas ao nosso redor. Algumas são imaturas, outras são preguiçosas, outras são volúveis e irresponsáveis, outras são negativas e inseguras…

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E, embora seja possível aceitar em muitos destes julgamentos, já que vivemos ou interagimos diariamente com muitos eles, temos que estar conscientes de que isso é algo que não devemos fazer rapidamente. Poderíamos dizer que, antes de nos pronunciarmos, vale a pena “calçar os sapatos do outro” para saber como eles se sentem, como reagem, como sofrem, e como se relacionam com o mundo e conosco.

Vamos ver o que geralmente está por trás de uma pessoa que está acostumada a julgar.

1. Baixa autoestima

Quando uma pessoa tem baixa autoestima, ela julga  para poder se colocar em uma posição de controle, a partir do qual ela possa se defender e se proteger dos outros. Ela irá rotulá-lo como inseguro ou fracassado porque, na realidade, esta é a forma como ele ou ela se sente. No entanto, quando a pessoa lhe rotula desta forma, ela exerce controle sobre você ou sobre os demais, estabelecendo-se como o oposto.

Isto é, as pessoas com baixa autoestima projetam nos outros as suas próprias lacunas e incertezas. Longe de ver estas dimensões em si próprias, inconscientemente para elas é mais fácil projetar suas falhas internas sobre os outros e julgá-los. Isso resulta em uma catarse e lhes dá poder.

2. Falta de empatia

É óbvio. Quem julga sem conhecer, com a única intenção de fazer o mal,  não tem empatia. E, também, quem não vê certas dimensões nos outros não é capaz de ver e reconhecer suas próprias necessidades, as suas próprias lacunas, defeitos ou virtudes.

É mais fácil julgar os outros do que fazer uma leitura interna com humildade e, por sua vez, oferecer respeito aos outros.

3. Feridas emocionais

Quem foi ferido pode reagir de duas maneiras. A primeira maneira é obter uma compreensão emocional do que aconteceu, agir com resiliência e seguir em frente, sendo mais sábio na gestão de determinadas situações. Neste caso, seríamos, certamente, muito mais empáticos dos que os que julgam rapidamente, conhecendo e compreendendo melhor as situações sem “classificá-las”.

Por outro lado, teríamos essas outras personalidades que, depois de terem vivido uma situação mais ou menos dolorosa, não a processaram ou não gerenciaram bem. Elas, então, caem no rancor e no ressentimento, ambos daninhos e prejudiciais, que favorece nelas a necessidade de julgar os outros projetando sua própria amargura, suas dores e suas “sombras”.

Em vez de lidar com situações problemáticas de uma forma mais aberta, criativa e respeitosa, elas lidam a partir de um ponto derrotista, gerando, sem dúvida, um comportamento muito tóxico e prejudicial.

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Antes de julgar, devemos aceitar a nós mesmos, incondicionalmente, com nossas falhas e nossos talentos. Quando alguém trabalha o perfeccionismo e a autoaceitação, a autoestima sobe, possibilitando mudanças na maneira como a pessoa se relaciona consigo mesma e com os outros.

Cortesia da imagem: Catrin Welz Stein


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