A arte da sedução

A arte da sedução

Última atualização: 12 outubro, 2015

Os rituais de namoro e sedução estão presentes em toda a natureza. Algumas aves emitem belíssimos cantos e dançam graciosamente ao redor da fêmea escolhida. Feras embatem duelos de vida ou morte para determinar qual o macho vai ficar com a fêmea disputada. Outras espécies, como pavões, estendem sua plumagem para mostrar o esplendor de sua beleza.

O homem não escapa a esta lógica e até mesmo repete, à sua maneira, as estratégias de outras espécies. Fazer alarde das próprias habilidades, disputar a mulher escolhida com o outro (ou outros) ou “pavonear-se” por aí, também são formas de “atrair a fêmea” que lhes tira o sono.

Os rituais de sedução do homem moderno, é claro, são muito mais sofisticados. E eles mudam com a cultura, sendo constantemente transformados. Nos confins da história, simplesmente dava-se um golpe e raptava-se a mulher. Hoje, na cultura ocidental, a questão é muito mais elegante, porém, de uma forma ou outra, preserva-se a lógica básica da idade da pedra.

O macho alfa, um mito?

A maioria das abordagens biológicas sugerem que a prevalência de um macho alfa também está gravada no mundo humano. Ele não é exatamente o mais musculoso, nem o que disputa a mulher a dentadas. Não. O macho alfa em nossa cultura atual é o melhor equipado para sobreviver e prevalecer. É o mais autoconfiante em situações controladas. O que sabe como dizer a primeira e a última palavra.

Este tipo de homem representa o macho típico “ocidental”, 1 vários estudos mostram que ele é o preferido pelas mulheres, mesmo com o feminismo a bordo.

A razão é simples: nós somos biologicamente equipados com alertas secretos. O objetivo final do encontro sexual é perpetuar a espécie. Então, inconscientemente, as mulheres se sentem mais atraídas pelo “exemplar” que se mostra melhor dotado geneticamente para cumprir esse propósito.

As abordagens mais culturalistas fazem uma análise diferente. Dizem que a existência de um “macho alfa” é uma construção social. A prova disso seria que nem todas as culturas estão focadas neste imaginário. A antropóloga Margaret Mead estudou várias sociedades da Nova Guiné e descobriu que funções de gênero não funcionam como no Ocidente. Na Comunidade “Arapesh”, por exemplo, todos os membros têm comportamentos que poderiam ser classificados como “femininos”. E os homens são valorizados por sua delicadeza e dedicação ao lar.

Assim, poderia-se concluir que, a princípio, a questão da conquista é altamente influenciada pela cultura. Estratégias para conquistar o amor de uma mulher são válidas, dependendo da sociedade da qual estamos falando. Em alguns lugares pode ser eficaz exibir-se forte e invulnerável, enquanto em outras não.

As mulheres também jogam

Até poucas décadas atrás não se via as mulheres como uma parte ativa na conquista amorosa. Todos achavam que elas tinham que esperar até que um homem as escolhesse e fizesse um esforço para seduzi-las. Elas simplesmente deveriam mostram-se belas e cruzar os dedos para serem favorecidas e escolhidas pelos homens.

É possível que muitas mulheres tenham seguido estes preceitos durante séculos, mas também sabemos que algumas nunca se resignaram a um papel tão dócil. Josefina, a amante de Napoleão, por exemplo, sempre se mostrou ousada em suas conquistas amorosas e nunca teve medo das censuras da sociedade de seu tempo. A mesma coisa aconteceu com outras grandes mulheres da história como Manuela Sáenz e Carolina Otero, “La Bella Otero”.

Na verdade, muitos afirmam que, na realidade, é sempre a mulher que conquista o homem. Suas artes de sedução são diferentes, mas não menos eficazes. Não é necessário que se exibam como um pavão, mas serem sugestivas com seus olhares, seu sorriso, seu jeito de fazer e dizer. Nem, necessariamente, serem bonitas, mas sim bastante atraentes, confiantes, inteligentes e um pouco insolentes, sem cair na vulgaridade. A mulher tende a seduzir com armas discretas e não agressivas; pelo menos é o que dizem os especialistas na área.

Seja o homem ou a mulher quem se compromete com a conquista, a única coisa certa é que o sucesso neste campo só é obtido por quem tem um amor próprio genuíno. Isso é óbvio, dado que despertar o interesse do sexo oposto é impossível se não houver uma forte autovalorização que anteceda a isto. Em última análise, a verdadeira sedução não pode ser planejada e nem pode ser o resultado de um conjunto de práticas pré-definidas. Pelo contrário, é uma consequência da convicção de que nós podemos e nós devemos ser amados.

Imagem cortesia de Arturo Marín Segovia


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.