Bulimia em adolescentes

Bulimia em adolescentes

Última atualização: 10 julho, 2016

Se tudo fosse tão simples como enrolar-se num casulo e de repente acordar como uma pessoa adulta… Mas devemos passar pela adolescência,  uma etapa onde o nosso corpo experimenta muitas mudanças e a nossa mente também.

A pressão social, os problemas de autoestima e outros fatores podem desencadear a bulimia em adolescentes, geralmente a idade mais comum para a manifestação desse transtorno alimentar.

A bulimia é uma desordem alimentar caracterizada pelo consumo de grandes quantidades de comida em períodos curtos de tempo para em seguida eliminá-la por meio de vômito ou de laxantes. Ainda assim, são frequentes os períodos de jejum prolongado, exercícios físicos intensos ou saunas para perder líquido corporal. O medo de engordar é a causa desse comportamento, que vem acompanhando por sintomas depressivos, sentimentos de culpa e perda de controle. Nove em cada dez pessoas que sofrem de bulimia são mulheres.

Com o tempo essa doença mental pode trazer graves consequências físicas, como sangramentos estomacais, perda do esmalte dental, danos ao esôfago, tonturas, desmaios, queda de cabelo, lesões na boca, alterações na menstruação e danos no coração e nos rins. Estima-se em 5% o número de pessoas com bulimia que chegam à morte por causa da doença.

A nível psicológico os resultados também são bastante graves e vão desde a ansiedade, depressão e dificuldade para estabelecer relações, até o abuso de substâncias e tentativas de suícidio.

A importância de detectar a bulimia na adolescência é que quanto antes a doença for diagnosticada e tratada, maiores serão as chances de curá-la. Se não for diagnosticada, tende a se converter em um transtorno crônico: estima-se que 20% dos pacientes sigam lutando contra essa doença depois de 10 anos.

No entanto é importante ressaltar que uma pessoa, para ser diagnosticada como bulímica, deve ter desenvolvido esses hábitos por ao menos três meses, e é preciso estar atento a qualquer tipo de comportamento que indique a presença desse transtorno alimentar. Quem sofre de bulimia costuma conseguir esconder sua condição muito bem porque tem vergonha de suas práticas alimentares e, quando por fim são diagnosticadas, isso já faz parte do seu estilo de vida.

O tratamento para combater esse mal geralmente é complexo. Anteriormente o costume era hospitalizar o paciente até controlar seus hábitos alimentares e acabar com os padrões de compulsão alimentar e os purgantes, mas o problema não desaparecia por completo e os sintomas voltavam a aparecer depois de algum tempo.

Atualmente o tratamento inclui psicoterapia e terapia de grupo, muitas vezes acompanhados por antidepressivos como a fluoxetina.  O paciente percebe a realidade de forma diferente: tem uma imagem distorcida de seu corpo e não tem ideia de quais são porções de comida normais e saudáveis, de modo que o controle da ansiedade e a psicoterapia desempenham um papel importante.

Alguns estudos afirmam que quem sofre de bulimia tem uma superprodução de testosterona (o hormônio predominante no organismo masculino, mas que também está presente no feminino) e que o uso de pílulas anticoncepcionais (que contêm estrogênio) ajuda a aliviar os sintomas. No entanto, essa teoria o ainda se encontra sob discussão.

Infelizmente não podemos ignorar as mudanças pelas quais passamos durante a adolescência como faríamos na segurança de um casulo. No entanto, podemos ficar alertas aos sinais da bulimia, para crescer com uma mente sã e um corpo são.

Imagem cortesia de Evil Erin.


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