Cada vez irei sentir menos e recordar mais

Cada vez irei sentir menos e recordar mais

Última atualização: 05 agosto, 2016

Com o passar do tempo aquela dor que sentimos pela morte de uma pessoa querida, pela partida de alguém que amávamos, por uma desilusão com um amigo, se atenua, se dilui, e começamos a recordar os momentos felizes, os sorrisos, a sentir as carícias das imagens do passado.

Com o passar do tempo, dos dias, dos anos, nossos sentimentos se suavizam e fabricamos nossas lembranças.

“Recordar um bom momento é sentir-se feliz de novo.”
-Gabriela Mistral-

Onde nascem nossos sentimentos?

Os estudos realizados tendo como foco o cérebro demonstraram que as emoções humanas nascem no sistema límbico, um conjunto de estruturas que incluem o hipocampo e a amígdala, entre outras.

Desde o sistema límbico são controladas uma série de funções que incluem as emoções, a atenção, o prazer, a memória, os vícios, etc.

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Mas quando estamos apaixonados, os sentimentos se originam em diversas partes do cérebro, e por este motivo foi difícil que os cientistas encontrassem o lugar exato onde nascem os sentimentos relacionados ao amor.

Em uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Concordia, no Canadá, e das Universidades de Syracuse e Virgínia Ocidental (Estados Unidos), foram analisados estudos anteriores sobre a atividade cerebral associada ao amor e ao desejo sexual.

Chegou-se à conclusão de que o lugar onde se localiza o amor no cérebro está vinculado ao lugar onde se origina o desejo sexual, mas ambos estão separados.

Podemos gerenciar nossos sentimentos?

Às vezes pensamos nos sentimentos como algo obscuro que não podemos mudar porque não costumam nos ensinar a educação afetiva. É muito comum pensar que não podemos modificar o que sentimos.

Os sentimentos derivam das emoções que uma determinada situação ou pessoa nos causa, e as emoções podem ser geridas através da inteligência emocional.

O termo inteligência emocional foi popularizado por Daniel Goleman em seu livro “Inteligência Emocional”. A inteligência emocional é a capacidade de ser consciente das emoções e geri-las adequadamente para que não paralisem a relação com os demais ou com o mundo em geral.

“Se você aborda uma situação como assunto de vida ou morte, morrerá muitas vezes.”
-Adam Smith-

Daniel Goleman engloba as emoções básicas em seis categorias, que são as seguintes:

  • Felicidade: sensação de plenitude, alegria.
  • Tristeza: sensação de vazio,  decadência, desmotivação, que costuma ser causada por uma perda.
  • Raiva: é a percepção provocada por um obstáculo, uma ofensa ou um incômodo.
  • Surpresa: é a sensação diante de um sucesso inesperado que pode ser positivo ou negativo.
  • Medo: alteração do ânimo que causa angústia diante de um perigo, seja real ou imaginário.
  • Desgosto: incômodo por algo que nos causa aborrecimento ou nos desagrada.

Como controlar nossas emoções?

Um dos sistemas para controlar as emoções é o Método Sedona, que consiste em liberar emoções de forma rápida. Trata-se de fazer cinco perguntas a si mesmo.

1. Eu poderia aceitar o que sinto?

Pense no que o preocupa, no que sente, e deixe que as suas emoções e sentimentos fluam, permita-se sentir tudo que precisar.

2. Eu poderia soltar o que sinto?

Trata-se simplesmente de saber que é possível.

3. Eu o faria?

Ou seja, estou disposto a fazê-lo?

4. Quando?

É um simples convite para soltar o que você sente.

5. Repita os quatro passos anteriores até se libertar por completo de seus sentimentos

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Começar a recordar

Recordar é uma palavra que provém do latim “recordari”, formada por “re” novo e “cordari” coração. Portanto, recordar significa voltar a passar pelo coração.

Quando começamos a recordar uma pessoa que se foi, um parceiro que nos deixou, voltamos a passar por nossa mente e nosso coração tudo que vivemos, e tendemos a recordar os momentos felizes, as situações que nos fizeram sorrir.

Um grupo de cientistas de Birmingham e Cambridge publicou um estudo através do qual demonstrou-se que somente nós controlamos o que recordamos e o que esquecemos, e que o esquecimento não é algo passivo.

Para aprender a controlar as lembranças ruins podemos seguir três passos simples que nos permitirão continuar com nossas vidas e desfrutar nosso presente e nosso futuro:

Aceitar

Não podemos mudar o passado, mas podemos alterar o presente e o futuro. Por isso, é necessário deixar para trás os momentos do passado que nos fizeram mal e viver o presente libertando-nos de toda a culpa.

Aprender

Podemos aprender com todas as experiências da vida, sejam positivas ou negativas. Nossa existência é um aprendizado contínuo, por isso busque o que cada lembrança negativa pode te ensinar, e aprenda com isso para continuar com sua vida.

Perdoar

Perdoe os demais e a si mesmo. É uma forma de colocar um limite a uma lembrança negativa e seguir adiante desfrutando plenamente cada momento.

“Cada vez irei sentir menos e recordar mais, mas o que é a lembrança se não o idioma dos sentimentos, um dicionário de rostos e dias e perfumes que voltam como os verbos e os adjetivos no discurso.”
 -Julio Cortázar-


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