O que a ciência descobriu sobre o amor?

O que a ciência descobriu sobre o amor?

Última atualização: 28 julho, 2015

A maioria de nós aprende o significado de amor através de experiências pessoais, em família ou com outras pessoas, mas também vamos incorporando muitas ideias ou conceitos sobre o amor a partir de outras fontes. Por exemplo, estamos constantemente recebendo estereótipos sobre amor através de novelas, filmes ou músicas sobre o tema.

No geral, estas fontes de informação têm algumas coisas em comum: por um lado, falam de amor como terreno exclusivo de um indivíduo, dos seres mais próximos e dos amados; por outro, expandem a experiência no tempo como algo duradouro, eterno, que se vive “para sempre”. 

Agora, indo ao terreno científico, Bárbara Fredrickson (Professora de psicologia e diretora do laboratório de emoções positivas e psicofisiologia da Universidade de Carolina do Norte em Chapel Hill), explica que, segundo estudos de psicologia positiva, devemos ver o amor muito além da ótica do “romance”, como uma soma de micro-momentos de conexão com outras pessoas. 

A partir deste ponto de vista, o amor é um micro-momento que se desenvolve principalmente no cérebro, em que duas pessoas estabelecem uma conexão especial. Trata-se de um grupo de neurônios que, durante um instante, se reflete nos de outro cérebro próximo, produzindo no corpo substâncias que despertam sensações de bem-estar e o desejo de gerar bem-estar também em outra pessoa.

Observando o amor sob esta nova ótica, e de forma muito resumida, podemos fazer algumas afirmações sobre o amor verdadeiro e o que este gera em nós: 

Os micro-momentos de amor não são exclusivos para uma única pessoa

Temos a tendência de acreditar que o mais comum e verdadeiro é amar uma única pessoa, mas as pesquisas sugerem que estes instantes em que um cérebro se comunica com outro, ou com mais de um por vez, existem entre os seres humanos em geral e não estão restritos a vivê-los com um só indivíduo. Se acreditamos nesta capacidade, podemos viver o amor como uma qualidade geral que nos conecta com o resto da humanidade. 

Um casal compartilha milhares de micro-momentos durante a sua relação

Embora sejamos capazes de viver esta emoção com muitas outras pessoas, podemos decidir ter uma relação com alguém especial. Entre este alguém e nós mesmos, devem ocorrer milhares de micro-momentos que podem ser fomentados e revividos, o que dará constância e durabilidade à relação. 

O amor começa no olhar

O contato visual é fundamental para que a conexão neural necessária para o amor aconteça. Nas sociedades em que este contato ou forma de relação é evitada, há muito individualismo e frieza. Olhar nos olhos é indispensável para gerar relações amorosas e amistosas entre os indivíduos.   

O amor o fará viver mais

Há uma conexão fisiológica entre o coração e o cérebro, o chamado nervo vago, que se beneficia altamente das experiências dos micro-momentos do amor. Aqueles capazes de aumentar seus momentos de amor vivem mais e de forma mais saudável devido às substâncias químicas trocadas durante os mesmos.

Ser mais saudável o fará amar mais

De fato, as relações acontecem em ambas direções. As pessoas fisicamente saudáveis estão em melhores condições para estabelecer micro-momentos de amor com as pessoas ao seu redor. As pessoas são capazes de produzir um círculo virtuoso de saúde – amor – saúde que nos leva à capacidade de aproveitar a vida de forma mais plena. 

Muitas pessoas sustentam a crença generalizada de que nos conectamos com os demais e os amamos “sem motivo”, pois como expressa a frase de Blaise Pascal, “O coração tem razões que a razão desconhece“. Contudo, é muito interessante conhecer o que a ciência começa a desvendar sobre o amor. Com estas descobertas, conhecemos uma visão nada convencional que rompe com os pré-conceitos tradicionais, ideias românticas e limitadas do amor, este grande desconhecido. 

Mais informações sobre Barbara Fredrickson e seu livro Amor 2.0 em: http://www.positivityresonance.com (em inglês).

Imagem cortesia de Joshua Resnick. 


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