Ciúme doentio: quando o ciúme chega a um extremo perigoso

Ciúme doentio: quando o ciúme chega a um extremo perigoso

Última atualização: 26 novembro, 2016

“O ciúme doentio é a máxima expressão da própria insegurança.”

Todos nós sentimos ciúmes de vez em quando. De fato, essa é uma reação normal à sensação de que uma relação apreciada está sendo ameaçada. O ciúme saudável faz com que digamos o seguinte aos nossos familiares, parceiros e amigos: “Você é importante para mim e não quero que nada aconteça com a nossa relação”.

No entanto, da mesma forma como existem ciúmes saudáveis e normais, também existem ciúmes excessivos ou patológicos. Podemos chamar isso de “ciúme doentio”.

Como podemos saber se é um caso de ciúme doentio?

A maioria dos casos de ciúmes doentio são apresentados entre marido e mulher, ou entre casais. Esse ciúme se agarra à ideia delirante de que seu  parceiro  está sendo desleal, sem se importar se existem ou não provas para apoiar sua conclusão. A pessoa que sofre de ciúme doentio acha que é dono do seu parceiro e fica obcecado em vigiar, perseguir e tentar pegar seu parceiro no flagra, fazendo algo que não devia.

Esse ciúme pode acontecer tanto com homens quanto com mulheres, no entanto, é mais comum e mais perigoso no caso dos homens.

Ao contrário dos ciúmes normais, esse tipo de ciúme pode durar anos. Frequentemente, os ciumentos se concentram em acontecimentos insignificantes para acusar seu parceiro de infidelidade  e não estão dispostos a mudar seu ponto de vista quando surgem provas lógicas de que eles estão errados.

Nos casos mais crônicos, a pessoa ciumenta chega ao extremo de ser violenta com seu parceiro. Também é comum que o ciumento tente fazer algum mal a si mesmo. Isso geralmente acontece com pessoas com personalidades paranoicas ou é frequentemente acompanhado de outras psicoses ou transtornos, como por exemplo um transtorno obsessivo compulsivo.

Causas e tratamentos

Tom Valeo, no artigo When a Drug Leads to Suspicions of Infidelity (Quando uma droga o leva a suspeitas de infidelidade), menciona que viu casos de ciúmes doentio em vários pacientes que sofrem de mal de Parkinson. Mesmo que não seja muito frequente, o ciúmes doentio foi observado como um efeito colateral causado por medicamentos que os pacientes de mal de Parkinson tomam para estimular a produção de dopamina.

A cocaína, a metanfetamina ou outras drogas que produzem um aumento repentino de dopamina também podem produzir um efeito similar. Nestes casos, foi de muito sucesso tratar esse tipo de ciúme simplesmente diminuindo a dose do medicamento ou vencendo o vício.

Infelizmente, a maioria dos casos de ciúmes patológicos não é tão simples. Esse tipo se encontra dentro dos casos de esquizofrenia, neurose, transtorno bipolar e pacientes com danos no lóbulo frontal direito. Também é comum em pessoas alcoólatras e pessoas que sofrem de disfunção sexual.

Definitivamente, o ciúme floresce quando a pessoa se sente insegura, não se sente amada e tem um intenso desejo de estar em uma posição de controle.

Para obter ajuda é essencial entrar em contato com um psicólogo, um psiquiatra ou, inclusive, um sexólogo. Em alguns casos, uma terapia que inclua ambos os membros do casal pode oferecer grandes benefícios. Um profissional de saúde poderá fazer uma avaliação completa para determinar as causas e, assim, indicar o melhor tratamento.

Créditos da imagem: Mike Hoff.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.