Como a intuição influencia nossas vidas?

Como a intuição influencia nossas vidas?

Última atualização: 02 novembro, 2015

Nosso cérebro funciona gerenciando uma grande quantidade de informação inconsciente por trás das telas, sem que percebamos o que ele está fazendo. No entanto, a consciência superestima sua capacidade de controle e nós pensamos que podemos governar absolutamente tudo. Só às vezes conseguimos nos dar conta de que algo está acontecendo em nossa mente, de que algo não está indo bem ou de que uma pessoa não gosta de nós.

“Enterrada no mais profundo de cada um de nós, jaz uma consciência instintiva e sincera que nos oferece, se nós permitirmos, um guia mais seguro”.

– Príncipe Carlos –

Com respeito a isso, pesquisadores como Kanheman e Tversky diferenciaram duas vias com as quais a mente humana trabalha: uma rodovia analítica e premeditada e uma estrada secundária automática e intuitiva, que trabalha por atalhos mentais ou por associações aprendidas.

Por essa razão, podemos formar a imagem de uma pessoa em instantes, levando apenas 6 segundos. Podemos chamar isso de sexto sentido, mas o fato de avaliar qualquer coisa como boa ou ruim em menos de um quarto de segundo também pode nos trazer problemas, como veremos mais adiante.

No entanto, discriminar rapidamente quem pode ou não ser perigoso para nossa integridade física ou emocional, quem está chateado, triste, feliz ou com medo é um pilar importante para o nosso bem-estar e nossa sobrevivência.

Parece que existe fundamento para afirmar que, na atualidade, as mulheres têm uma capacidade maior para discriminar e ler rapidamente as emoções alheias, saber se alguém está fingindo, mentindo ou se um casal realmente se ama.

Gerenciar estes indícios torna-se uma ação automática, e conforme vamos ficando mais velhos, exploramos mais nossa destreza intuitiva. Assim, em assuntos amorosos, o poder da intuição recebe maior importância já que, embora não saibamos exatamente o que que nos leva a pensar que alguém nos ama ou não, nós não costumamos nos confundir. Portanto, parece que o coração tem razões para se guiar por este sexto sentido.

A intuição se transforma, pura e simplesmente, no reconhecimento das situações, dos tipos de pessoas ou das consequências que os nossos comportamentos e os dos outros podem trazer. Mas a intuição também pode se tornar perigosa, e é aqui que sentir em excesso e não pensar o suficiente pode ser perigoso.

Os perigos da intuição

Como aprendizado de vida, adquirimos uma destreza intuitiva que nos permite realizar juízos sem esforço e agir de forma rápida. Entretanto, nós podemos nos confundir e, de fato, fazemos isso com frequência.

Estes mesmos atalhos que nossa intuição nos proporciona podem levar a erros gravíssimos. Podemos ver um claro exemplo nas notícias que sobre policiais que agem de forma negligente, por julgar que um indivíduo é perigoso por ser africano, hispano ou árabe. Ou quando nos deixamos levar pelo que sentimos sem perceber que a pessoa que temos ao nosso lado está nos ferindo.

Por essa razão, devemos nos conter e tentar elaborar, mentalmente, situações hipotéticas nas quais nossos preconceitos possam agir equivocadamente. Ou seja, não devemos nos desesperar quando nos dermos conta de que estamos agindo por suposições ou sentimentos refletidos e sem grande fundamentação. Não há nenhum mistério; o importante é como agimos quando percebemos: é importante que os sentimentos não nos dominem e que os vigiemos e compensemos na hora de agir.

Por que tememos algo sem fundamento?

Não faltava razão ao presidente George Bush quando afirmou que os terroristas poderiam matar quase com qualquer arma. Depois dos ataques de 11 de setembro, muitas pessoas experimentaram uma intensa ansiedade ao voar em aviões. Embora a probabilidade de sofrer um acidente de ônibus seja 37 vezes maior que a probabilidade de morrer em um acidente de avião, sem nem falar sobre um ataque terrorista, as pessoas começaram a andar de carro.

Como consequência disso, houve um grande aumento das vítimas mortais em acidentes automobilísticos, que triplicou a taxa de mortalidade normal. Assim, por nos guiarmos por estes medos intuitivos, os terroristas do 11 de setembro continuam e continuarão matando desde suas tumbas.

São muitas as razões pelas quais experimentamos um temor maior diante de fenômenos de morte dramática (como um acidente de avião) do que diante de fenômenos que tiram a vida de milhões de pessoas por ano de forma silenciosa, como o tabagismo. Este é um dos maiores perigos de sermos jogadores emocionais, já que isso consegue nos cegar e não nos permite tomar decisões com coerência. Se nos prepararmos para isto, poderemos enfrentar a maior arma dos terroristas: o medo exagerado.

É indispensável dar à nossa intuição o lugar ao qual ela corresponde: devemos tê-la em conta na mesma medida em que devemos confrontá-la com a realidade. Ser um jogador emocional envolve seus riscos, mas não podemos nos esquecer de que o pensamento crítico e a postura mais inteligente começam a dar seus frutos quando escutamos este eu interior, que nos grita em silêncio coisas como: não deixe que esta pessoa se aproxime de você, não tenha medo de mudar de vida, guie-se por seus anseios e faça algo pelo que você deseja…

Créditos da imagem: Stocksnapper


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