Cuidando da pessoa que cuida

Cuidando da pessoa que cuida

Última atualização: 17 agosto, 2015

Um pai, um cônjuge, ou mesmo nossos filhos. A vida nem sempre é fácil e pode ser que, em alguma ocasião, você se veja na obrigação de cuidar de uma pessoa mais velha ou de outro parente que, por sofrer de alguma doença, tornou-se dependente. Algo dessa magnitude requer muita força, ânimo, dedicação e carinho pela pessoa doente.

É um trabalho que não conhece horários e que requer todos os nossos sentidos. Na maioria das vezes, o desgaste não é apenas físico, de forma alguma… O sofrimento emocional pode se tornar um companheiro diário e doloroso que deve ser enfrentado a cada manhã em que nos levantamos. Você dedica toda sua energia em cuidar dessa pessoa, mas quem cuida de você?

Sinais de advertência

Quando alguém se torna um cuidador, algumas vezes perde a própria visão de si.  Como vou me cuidar se quem está comigo precisa muito mais do que eu? Temos que pensar que somos a principal ferramenta da engrenagem que move tudo: a casa, a família… e a pessoa dependente. Dispor de um tempo próprio para um descanso? Impossível!  Este nível de responsabilidade e obrigação nos causa uma série de indícios que podem demonstrar claramente que não estamos bem. Vejamos:

– Problemas de sono.
– Perda de energia, fadiga crônica.
– Isolamento social.
– Recorrer demais a comprimidos, calmantes, analgésicos.
– Palpitações,  ataques de ansiedade.
– Pequenas perdas de memória.
– Mudanças no apetite: mais vontade ou menor interesse.
Mudanças de humor: chateação repentina, vontade de chorar.
– Dificuldade em ver que não estamos bem, deixar de lado nosso cansaço ou nossas dores, tirando sua importância, por conta do doente de quem cuidamos.

Como saber se estou me cuidando?

Sabemos que você é essencial para essa pessoa de quem você está cuidando. Que você também faz falta em seu lar, que muitos dependem de você… Mas, e você? Como você se encontra? Quem cuida de você? Você escuta os outros quando eles dizem que você não parece bem e que deveria descansar um pouco? É importante que você não somente os escute, mas que também escute a si mesmo, ao seu corpo, às suas emoções.

É preciso prestar atenção aos seguintes aspectos:

1. Você dorme o suficiente?

Precisamos de um sono reparador para recuperar as energias, para evitar acidentes, para estarmos menos irritáveis. A falta de sono pode se tornar uma doença crônica, devemos nos lembrar disso. A tensão emocional pode aumentar e, no fim das contas, podemos acabar falhando com a pessoa que cuidamos.

2. Está mantendo suas relações sociais? Continua conservando seus hobbies e interesses?

Às vezes, nossas obrigações com a pessoa dependente nos afastam de nosso círculo social e, inclusive, de nossos familiares. Nós devemos refletir sobre esta dimensão, já que ela pode nos ocasionar muitos problemas físicos e psicológicos. Evite se distanciar daqueles que estão ao seu redor, continue mantendo seus hábitos de antes, na medida do possível. Talvez sair para tomar um café com seus amigos? Sair uma noite por semana? Tirar um dia livre? Não perca seus passatempos e seus interesses, suas paixões… aquilo que o define e o apaixona pelo mundo. Escolha aquelas que sejam mais viáveis para continuar cumprindo com a situação em que você se encontra agora; com certeza algum dos aspectos podem ser mantidos.

3. Você consegue encontrar momentos para seu próprio descanso?

Sabemos que suas obrigações requerem seu esforço quase 24 horas por dia, mas ninguém é capaz de manter uma dedicação contínua. É fundamental que você estabeleça momentos de descanso, sem que, por isso, seja necessário ir para a sua casa ou deixar a pessoa sozinha. Certamente há alguma forma, alguma opção simples para relaxar, respirar e ser você mesmo por um instante. Mesmo que só um pequeno instante. Vale a pena tentar e estabelecer algo diariamente.

Você é imprescindível para essa pessoa de quem você gosta, essa pessoa frágil e dependente. Mas você também precisa de cuidados, amor e dedicação.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.