Desenvolvendo conexões emocionais a partir da sensibilidade

Desenvolvendo conexões emocionais a partir da sensibilidade

Última atualização: 18 março, 2015

A conexão emocional é uma realidade. Estabelecer conexões emocionais com outra pessoa nos permite acompanhá-la na solidão e na dor, e em momentos de doença, pode até ser benéfica a ponto de se transformar em terapia.

Ninguém sabe qual é a profundidade por onde se movem nossos pensamentos.  As pessoas inteligentes costumam perceber o lado mais racional das coisas e dos pensamentos, mas as pessoas com maior sensibilidade, não só percebem o lado racional, mas também podem desenvolver conexões emocionais com maior facilidade.

Um caso real onde a sensibilidade foi a chave do tratamento

Um profissional de psicologia tinha um paciente jovem, de 13 anos de idade, que não pronunciava palavra alguma já fazia 15 meses.  Quando criança, seu pai havia falecido repentinamente após padecer por um longo período de uma doença, e sua mãe havia falecido de um acidente fazia apenas dois anos.  Seus avós paternos decidiram não manter contato com ele por desejo próprio.  E seu único avô materno não quis acolhê-lo em sua casa.

Nas consultas com o psicólogo, as horas transcorriam observando as paredes, sem emitir som algum.  Inquieto, nervoso e preocupado, repetia esse comportamento sessão após sessão.  Sua dor e sua angustia eram tão imensos, que não conseguia articular nenhuma palavra e era incapaz de expressar qualquer emoção por mais insignificante que fosse.

O profissional que o atendia decidiu apostar na sua cura de forma peculiar, aproximando-se ao seu lado em silêncio, e acompanhando a sua dor.  A cada final de sessão, o psicólogo lhe dizia:  “se você sentir vontade e quiser, volte na próxima semana.  Sei que está doendo”.  A resposta do jovem sempre era a mesma. NADA.

Foram passando os meses e o psicólogo começou a jogar xadrez com ele.  As sessões foram transcorrendo, enquanto o nervosismo e a ansiedade iam diminuindo, até que um dia o terapeuta demorou para executar o seu movimento, e o jovem o encarou dizendo:  “é a sua vez”.

A partir dessa semana, começou a falar progressivamente, e logo se inscreveu numa equipe de basquete, se relacionou com seus amigos do instituto.  Resumindo, saiu do seu isolamento para viver a sua vida.

Este profissional talvez nunca saiba onde reside o mistério do processo de cura, mas aprendeu a se conectar emocionalmente com o jovem a partir da sua sensibilidade.  Entendeu que o tempo torna possível questões que parecem terrivelmente insuperáveis.  Aprendeu a ser sensível mais além das palavras, a estar presente com apenas um olhar, uma carícia, um sorriso, um gesto caloroso.

Ou seja:  aprendeu a escutar o seu coração.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.