Distimia, quando a melancolia toma conta da sua vida

Distimia, quando a melancolia toma conta da sua vida

Última atualização: 08 março, 2015

A distimia é uma forma leve de depressão. Poderíamos situar o transtorno distímico em um extremo do espectro da depressão, enquanto o transtorno depressivo mais grave se encontraria no outro extremo.

O termo distimia provém do grego “humor perturbado”. As pessoas que sofrem de distimia podem seguir suas vidas durante anos sem serem tratadas de nenhuma maneira. A primeira vista, podem parecer pessoas bastante abatidas. Contudo, se trata de um verdadeiro transtorno afetivo, e as pessoas que sofrem com ele podem responder muito bem ao tratamento.

Quem está afetado?

O transtorno distímico afeta aproximadamente 1,5% da população e, a exemplo de outras doenças de tipo emocional, as mulheres acabam sendo mais afetadas que os homens.

É muito importante não confundir um período de tristeza concreto com distimia, já que qualquer pessoa pode se sentir triste durante alguma etapa da vida por diferentes razões, e isso é normal. Contudo, para que um estado de melancolia seja considerado como transtorno distímico, é necessário que esteja presente todos os dias, no mínimo por dois anos.

Como se manifesta?

Os sinais mais notórios experimentados por pacientes distímicos são a tristeza e a melancolia. Em geral, acham muito difícil encontrar felicidade e satisfação com as atividades da vida cotidiana. Frequentemente têm baixa autoestima e dificuldade em tomar decisões.

A fadiga e o baixo consumo de energia também acompanham este transtorno. Os padrões de sono e alimentação são afetados de forma recorrente. Em relação ao descanso, as pessoas com distimia podem padecer de insônia ou dormir mais que o normal. Em relação à comida, podem apresentar episódios de compulsão alimentar ou, ao contrário, total inapetência.

Outra dificuldade frequente tem a ver com a capacidade de memorização e concentração, a qual pode ser seriamente afetada. Também é comum que as pessoas com distimia comecem progressivamente a se isolar, o que pode se transformar em incapacidade social e até fobia de estar acompanhado de outras pessoas.

Qual é a sua origem?

Os pesquisadores ainda não sabem a causa exata do transtorno distímico. Apesar de poder ser um componente genético, a crença atual inclina-se mais para isolamento social, fracassos pessoais e situações de estresse vivenciadas.

A característica peculiar da distimia consiste em que mais de três quartos dos pacientes sofrem de algum outro problema crônico, como uma doença física, um problema de abuso de substâncias ou outro tipo de transtorno psiquiátrico. Os médicos e terapeutas frequentemente têm dificuldades para determinar exatamente o que veio primeiro, se foi a distimia ou outra doença, já que geralmente é difícil diferenciá-las no início.

Em que consiste o tratamento da distimia?

As opções para tratar o transtorno distímico em seu estágio inicial envolvem um profundo trabalho com o paciente para determinar as causas subjacentes. Algumas das modalidades que se demonstraram eficazes incluem a psicoterapia e a terapia cognitivo-comportamental.

Além disso, existem opções farmacêuticas para o transtorno distímico, que incluem medicamentos que podem oferecer uma importante ajuda aos pacientes com distimia.

Em qualquer caso, conversar com o paciente sobre seus problemas é muito benéfico, e ajuda a dissipar qualquer mito que possa estar se instalando, como os sentimentos de inutilidade. O tratamento também é orientado para que a pessoa possa aprender a administrar suas emoções de forma adequada.

Além da terapia individual, a terapia em grupo também ajuda o paciente a readquirir a confiança perdida e a aprimorar suas habilidades de interação social.

Quais são as diferenças entre distimia e depressão?

Uma pessoa com distimia pode levar uma vida bastante normal, apesar da tristeza que sente. Uma pessoa com depressão, ao contrário, não consegue. A principal diferença está no nível de incapacidade que a pessoa sente.

– Na distimia não existe falta de interesse ou de capacidade de experimentar prazer.

– Não se manifesta agitação, nem lentidão motora.

– Não ocorrem pensamentos de suicídio típicos dos quadros depressivos.

– Não há presença de ideias recorrentes em torno da morte.

Obviamente, um diagnóstico certeiro somente pode ser feito por um psicólogo ou psiquiatra devidamente qualificado. Por isso, se você acha que pode estar sofrendo de distimia ou conhece alguém nesta situação, o mais recomendado é buscar ajuda profissional o antes possível, pois a distimia não tratada pode levar à depressão, transtorno que pode apresentar consequências mais graves.

Imagem cortesia de Gabriele Negri


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