Ela quer conversar, ele quer escapar

Ela quer conversar, ele quer escapar

Última atualização: 28 julho, 2016

A falta de comunicação é um dos principais problemas entre os casais. Isso não é uma novidade. Mas neste caso nos referimos a uma situação que pode ser familiar para você: quando a mulher quer conversar, mas o homem quer escapar.

Isso é um problema de gêneros? Por que sempre acontece a mesma coisa? Quem nos deu este papel de conversar ou de escapar? É claro que os homens e as mulheres são diferentes, mas também têm muitas coisas em comum. Isso é precisamente o que deveríamos fortalecer ao vivermos juntos como um casal.

Mulher que fala, homem que cala

O que observamos ao analisar vários casais é que as mulheres gostam mais de comunicação verbal que os homens. Quando elas identificam um problema no casal, entendem que ele dificilmente será resolvido se não conversarem sobre isso. Os homens parecem ser mais inclinados a agir ou a ter paciência e esperar que o problema vá embora sozinho.

O que está certo e o que está errado? Nem uma coisa nem outra. São duas maneiras diferentes de ser e devemos compreendê-las. É mais difícil para os homens dizer o que sentem, compartilhar seus problemas e até mesmo informar sobre boas notícias. Muitos pensam que começar a conversar será sinônimo de se colocar em risco. É um campo no qual se sentem pouco hábeis em geral e têm medo de pisar na bola.

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As mulheres, por outro lado, se sentem seguras participando de uma conversa que fale de sentimentos. Elas sentem que este é o ponto de partida para quase tudo; usam as palavras para relatar, mas também para exigir ou expressar as suas emoções.

Conversar para desabafar, ficar longe para pensar

Vejamos um exemplo simples: um casal formado por Inês e Jorge. Ambos trabalham fora de casa e as coisas não vão bem para nenhum dos dois em termos de trabalho. Os dois devem atravessar o trânsito enorme do centro da cidade, discutir com o chefe, pensar no dinheiro que chega cada vez menos…

Quando voltam para casa, Jorge se sentará no sofá para se distrair com uma partida de futebol, mas Inês irá querer falar sobre o que aconteceu. Um opta pela gestão interna dos seus problemas, enquanto a outra por uma gestão compartilhada dos mesmos.

Como disse John Gray no seu livro “Homens São de Marte, Mulheres São de Vênus”, a grande diferença entre os sexos é que quando eles têm um problema, eles ficam introvertidos e concentrados em outras tarefas. Poderíamos dizer que eles se escondem na sua própria caverna e se isolam do exterior. É muito difícil para eles pedir um conselho ou delegar tarefas para os outros.

Elas se mostram emotivas e, para os homens, isso pode ser esmagador. A forma como aliviam seus temores e seus “nós na garganta” é falando, se esvaziando por dentro, mesmo que nem sempre seja com o objetivo de buscar ou escutar soluções e opiniões.

Então, cada um irá enfrentar o problema de forma diferente. Talvez seja porque os homens acham que devem manter a sua honra e força e as mulheres têm a permissão de “chorar” ou mostrar seus sentimentos.

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Ela e ele deverão se compreender

Independentemente das diferenças biológicas, sociais ou evolutivas, o certo é que não podemos ficar de braços cruzados sempre que temos que solucionar uma situação ou conversar sobre um assunto em específico.

Vamos começar com uma lição para as mulheres. É preciso compreender por que motivo o parceiro se esconde nessa caverna e se sente seguro nela (até o ponto de não querer sair). Este lugar íntimo e inflexível onde ninguém pode entrar permite que ele reflita e tome decisões quando a tempestade tiver ficado para trás.

Se você parar na porta e quiser entrar nesse território, mesmo pedindo permissão, será muito difícil ser bem-vinda. É melhor esperar que ele decida sair. A boa notícia é que quando essa hora chegar, os dois estarão mais calmos e poderão encontrar uma solução mais eficaz.

Agora um aprendizado para os homens. Quando a parceira começar a perguntar sobre o que está acontecendo e tentar fazer com que você fique com ela em vez de se refugiar, tente entender a situação. Elas precisam se expressar com palavras, gestos e inclusive lágrimas e risos para demonstrarem o que está acontecendo na vida delas. Elas também precisam se sentir apoiadas pelo homem que escolheram para sua vida, e querem que ele as escute.

Como conseguimos o equilíbrio entre as duas atitudes? Aqui está o X da questão. E se ele se esconder na caverna da contemplação enquanto está no ônibus voltando para casa enquanto ela fala com uma amiga para desabafar sobre todos esses detalhes do que aconteceu? Assim, por exemplo, a tendência será que os dois estejam muito mais relaxados quando chegarem em casa.

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Essa seria uma boa forma de chegar a um ponto intermediário entre o que cada um costuma fazer diante de uma situação conflituosa. Não podemos obrigar o outro a falar, muito menos a se calar, mas se demonstrarmos que estamos fazendo um esforço para evitar que a distância entre os dois aumente, talvez seja possível encontrar um ponto de encontro.

Acima de tudo, teremos a possibilidade de evitar as brigas que tanto nos machucam e prejudicam o relacionamento. Colocar-se no lugar do outro e compreendê-lo é o primeiro passo para evitar conflitos e aproveitar a vida juntos.


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