Fechado para férias mentais

Fechado para férias mentais

Última atualização: 20 junho, 2016

Muitas pessoas esperam ansiosamente por alguns dias livres na agenda para que enfim possam relaxar e se livrar do estresse acumulado. Ao mesmo tempo, deixam certos assuntos pendentes para esses dias de férias com o propósito de resolvê-los “com total tranquilidade”, também adiam decisões sobre seus futuros para esses dias mágicos ou simplesmente expressam seus desejos de fazer o que gostam nessas jornadas.

Não percebemos que as verdadeiras férias não se resumem a ter dias sem nada para fazer ou a mudar a rotina. As verdadeiras férias são as mentais, o resto são dias não laborais permeados com outro tipo de “estresse”. Além disso, como se não fosse pouco, algumas pessoas nem sequer planejam um descanso e o enxergam como uma forma de “estresse com mais calma”.

A verdadeira maneira de descansar não pode acontecer somente em dias de férias, mas também é possível e recomendável que a tenhamos no nosso dia a dia. Dessa maneira, evitamos acumular um grande cansaço, principalmente se entendemos bem como funciona a nossa mente. O estresse nos deixa “em alerta” para questões irrelevantes, sem muita solução e que só nos fazem refletir sem parar.

Por esse motivo, vamos dar algumas orientações para que você consiga essas tão sonhadas férias mentais e para que não acabe transformando seu tempo livre em umas férias com ansiedade. Da mesma forma, tentaremos integrar essa forma de descanso à nossa rotina habitual.

Férias mentais: o que são e como conseguir?

Você não tem que pedir dias livres ao seu chefe, nem permissão aos seus pais, nem a opinião das suas amigas ou do seu companheiro. As férias mentais surgem por sua própria vontade em qualquer momento ou lugar. O mais importante é estabelecer hábitos cognitivos e comportamentais: os cognitivos nos ajudam de modo que nossa mente regule a frequência e o mal-estar com que vivemos alguns pensamentos, e os comportamentais fazem com que o que foi dito antes seja muito mais fácil.

Portanto, vamos listar várias estratégias para que você possa garantir um maior controle dos seus pensamentos. Tenha em mente que isso não apenas é possível de se conseguir, mas é possível melhorar nossa convivência com eles.

Medite em algum momento do dia

Meditar não é apenas uma técnica milenar para alcançar a calma. Diferentes estudos têm demonstrado a sua eficácia como uma ferramenta valiosa que facilita a ação terapêutica contra a ansiedade. Portanto, seu efeito vai além de um mero placebo e meditar realmente gera uma descarga mental através da calma física direcionada.

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O objetivo da meditação não é deixar a mente em branco, mas transformar-nos em observadores em plena consciência da nossa respiração, nossos pensamentos e nossas emoções. Treinar essa prática e realizá-la pelo menos uma vez por dia irá reduzir significativamente o nosso mal-estar.

Anote os pensamentos que não têm solução

Dizem que a receita para ser feliz é tomar decisões. Elas conduzem nosso presente e encaminham de forma discreta nosso futuro. Por outro lado, fugir delas ou deixar que outras pessoas tomem suas decisões não costuma ser a melhor opção. Entretanto, como tudo, as decisões têm um tempo e um lugar.

É evidente que você não pode mudar sua mente a cada vez que chega no trabalho, em casa ou na sua caminhada diária. O nosso maravilhoso processador nos acompanha onde quer que vamos. Contudo, podemos sim educar a mente para que ela saiba adiar as deliberações que podem apenas atrapalhar o nosso desempenho naquele determinado momento.

Da mesma maneira que existe uma atenção para observarmos certos objetos, sons ou sabores, também existe uma atenção mental que pode ser direcionada a um ou outro lugar. Assumir o controle dessa atenção não é fácil: ninguém nos ensinou e geralmente somos tão desatentos que não temos sido capazes de experimentar os benefícios desta prática.

Também não temos o costume de classificar nossas decisões. Há algumas que já foram tomadas, mas nas quais ficamos dando voltas, outras sobre as quais simplesmente nunca existiu tal dilema (são baseadas em uma mera hipótese), outras necessitam da ajuda de um especialista e finalmente outras que, sejam fáceis ou difíceis, temos que tomar. Dependendo do tipo de decisão, nossa forma mental de atuação deve ser diferente.

Por exemplo, se você não tem condições econômicas para se mudar para outro lugar, não fique deliberando sobre essa opção até que obtenha os meios necessários para realizar esse desejo. Diminua o tempo dedicado a pensar, faça-o quando a decisão for realmente viável. Anote esses elementos para começar a perceber o controle que é possível ter sobre eles, antes que eles tomem o controle da sua mente pela incerteza envolvida.

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Por outro lado, se você tem certeza de alguma coisa, não a analise por mil perspectivas diferentes: tudo tem os seus prós e contras, faça uma lista deles e se o positivo pesar mais na balança, decida o mais rápido possível. Não é preciso ser impulsivo(a), mas é necessário não adiar uma decisão por muito tempo.

Comece a andar

Caminhar é uma atividade enérgica e anárquica, seus pensamentos fluem e parece que o fazem no mesmo ritmo da sua mente. É como se correr produzisse um compasso mental, um ritmo através dos seus movimentos que sua mente acha bastante agradável. O movimento também pode ir acompanhado de uma boa conversa com algum amigo(a), ou de pintar, ou de gerar uma forma de expressão individual, como os artesanatos.

Lembre-se da relação que existe entre o corpo e a mente. Faça bom uso dos dois, não pense no seu corpo apenas quando sentir dor. Não se esqueça de que ele é uma grande ferramenta que está em comunicação direta com a mente.

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Estabeleça o controle de estímulos

É como se você passasse o dia inteiro em ruas lotadas de pessoas, como em um sábado de carnaval. Você não caminha à vontade, vai olhando para todos os lados e para todos e você acaba recebendo uma grande quantidade de mensagens que o deixam saturado. O mais provável é que sua mente fique nessa rua durante dias e dias. Além disso, também é muito provável que quando ela tenta escapar você acabe retendo-a porque tem a sensação de que está perdendo tempo longe dali.

Seja por obrigação ou porque é socialmente aceito, sua mente vai de um lado para o outro perseguida por esse ruído que não há como silenciar. Pare e pule, deite-se e feche os olhos. Acostume-se a fugir de vez em quando: escolha os momentos e não deixe que as necessidades joguem você de maneira desordenada para onde quiser.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.