Manter as suas capacidades com o passar do tempo

Manter as suas capacidades com o passar do tempo

Última atualização: 24 março, 2015

Comecemos imaginando que o cérebro é um músculo. Um músculo maravilhoso e cheio de potencial que precisa ser exercitado. Quanto mais ele for usado para diferentes atividades, mais resistente e em melhor forma se manterá frente à passagem do tempo. A analogia é simples.

Nosso cérebro é um órgão multidisciplinar e tremendamente plástico que capta todo tipo de estímulo e processa todo tipo de informação… esta atividade contínua permite que ele se mantenha ativo e forte, avançando com o passar dos anos até chegar a um estado adequado para enfrentar certas doenças, desenvolvendo o que conhecemos como “reserva cognitiva“. Você gostaria de mantê-la em um nível ótimo para a sua saúde física e mental? Me acompanhe.

Reserva cognitiva, protetora do nosso cérebro

A reserva cognitiva é a capacidade que os seres humanos têm para enfrentar a deterioração que podemos sofrer com determinadas doenças e a velhice, e também para demonstrar nossa agilidade mental e habilidade em processos cognitivos tais como a resolução de problemas, a memória, a inovação, o raciocínio, a imaginação… etc.

Existem casos clínicos em que, somente após o falecimento de uma pessoa e da autopsia, descobre-se que ela sofria de uma determinada doença cerebral, uma condição grave que estranhamente jamais se cogitou em vida.

Isto nos mostra a plasticidade e a capacidade do cérebro de encontrar novos caminhos para suprir um déficit. Vejamos como exemplo pessoas que, diagnosticadas com Alzheimer, demoram muito mais em evidenciar a doença graças a sua “reserva cognitiva”, a essas estruturas que se desenvolveram mais do que o normal para capacitá-las e torná-las fortes frente ao desgaste neuronal progressivo e ao terrível esquecimento…

Dispor de uma boa carga experimental, ter tido uma vida intelectualmente ativa, interessar-se por outras coisas, dispor de uma mente aberta, exercitada e curiosa faz com que criemos conexões neuronais contínuas, que por sua vez criam novos caminhos e novas estruturas que fazem deste fabuloso órgão chamado cérebro um músculo extremamente forte.

Conseguir uma alta reserva cognitiva

Se bem é verdade que a reserva cognitiva está geralmente associada a fatores genéticos e do ambiente, o ideal é também dispor de um contexto facilitador que nos ajude a desenvolver nossas capacidades cognitivas, a encontrar novos estímulos e a manter vivo nosso interesse por aprender. Poderíamos dizer então que as bases que determinam uma boa reserva cognitiva seriam as seguintes:

– Propriedades anatomofuncionais do cérebro.

– Capacidade intelectual, duração e qualidade da educação recebida.

– Desempenho profissional ou trabalho que tenhamos tido em nossa vida.

– Atividades de lazer, interesses pessoais, relações sociais…

A reserva cognitiva é, portanto, o resultado de um processo que se inicia nas primeiras etapas de nossa vida e que continua ao longo da mesma, sendo portanto uma capacidade que pode e deve ser estimulada em nosso próprio benefício. É importante manter uma visão curiosa, fazer perguntas, ler e ter um bom círculo de amigos com os quais dialogar e trocar ideias, sentir emoções, sonhar, empreender projetos, potencializar outras habilidades como a música, a pintura, a escrita…

Tudo isso faz com que a nossa reserva cognitiva vá estabelecendo novas conexões neuronais, criando novas estruturas e construindo um cérebro mais forte e sadio, que enfrentará possíveis doenças do futuro e nos ajudará a continuar sendo felizes com a nossa velhice. Depende de você.

Portanto, faça-se a seguinte pergunta: Como anda a minha reserva cognitiva? 


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.