A mente pode controlar a dor física?

A mente pode controlar a dor física?

Última atualização: 29 agosto, 2016

A dor física é um indicativo individual e subjetivo de que algo está errado dentro do nosso corpo e pode ter um grande impacto sobre o nosso bem-estar e a nossa capacidade de lidar com o processo de recuperação e com a vida cotidiana.

Os processos mentais são responsáveis pela nossa identificação e tratamento da dor física. Por isso, é muito importante entender como o nosso cérebro percebe e analisa as dores.

No cérebro existem regiões bem definidas que são responsáveis pelas percepções da dor. Muitas doenças são causadas pela nossa atitude mental e pelas emoções. Podemos utilizar o relaxamento, exercícios de respiração, musicoterapia e biofeedback como estratégias mentais para lidar com a dor.

“Você não conseguirá se curar das suas doenças; as suas doenças o curarão.”

-Carl Jung-

Características emocionais da dor

Estudos realizados por McCracken e sua equipe em 2004 concluíram que as pessoas com maior aceitação da dor se preocupam menos e apresentam menos sintomas de ansiedade e depressão. O mais importante neste trabalho é que o nível de aceitação da dor não está relacionado com a sua intensidade, ou seja, as pessoas não têm maior aceitação porque sentem menos dor.

A aceitação implica ter contato com experiências desagradáveis ou dolorosas e não permitir que isso tenha um impacto significativo no seu comportamento. A pessoa não se deixa abater e não se sente limitada para definir seus objetivos.

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Às vezes, a sociedade nos impõe um estilo de vida inadequado, através de slogans ou frase feitas que se tornam cativantes pela sua simplicidade. Um exemplo dessas frases pode ser: Evite o sofrimento e seja feliz. Mas, na realidade, não é bem assim.

A sofrimento faz parte da vida; devemos aceitar o sofrimento como algo normal em determinados contextos. É claro que não podemos nos deixar levar pelo catastrofismo, pois isso está associado com um pior resultado da dor. O catastrofismo é um conjunto de processos cognitivos e emocionais que ajudam a dor a se tornar crônica.

Tanto o catastrofismo quanto a aceitação são fatores determinantes para prever a evolução da dor. A pessoa é livre para escolher um deles para lidar com a sua dor e essa é a chave para que a mente possa exercer o controle sobre a dor física.

“Quando estiver doente, ao invés de odiar a sua enfermidade, considere-a sua mestra”.

-Alejandro Jodorowsky-

A dor física e a mente

De acordo com a pesquisadora da Universidade da Califórnia Patricia Churchland, o que o cérebro produz tem uma enorme influência sobre a saúde. A mente , as ideias e as emoções afetam nossa saúde física porque há sempre um aspecto psicológico em cada doença.

O Dr. Sarno, professor de reabilitação na Escola de Medicina da Universidade de Nova York, confirma que o cérebro gera dores que não têm nenhuma causa orgânica para prestarmos atenção aos nossos corpos e, assim, desviarmos a atenção das “ tensões emocionais reprimidas”.  Quando reconhecemos as tensões emocionais que reprimimos, os sintomas das doenças emocionais diminuem.

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Um estudo da Universidade de Stanford sugere que o treinamento cerebral pode reduzir a dor sem medicamentos. Embora ela não funcione em todos os indivíduos, a técnica pode levar a novos tratamentos médicos. A técnica só funciona quando as pessoas podem assistir ao vivo pela ressonância magnética a área do cérebro associada à dor.

O estudo mostra que em certas circunstâncias é possível “dominar” a nossa atividade cerebral e controlar a intensidade das dores que sentimos sem o uso de medicação. A técnica abre novos caminhos para tratamentos médicos sem precedentes, embora não funcionem da mesma forma em todos os indivíduos.

A combinação de boa vontade para aceitar a dor e treinamento mental adequado são fatores chave para que o impacto da dor em nossas vidas seja reduzido. Talvez não possamos fazê-la desaparecer, mas conseguiremos diminuir muito esse desconforto.

A dor está na sua mente.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.