A música e as emoções

A música e as emoções

Última atualização: 09 julho, 2016

De acordo com a RAE, “A música é a arte de combinar os sons da voz humana ou dos instrumentos, ou dos dois ao mesmo tempo, de modo que produzam prazer, emoção, tocando a nossa sensibilidade, seja com alegria ou tristeza”. Tudo é música: o canto, o som de uma guitarra ou de um violino, de uma orquestra ou de uma banda de rock.

Desde a antiguidade a música é considerada uma arte. É um código, uma linguagem universal que está presente em todas as culturas na história da humanidade. Curiosamente, os hieróglifos que representavam a palavra “música” eram idênticos aos que representavam os estados de “alegria” e “bem-estar”. Na china, os dois ideogramas que a representam significam “desfrutar do som”. Portanto, existe uma grande coincidência em relação ao significado da música, onde predominam as sensações agradáveis e prazerosas.

A musicoterapia

Possivelmente a origem da utilização terapêutica da música e dos sons nos remete ao princípio da humanidade. Platão já dizia que “A música era para a alma o que a ginástica é para o corpo”, reconhecendo que ela possuía qualidades ou propriedades que influenciam as nossas dimensões emocionais e espirituais.

A Associação Americana de Musicoterapia (AMTA) define a musicoterapia como “Uma profissão na área da saúde, que utiliza a música e atividades musicais para atender às necessidades físicas, psicológicas e sociais de pessoas de todas as idades. Ela melhora a qualidade de vida de pessoas saudáveis e atende às necessidades de crianças e adultos com algum tipo de deficiência ou doença. A sua utilização produz bem-estar, controla o estresse, reduz a dor, ajuda a expressar os sentimentos, melhora a memória, a comunicação e facilita a reabilitação física”.

Assim, se considerarmos a doença como uma interrupção, um desequilíbrio ou falta de comunicação, a música pode ajudar a construir as pontes necessárias para que essa comunicação que está bloqueada flua normalmente, contribuindo para a restauração ou melhora da saúde.

Atualmente a musicoterapia é aplicada em diversos transtornos em pessoas de todas as idades. São comuns as aplicações na educação (autismo, hiperatividade, síndrome de Down…), na saúde mental (depressão, ansiedade, estresse…), na medicina (oncologia, dores, pessoas na UTI…) e na geriatria (demências…).

Graças à capacidade da música de atuar em todos os níveis, com a musicoterapia podemos alcançar alguns objetivos como:

  • Melhora o nível de afetividade e os comportamentos.
  • Desenvolve a comunicação e os meios de expressão.
  • Libera a energia reprimida.
  • Desenvolve a consciência emocional-afetiva.
  • Fornece às pessoas experiências musicais enriquecedoras que as ajudam a motivar-se.
  • Reforça a autoestima e a personalidade.
  • Reabilita, socializa e educa.

A música nos afeta emocionalmente?

Quem nunca experimentou alguma emoção ao ouvir uma música? O som e a música produzem emoções que alteram a nossa fisiologia, nossos hormônios, o ritmo cardíaco e as pulsações. Utilizamos a música em muitos momentos, seja de forma consciente ou inconsciente.

Antigamente a música era utilizada para incentivar os guerreiros e os caçadores. Nos filmes é utilizada como um meio de multiplicar o efeito de certas cenas, transformando-se em um código indispensável para a caracterização emocional das situações. (Cohen, 2011)

O nosso humor pode ser afetado pelo tipo de música que ouvimos ou cantamos. Uma canção triste pode nos deixar melancólicos, enquanto uma música alegre pode nos animar e trazer alguns momentos de felicidade. Uma música suave e harmônica nos acompanha nos momentos de relaxamento e estudo, e uma música rítmica nos estimula enquanto nos exercitamos.

A música também tem um efeito sobre muitas das nossas memórias importantes. Quem nunca associou uma determinada situação com uma canção?

As áreas cerebrais ativadas com a música e com as emoções são praticamente as mesmas. O cérebro produz algumas reações psicofisiológicas quando percebe os sons. Elas respondem com emoções que provocam alterações fisiológicas como o aumento da produção de neurotransmissores e outros hormônios que atuam sobre o sistema nervoso central.

A música modifica os nossos ritmos fisiológicos, altera o nosso estado emocional e é capaz de mudar a nossa atitude mental, trazendo paz e harmonia. Ela tem uma forte influência sobre todos os seres humanos em todos os níveis.

“A arte da música é a que mais se aproxima das lágrimas e das recordações”.

-Oscar Wilde-

E você, o que acha? Poderíamos viver sem música?


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