Musicoterapia: no ritmo da felicidade

Musicoterapia:  no ritmo da felicidade

Última atualização: 01 novembro, 2016

A música, definida pelos gregos como “a arte das musas”, é, segundo a definição tradicional do termo, a arte de organizar de forma sensível e lógica uma combinação coerente de sons e silêncios. Algo que se faz usando os princípios fundamentais da melodia, da harmonia e do ritmo, através da intervenção de complexos processos psicoanímicos. É destes últimos processos que se encarrega a musicoterapia.

Faz muito tempo que o ritmo, a harmonia e a melodia que compõem a música têm sido empregados em tratamentos médicos. Embora seja verdade que a música não cura por si só, hoje em dia muitos terapeutas apostam na musicoterapia como um complemento a mais no tratamento por causa dos benefícios que traz de forma direta ao estado de ânimo e na hora de atenuar os sintomas de determinadas patologias. Pesquisas médicas demonstram os seus efeitos sobre a pressão arterial, a frequência cardíaca, e até a saturação de oxigênio. Impressionante, não é mesmo?

“A música recompõe os ânimos destruídos e alivia os trabalhos que nascem do espírito.”
-Miguel de Cervantes-

Como a música nos afeta?

A partir de pesquisas recentes realizadas pela universidade finlandesa de Jyväskylä, foi desenvolvido um método através do qual é possível estudar como o cérebro processa os diferentes aspectos da música. Uma das descobertas mais inovadoras desta pesquisa é que as áreas do sistema límbico do cérebro, que se associam a nossas emoções, são afetadas diretamente pelo ritmo e pelo tom.

Estes mesmos pesquisadores também observaram que o processamento do timbre está associado com a ativação da chamada rede neurológica pré-estabelecida, um conjunto de regiões que talvez seja responsável pela atividade que a mente desenvolve enquanto está em repouso, e que também está vinculada aos processos de divagação e criatividade.

Poderíamos dizer que, assim como acontece com outro tipo de estímulos, quando ouvimos uma música ela provoca em nós respostas de tipos muito diferentes. Respostas que não deixam de ser uma representação peculiar daquilo que as notas que ouvimos nos sugerem e da nossa própria experiência.

Através dos nossos gostos musicais projetamos a nossa personalidade e podemos manifestar, por exemplo, como somos, o que sentimos em um determinado momento, ou o nosso estado de ânimo frente aos outros.

“A arte da música é a que tem mais proximidade com as lágrimas e com as lembranças.”
-Oscar Wilde-

Musicoterapia para ser feliz

Você já se perguntou alguma vez de onde vem esse sentimento de bem-estar que surge quando você ouve a sua música favorita? A musicoterapia tem a resposta. A ativação do núcleo accumbens, assim como acontece com a atração sexual ou com qualquer experiência que nos provoca prazer, faz com que nosso cérebro libere dopamina cada vez que ouvimos nossas músicas preferidas.

As novas pesquisas publicadas no Journal of Positive Psychology apontam que o estado de ânimo dos participantes melhorou visivelmente a curto prazo e a sua felicidade aumentou ao ouvir música positiva ou otimista durante duas semanas.

O estudo também indica que as músicas tristes têm o efeito inverso, apontando que a felicidade pessoal pode ser considerada uma tarefa que está nas mãos da própria pessoa. Eles descobriram que as pessoas, em vez de avaliar repetidamente quão felizes são, focavam em aproveitar a situação positiva que estavam experimentando.

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As pesquisas sugerem que a felicidade está relacionada com uma maior probabilidade de ter um bom comportamento social, melhor saúde física, melhores ganhos e maior satisfação em um relacionamento.

“Quem ouve música sente que a sua solidão, de repente, é povoada.”
-Robert Browning-


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