Não nascemos para uma vida medíocre, mas para uma vida de ilusões

Não nascemos para uma vida medíocre, mas para uma vida de ilusões

Última atualização: 18 novembro, 2016

A ilusão é a esperança com a qual esperamos cumprir os nossos objetivos mais importantes. Quando digo que não nascemos para uma vida medíocre é porque o nosso cérebro precisa das ilusões para funcionar corretamente, da mesma forma que o nosso coração precisa bombear sangue.

Quando vivemos sem ilusão, sofremos um déficit de serotonina e dopamina nos neurotransmissores cerebrais,  que por sua vez são os responsáveis pelo desequilíbrio que origina os transtornos do estado de espírito.

O ser humano tem uma tremenda necessidade de viver de ilusões. Neste sentido, o nosso cérebro dispõe de um sistema perfeito onde se otimizam todas a nossas capacidades para que consigamos alcançar os nossos sonhos. Desta forma, podemos experimentar o prazer imaginado. Assim, quando desejamos algo, são produzidas modificações no nosso cérebro, principalmente um aumento dos níveis de dopamina no sistema límbico, o que nos fornece uma grande fonte de bem-estar.

A relevância que a corrente da Psicologia Positiva adquiriu durante as últimas décadas realçou precisamente o papel da ilusão como motor das nossas ações. O objetivo desta vertente da Psicologia transcende o ato de estudar a doença, para passar a estudar pessoas que são plenamente felizes ou bem-sucedidas e responder à pergunta de por que elas são assim.

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Nosso cérebro precisa da ilusão?

A área pré-frontal do cérebro é onde habita o pensamento mais avançado, onde avaliamos as alternativas para conseguir solucionar os problemas e tomar decisões. Esta zona é influenciada pelo sistema límbico: uma parte importante do nosso cérebro emocional e onde a ilusão tem a capacidade de favorecer as funções superiores do cérebro e de aumentar as defesas imunológicas do nosso corpo.

O contrário acontece quando vivemos uma vida sem ilusão. A desilusão debilita o nosso sistema imunológico, produzindo um desequilíbrio no organismo que nos torna mais propensos a doenças, tanto funcionais como aquelas que têm um elemento fisiológico identificado.

A psiconeuroimunologia é a ciência que estuda a conexão que existe entre o pensamento, a palavra, a mente e a fisiologia do ser humano. A ilusão é uma forma de energia vital que tem a capacidade de interagir com o organismo e produzir alterações físicas. Santiago Ramón e Cajal, prêmio Nobel da Medicina em 1906, mostrou que: “Todo o homem pode ser escultor de seu próprio cérebro, se a isso se propuser.”.

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Por que promover as ilusões?

Existe uma relação diretamente proporcional entre os estado de saúde e o nível de ilusões. Um estudo realizado na Espanha pelo Colégio Oficial de Psicólogos de Madrid (2014) obteve como resultado que as pessoas saudáveis têm um nível de ilusão que supera a média espanhola. 

Pelo contrário, as pessoas doentes tendem a perder a ilusão. A conclusão que podemos tirar a partir destes fatos é de que é de grande importância enfatizar a fomentação da ilusão e fazer dela uma ferramenta para o desenvolvimento das pessoas. Não podemos esquecer a energia que a esperança emana.

A ilusão pode ser espontânea, mas aprender a provocá-la e a colocá-la em prática quando quisermos seria verdadeiramente vantajoso. Desta forma, qualquer pessoa pode obter com tempo um treinamento adequado de desenvolvimento dos elementos da ilusão e, portanto, tê-la para projetar sua vida para frente.

Projetar algumas metas na vida com expectativas reais, cuidar de nós para nos sentirmos bem com nós mesmos, aceitar os fracassos como parte inquestionável da vida e valorizar os nossos esforços nos ajudaria a conseguir uma ilusão adequada e positiva.

Para recuperar ou manter a ilusão é importante aumentar a dedicação às relações com os outros. É precisamente esta dedicação e a boa gestão dessas relações que provoca muitas das emoções positivas que nos acompanham no nosso dia a dia.

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