O perfil psicopata

O perfil psicopata

Última atualização: 29 julho, 2022

Se eu pedir para que você imagine um psicopata, tenho certeza de que as primeiras imagens que aparecerão na sua cabeça serão de assassinos, gritos tenebrosos, situações de suspense e cores escuras e avermelhadas. Essa é a ideia geral que todos têm sobre como são os psicopatas, mas será que é exatamente assim que eles são?

Não há motivo para que um psicopata seja representado sempre por esse tipo de imagem. O perfil de psicopata que você imaginou costuma aparecer somente em filmes e livros… Na realidade, ele não precisa ser um assassino sem piedade, nem tem que apresentar condutas violentas de maneira contínua. Pelo contrário, pode mostrar uma conduta sedutora e encantadora, se isso for útil para que alcance seus objetivos.

Na realidade, um psicopata é uma pessoa que não tem capacidade de se colocar no lugar dos demais, ou seja, não sente empatia… Não sente nada por aqueles que o cercam. São indivíduos que, além de não sentirem remorso por causar sofrimento a alguém, seja física ou psicologicamente, não têm nenhum problema com isso.

Quais traços definem um psicopata?

Segundo Robert Hare, pesquisador de Psicologia Criminal e professor na Universidade da British Columbia, aproximadamente 1% da população é de psicopatas, dos quais a maioria pode passar despercebida na sociedade, chegando, inclusive, a passar por bons trabalhadores e gestores.

Os psicopatas costumam ter um amplo repertório de condutas, ativando umas ou outras, dependendo do que acontece ao seu redor e do momento em que se encontra. Podem agir como camaleões, caso seja necessário. São como hábeis atores em cena, mostrando, para o resto das pessoas, o personagem mais promissor para que alcance seus objetivos.

Podemos dizer que são mentirosos encantadores. No início, se mostram pessoas nas quais podemos confiar, são amáveis, com dinheiro, mas que, com o passar do tempo, sem perceber, nos manipulam e nos prendem em sua teia de aranha, repleta de falsas promessas e mentiras.

Esse é outro traço que os caracteriza em sua busca constante por novos desafios, através do qual conseguem subir degraus da escada social para conseguir posições mais elevadas, e desfrutar, assim, de mais poder e possibilidades de manipular os demais. Mas eles se mantêm a salvo nessa busca, colocando em risco os que estão ao seu redor. Ou seja, nunca arriscam seu bem estar ou sua posição, mas sim a de outros amigos, familiares ou pessoas.

Também costumam ser sigilosos e cautelosos em seus movimentos, movendo-se perfeitamente dentro da legalidade das normas sociais, mesmo que não concordem com elas. Isso não quer dizer que, alguma vez, não sejam pegos em seus truques de manipulação. São indivíduos que não se responsabilizam pelos seus erros, já que apresentam dificuldade em aceitá-los. Por esse motivo, costumam fazer acompanhamento psicológico.

Atualmente não existe um tratamento eficaz para este transtorno, já que a maioria dos especialistas afirma que sua ressocialização é um tanto quanto difícil, mesmo que já estejam começando a colocar em prática certos programas que mostram alguma eficácia na redução da reincidência. Estes programas são realizados em centros específicos, num ambiente estruturado e especializado.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.