O pranto cura feridas

O pranto cura feridas

Última atualização: 03 maio, 2015

Há algo na minha vida que sempre me gerou muitas dúvidas sobre como eu realmente sou. É que cada vez que me acontecia algo “ruim”, ao contrário de muitos, eu era incapaz de derramar uma lágrima. Eu era incapaz de transformar meus olhos em uma espécie de fuga de toda aquela dor que residia no meu interior. Isso significava que eu era uma pessoa a quem não lhe afetava nada do que acontecia ao meu redor? Nada mais longe da realidade.

Com o tempo, percebi que estes momentos de adversidade me ajudaram a me tornar uma pessoa mais forte emocionalmente, aquela que sempre aproveitava essa dor para se transformar em alguém mais maduro, que iria fazer todo o possível para não cair novamente na mesma pedra.

Assim, quando, por vezes eu olhava para o passado, com todos os seus bons e maus momentos, eu começava a chorar lembrando tudo o que eu vivi até me tornar o que sou. Naquele momento, uma emoção enchia todo o meu corpo, um sentimento muito difícil de descrever, que eu poderia definir como felicidade. Este sentimento me demonstrava que eu não era vazia por dentro e que também podia sentir, chorar ou rir de forma indistinta, de acordo com o tipo de situação.

O pranto é benéfico para nossas emoções

Especialistas afirmam que o ser humano chora tanto em momentos de tristeza quanto de felicidade, porque são situações-limite onde os sentimentos surgem muito de repente, sejam eles bons ou ruins. Assim, nosso corpo não é capaz de “guardar” tantas emoções e, portanto, tem que exteriorizá-las de alguma maneira em forma de lágrimas. Interessante, não é?

Por outro lado, também se afirma que, se choramos de felicidade, a primeira lágrima sairá de seu olho direito, e se de tristeza será do esquerdo. De uma forma ou de outra, chorar é uma maneira muito saudável de exteriorizar toda a nossa raiva, felicidade, impotência ou tristeza, por isso não tenham medo das lágrimas.

E onde quero chegar com isso? Basicamente, incentivar que vocês vivam sua vida tão intensamente quanto possível, e não tenham medo de errar porque tudo na vida tem solução. Chorem apenas como uma forma de expressar seus sentimentos, de descarregar todo esse estresse e raiva que têm dentro, e não apenas como uma forma de autopiedade. Quando você chora, elimina adrenalina e noradrenalina, hormônio e neurotransmissor associado a situações estressantes. Isso produz uma sensação de alívio e tranquilidade que com certeza você já experimentou muitas vezes depois de chorar.

Quanto ao choro de compaixão, já dizia Rabindranath Tagore, famoso escritor indiano com a seguinte frase. “Se você chorar por ter perdido o sol, as lágrimas não lhe deixarão ver as estrelas

Imagem cedida por  Kirill Linnik


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