O que caracteriza uma relação saudável?

O que caracteriza uma relação saudável?

Última atualização: 19 julho, 2016

Sabemos que o “foram felizes para sempre” não existe, que o príncipe de olhos azuis existe apenas nos contos de fadas e que esse tipo de felicidade é uma utopia, mas ainda assim acumulamos relacionamentos sem saber o que é uma relação saudável.

Sofremos por amor, nos anulamos por amor, nos humilhamos pelo nosso par, choramos por um término e fazemos tudo o que for possível por pessoas que não merecem. Talvez tenhamos um profundo medo de acabar sozinhos, de nos encarar no espelho e de descobrir quem realmente somos.

Tivemos tantos relacionamentos e nos machucaram tanto que não somos capazes de distinguir um relacionamento saudável de um abusivo. Simplesmente temos medo da solidão e nos conformamos com pessoas que não nos tratam bem ou não nos amam.

Aprenda a identificar um relacionamento abusivo

O psicólogo Walter Riso em seu livro “Amar ou depender” nos ajuda a diferenciar aqueles relacionamentos não saudáveis que nos prejudicam e não nos trazem nada de bom. Riso classifica os seguintes tipos de relacionamentos abusivos:

Amor obsessivo

Segundo Riso: “A obsessão implica que o amor se tornou insaciável no relacionamento. Um dos membros do casal nunca está satisfeito com o relacionamento, não pode fazer nada sem seu parceiro e demonstra uma grande dependência”.

Uma pessoa que vive um relacionamento desses sente-se obrigada a dar o que não quer, se estressa e, em alguns casos, se sente acuada. Um parceiro obsessivo não tem limites, não dá espaço para a nossa liberdade e nosso individualismo.

Amor condensado

Trata-se de casais em que cada pessoa perdeu sua identidade, eles perderam seu amor próprio. Riso afirma que os casais desse tipo acabam adotando os mesmos gestos, piadas e formas de se vestir. Inclusive, às vezes, o amor condensado chega a manifestar um certo sentimento de posse em relação a outra pessoa.

No entanto, amar significa muito mais e sobretudo significa manter nossa individualidade, deixar que a outra pessoa seja como ela é, amá-la por isso e sermos nós mesmos, com nossos defeitos e virtudes. É uma questão de adaptação.

Amor temeroso

Todos nós temos medo de que um relacionamento chegue ao fim ou de que algo de ruim possa acontecer com uma pessoa que gostamos, mas não podemos esquecer que amar outra pessoa sempre é um risco. O medo da perda indica uma pessoa insegura, que tem medo do fracasso e do abandono.

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Mas esse medo se desdobra em muitos outros: medo de que o nosso companheiro nos decepcione, de descobrirmos uma infidelidade, de que nos abandonem ou de que o amor termine sem razão aparente. Riso recomenda termos em mente que no amor não existem certezas, que temos que aceitar a incerteza em uma relação saudável.

Amor opressivo

No amor é obrigatório respeitar a liberdade da outra pessoa, ou seja, que ela tenha seus próprios amigos, atividades, preferências, gostos e opiniões. Um amor que não respeita todos esses aspectos acaba por tornar-se opressivo e nos impede de sermos nós mesmos.

Cada membro do casal deve respeitar a personalidade, princípios, valores e objetivos da outra pessoa, ainda que sejam diferentes dos seus. É importante aprender e aceitar essas diferenças para que o relacionamento seja saudável e exista uma confiança mútua.

Os segredos para uma relação saudável

Marc e Angel Chernoff passaram muito tempo ajudando seus clientes a construir relacionamentos saudáveis e duradouros e conseguiram dar algumas respostas a uma pergunta que fazemos sempre: o que é necessário para criar e alimentar uma relação saudável? Para isso criaram uma lista do que você não deve fazer para ter uma relação saudável. Alguns exemplos das suas abordagens vão a seguir.

Não espere que seu relacionamento resolva os seus problemas

Se você tem medo de estar sozinho, uma relacionamento não é a solução. Antes você terá que ver de onde vem e a que se deve esse medo da solidão e, uma vez que tenha resolvido e superado o seu problema, poderá se relacionar de uma forma mais saudável com a outra pessoa.

Não se esqueça que os seus vazios, seus medos, seu aborrecimento são problemas que interessam apenas a você e que vão persistir numa relação se você não resolvê-los antes. Portanto, enfrente a si mesmo e resolva seus problemas antes de iniciar uma relação.

Não brigue

Quando começamos um relacionamento é normal querermos passar muito tempo juntos, mas pouco a pouco devemos deixar um espaço ao nosso parceiro e ter nosso próprio espaço. Não podemos esquecer que temos nossa vida e que ter um tempo para nós é fundamental em uma relação saudável.

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Os casais que são felizes sabem valorizar o tempo sozinhos, gostam de sua independência para fazer as coisas de forma diferente e, ao final do dia, compartilham suas experiências mutuamente como uma forma de enriquecer a relação.

Não guarde segredos

A confiança é a base essencial de qualquer relacionamento. Se a confiança se perde é muito complicado voltar a recuperá-la. Por esse motivo, é importante que nosso parceiro não se sinta como um estranho em nossas vidas.

Surgirão ocasiões nas quais queremos ficar sozinhos, em que precisamos de espaço para tratar nossos problemas, e uma relação saudável vai nos proporcionar isso, mas se queremos esse espaço é bom que façamos um esforço de sinceridade e falemos das razões que nos levam a procurá-lo.

Às vezes escutamos frases como “eu não menti, eu omiti”, que é uma contradição absoluta, porque as omissões são mentiras. Se você mente ou omite a verdade, ela vai vir à tona mais cedo ou mais tarde.

Não deixe que o medo o domine

Nunca se perde por amar, e sim por se conter. Nenhum relacionamento baseado no amor compartilhado é impossível, a menos que você deixe de dar uma oportunidade. Amar outra pessoa significa criar uma oportunidade de se ferir, mas também de ser feliz.

Não podemos enfrentar a vida com medo de nos relacionar, é importante aprender a confiar, ainda que tenham nos machucado antes. O importante é não cometer os mesmos erros e aprender a cada dia.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.