Os efeitos da solidão na saúde

Os efeitos da solidão na saúde

Última atualização: 15 setembro, 2015

A solidão não pode ser medida em números. Você não se sente menos sozinho porque tem mil conversas por dia, ou mais sozinho porque passa muito tempo sem contato com outras pessoas. O que faz você sentir solidão ou não é a qualidade dos vínculos que você estabelece com os outros.

Vários estudos sugerem que, se você tem algumas pessoas nas quais você realmente pode confiar, provavelmente nunca sentirá os efeitos da solidão. Por outro lado, mesmo se você conversar com muitas pessoas, você poderá não estabelecer uma verdadeira relação de confiança com elas, e assim certamente você sentirá o peso da solidão em sua vida. Isso causa efeitos no seu bem-estar emocional, e também na sua saúde física.

Os principais efeitos da solidão

A academia americana de medicina estabeleceu os principais riscos para a saúde das pessoas que dizem que se sentem sozinhas. São os seguintes:

Distúrbios do sono

Esse problema ocorre principalmente em casos onde as pessoas dormem sozinhas em suas residências e, além disso, sentem-se sozinhas na vida. Surge uma sensação de vulnerabilidade que se manifesta como um estado de alerta nestas condições. Isso evita que a pessoa possa estabelecer um sono profundo e contínuo. O mais comum é acordar várias vezes durante a noite, como uma atitude de defesa causada pela sensação de vulnerabilidade. Eventualmente, isto resulta não apenas em um estado de fadiga permanente, mas também em ganho de peso.

Substituição da companhia por outros objetos

Se você sente solidão, pode se sentir inclinado a preencher esse vazio da falta de companhia com objetos que lhe dão uma sensação de compensação. Mesmo sem perceber, é possível que você apresente um apetite especial para alimentos que contêm gordura ou açúcar, e também procure por bebidas alcoólicas. Todos estes produtos revitalizam o seu corpo de repente e, sem que você perceba, são passageiros antídotos contra o desânimo. A questão é: são passageiros. Se o consumo dos mesmos se tornar um hábito, você passará a apresentar vários problemas de saúde.

Vulnerabilidade a vírus

De acordo com um estudo realizado pelo Professor John Cacioppo, da Universidade de Chicago, o corpo das pessoas que vivem sozinhas se torna mais resistente às bactérias, mas, ao mesmo tempo, mais vulnerável a vírus. Os vírus são adquiridos por contágio, ou seja, pelo contato com outros seres humanos. As pessoas sozinhas são mais fracas quando entram em contato com vírus, e tendem a contrair mais facilmente os vírus dos outros.

Aumento da pressão arterial

A companhia de outros seres humanos gera conflito e estresse, mas a falta de contato pode ser ainda mais estressante. Inconscientemente, indivíduos desenvolvem fortes sentimentos de ameaça e isso se reflete no corpo com o aumento dos níveis de cortisol (o hormônio do estresse). Ocorre uma preocupação constante, embora não exista nenhum perigo objetivo à vista.

Morte prematura

Em uma pesquisa realizada com 45.000 pessoas, foi constatado que aqueles que vivem sós têm um maior risco de morrer cedo por ataques cardíacos, derrames e outros males associados a complicações de saúde. Aqueles que vivem com outras pessoas são mais resistentes a doenças e se recuperam melhor de quaisquer males que possam vir a ter.

Imagem cortesia de Jesús Solana


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