A pele não precisa de palavras

A pele não precisa de palavras

Última atualização: 15 abril, 2015

De acordo com alguns estudos, o primeiro sentido que desenvolvemos em estado embrionário é o tato. Ainda não podemos ver nem escutar, mas já reagimos às fricções no líquido amniótico. Portanto o tato é, talvez, o sentido mais primitivo do ser humano. Os animais cegos são capazes, inclusive, de sobreviver captando a realidade ao seu redor pelas sensações que o meio transmite. A pele é, portanto, um maravilhoso transmissor de informações e emoções que cobre nosso corpo como uma espécie de radar afiado…

A pele fala de angústias e alegrias

São muitas as pessoas que costumam ir a consultas médicas afetadas por várias doenças como eczema, calvície e acne virulenta sem encontrar uma solução eficaz para seu caso. Todos os tratamentos conhecidos se esgotam sem que o problema seja resolvido, sem que seja aliviado aquilo que a nossa pele exterioriza e que, sem dúvida, afeta nosso interior: as pessoas não são um conglomerado de água e aminoácidos sem espírito e alma, ao contrário, as vezes o peso em nosso cérebro é o que provoca essa externalização de patologias.

A pele fala de nossas tristezas e alegrias quase todos os dias: nós coramos quando nos dizem algo agradável ou quando sentimos a proximidade de alguém que nos atrai, nossas mãos suam quando estamos nervosos, ficamos pálidos de raiva e vermelhos de alegria ou de vergonha … a pele, em essência, é capaz de liberar uma grande quantidade de neurotransmissores que influenciam nossas emoções, daí a sua relação íntima e próxima com o cérebro. Ela é um indicador do nosso estado de espírito; as vezes, se as emoções não estiverem bem geridas ou canalizadas, podem resultar em doenças.

Onde a medicina não chega: a psicodermatologia

Os médicos garantem que muitas alergias realmente se devem a problemas emocionais. Como exemplo podemos citar o líquen plano, doença fruto de situações que geram muito estresse ou ansiedade, como o medo de perder o emprego, um problema familiar … São evidências físicas de que algo não vai bem, de que estamos colocando em risco o nosso sistema imunológico. Podemos falar até mesmo de casos de “calvície súbita”, situações em que o paciente diz que sente que “toda a pele coça e que queima”.

Daí a existência de uma área da medicina criada para tratar essas condições importantes, a psicodermatologia, uma vez que a realidade social lançou as bases para uma especialidade onde a medicina comum dos dermatologistas não serve muito para, pelo menos, 40% da população. Tratar a peale reabilitando primeiro nossas emoções é um fator chave para resolver surtos muito graves de acne ou eczema, por exemplo. Estas situações complicadas nos demonstram efetivamente que a pele é muito mais importante do que acreditamos; ela não precisa de linguagem para expressar, não precisa de palavras, mas apenas através deste sentido somos capazes não só de transmitir afeto, mas de refletir sobre o nosso complexo mundo interior.

A pele fala e também sofre porque é realmente muito frágil tanto por dentro quanto por fora: enfrenta o frio, calor, agressões externas e também problemas internos. Para cuidar dela devemos nos cuidar, aprender a gerir emoções e ansiedades, medos e preocupações. Depende de você.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.