Nosso pior erro ortográfico: não saber colocar um ponto final

Nosso pior erro ortográfico: não saber colocar um ponto final

Última atualização: 05 setembro, 2016

O pior erro ortográfico não se faz escrevendo, mas sim quando na vida não sabemos colocar um ponto final. O ensinamento que envolve esta frase é muito valioso para nós, pois guarda com ele o ponto básico de crescer.

Saber encerrar etapas, ciclos e relacionamentos pode ser difícil principalmente porque é complicado ter segurança na hora de deixar para trás aquelas pessoas, momentos ou lugares que nos fizeram sentir tão bem.

Isso de “lutar pelo que queremos até o fim” muitas vezes é uma forma de insinuar nossa inquietude e dar voltas com o afã de deslanchar a máquina da determinação emocional que nos ajuda a tomar a decisão tão difícil de ser tomada.

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Nosso erro: colocar três pontos onde deveria haver um ponto final

O velho costume de colocar três pontos nos impede de crescer. Se não abrirmos as janelas, não veremos o brilho da vida; se não deixarmos as portas abertas nos afogaremos na impossibilidade de “deixar ir embora” o pó que nos impede de respirar.

A tenacidade e a resistência diante do que está acabado se transforma em um revólver metafórico que nos aponta a testa de forma constante, tornando-nos incapazes de aproveitar a própria vida afetiva.

Nestes casos a negação tem um papel fundamental, pois é o reflexo da própria falta de coragem e da escassez de recursos para atribuir a isto uma realidade emocional negativa. Então, nos empenhamos em afirmar que é uma “etapa temporária” e nos recusamos dar atenção aos próprios sentimentos e pensamentos.

O fato é que sendo a ruptura um assunto tão sério, é normal sentir um certo receio de tomar partido. Contudo, quando não o fazemos, acabamos nos transformando em pessoas ásperas, infelizes, irritáveis, preconceituosas e condenatórias, o que nos lança em um buraco negro cheio de contradições.

Como costuma-se dizer, meio pão é melhor do que nada, mas meia fatia ou migalhas realmente darão sustentação à própria vida afetiva? Se uma coisa não nos faz feliz ou um relacionamento não faz bem, que tipo de união e sustentação pensamos que teremos?

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Sejamos realistas: se quisermos que as coisas boas entrem, é preciso deixar ir embora

“Deixar ir embora”, “soltar”, dizer adeus. Poucas palavras que simbolizam grandes ações. Mais do que mantras caseiros, são mensagens claras que nos relembram que não vale a pena permanecer em um lugar onde nos transformamos em meros observadores, em pessoas sofridas ou em figuras compadecidas.

Não vá onde você não é querido e não fique onde você não é amado, essa é uma premissa fundamental que precisa ser trabalhada desde a infância para que, chegado o momento necessário, façamos valer as nossas necessidades emocionais e possamos ouvir nossos corações quando for preciso.

Faríamos o que fosse possível para ter motivos para manter as portas e as janelas abertas mas, contudo, não nos resta outro remédio que colocar um ponto final onde antes colocávamos reticências. Essa é uma conduta que precisamos ter para cuidar da nossa saúde emocional, para dar-nos o devido valor, proteger o coração e nos adiantarmos na vida colocando-nos como a primeira pessoa na hora de pensar em sentimentos.

Não perca a esperança e a alegria, e que a preguiça e o sofrimento não sejam seus condutores. É verdade que é complicado (e triste) colocar um ponto final nas nossas histórias, mas quando isso não acontece, não permitimos que novas e belas histórias entrem. Não se esqueça:

Ir embora de certos lugares também é se cuidar.

Afastar-se de algumas pessoas também é se proteger.

Fechar algumas portas também é gostar de si mesmo.


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