Os problemas de comunicação do casal

Os problemas de comunicação do casal

Última atualização: 06 abril, 2015

Uma das queixas mais frequentes na consulta inicial de uma terapia de casal é: “Ele não me entende…”, referindo-se a problemas de comunicação.

Independentemente do tempo da relação, ou da idade dos seus membros, estas falhas são o primeiro indicio de um conflito que pode se agravar. Muitas vezes as pessoas costumam esperar que o outro mude. Lá se foram as longas conversas, o trato afável, a escuta atenta, para substituí-la pela apatia, crítica, atitudes defensivas ou ofensivas…

Mas, como se deteriora a comunicação do casal?

Na infância fomos modelados pela conduta de nossos pais. Logo, na adolescência e jovem maioridade germinaram atitudes de nossa própria colheita. Tudo o que percebemos ao nosso redor passou a fazer parte da nossa visão de mundo. Mas, obviamente, nosso companheiro traz seus próprios cristais para interpretar o mundo.

Na etapa do idealismo, colocamos nossas expectativas e fantasias sobre o outro. Aceitando até o que não gostamos. Superada esta etapa, aparece o primeiro conflito e os pensamentos ilógicos, como:

O LEITOR DE MENTES: Típico em uma discussão: Eu sei o que você está pensando! Te conheço!  Ainda que o outro não tenha verbalizado frase alguma. Erroneamente pensamos que a convivência permite adivinhar os pensamentos e atitudes do casal. Mas, quantas vezes você se enganou ao imputar intenções em alguém?

A INDIFERENÇA:  é um estilo de pensamento irracional. São nossos pensamentos colocados no outro. Assim como o farol projeta a sua luz sobre um objeto fixo.

A MINIMIZAÇÃO DO ASSUNTO: A mulher em momentos de tensão costuma querer ser ouvida sem julgamento. Precisa ser compreendida. É provável que saiba a solução para o problema, mas o que procura em seu companheiro é a validação dos seus sentimentos; mas… o companheiro imediatamente aparece com uma solução: “Está vendo? Não tem importância!”

Por outro lado, em muitas ocasiões o companheiro responde com:

CRÍTICAS: Nada cala uma pessoa mais rápido que o consagrado: “Eu te disse”. As comparações e humilhações criam feridas que fecham as linhas da comunicação. É difícil compartilhar um pensamento com uma pessoa que sabe tudo.

A FUGA: Pode ser literal ou simbólica. Na mesma mesa para jantar sem trocar olhares. Frente à menor tentativa de conversar se esconde na frente da televisão, de um livro ou do outro lado da cama. Ambos sentem que são abandonados pelo seu companheiro, e as vezes, rejeitados. As discussões substituem as longas conversas iniciais.

Vazio, raiva, decepção, frustração, dor, tristeza são parte dos sentimentos que afloram dos pensamentos ilógicos. Guardar silêncio frente ao companheiro aumenta a dor. E o ciclo se repete: Deixou de me amar, existe outra pessoa, acha que sou bobo… em consulta muitas vezes se surpreendem ao descobrir quão enganosas eram suas conclusões apressadas.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.