Qual é o ingrediente mais importante para ter uma vida feliz?

Qual é o ingrediente mais importante para ter uma vida feliz?

Última atualização: 14 janeiro, 2016

A ciência trouxe uma grande quantidade de respostas para esta questão, especialmente durante as últimas cinco décadas. Alguns dizem que é o dinheiro, outros dizem que é a religião, e outros dizem que a família é o mais importante para ter uma vida feliz.

Mas, há um fator que se repete com certa constância e que gera uma grande polêmica: a influência da infância que tivemos no desenvolvimento adulto. Assim, em nossos primeiros anos de vida adquirimos uma forma de ver o mundo da qual não poderemos nos desvencilhar depois ou substituir facilmente. Por outro lado, esta forma de ver o mundo estará influenciada por um fator essencial. Você sabe qual é?

Esse fator é o vínculo afetivo, o carinho e a atenção. Em uma palavra, o amor.

Este fator foi recentemente estudado de forma muito específica por pesquisadores de Harvard (Vaillant, 2012). O seu objetivo foi comparar os efeitos da riqueza financeira da infância com o amor na infância. Foram acompanhados mais de 200 homens (sim, somente homens) durante mais de 70 anos. Neste acompanhamento, chegaram a algumas conclusões interessantes.

Perceberam que a riqueza financeira na infância pouco tem a ver com o sucesso adulto, a satisfação e a adaptação. O amor dos pais e a atenção durante toda a infância é um indicador positivo muito mais poderoso.

Alguns podem estar se perguntando, “Qual é o problema para que em alguns casos falte amor? Nem todos os pais amam seus filhos de forma inata? “

Mais além de se sentir amada, uma criança precisa se sentir conhecido pelos seus pais. Uma criança precisa sentir que seus pais o conhecem e o amam tal como é: com suas forças e fraquezas, traços de personalidade, preferências e caprichos. Deve sentir que seus pais o veem e o conhecem verdadeiramente.

Essa é a única forma de amor que se sente de modo verdadeiro e genuíno. É o único tipo de amor que gera uma criança com uma autoestima saudável, com um forte sentido de identidade.

Uma pergunta que você pode se fazer com frequência é: “Quando você crescia, sabia que seus pais o amavam?” Ou “Você acha que seus pais o amavam?” Há uma diferença fundamental. Porque você pode saber que alguém o ama sem senti-lo verdadeiramente.

Por exemplo, se além de garantir alguns direitos básicos – educação, roupa, comida e abrigo – falavam com você, se preocupavam por você, perguntando o que você sentia ou o motivavam, os seus pais amavam você de verdade e o conheciam.

Se assim foi na sua infância, então provavelmente você tem uma boa base para o sucesso na sua vida. Provavelmente você se conhece a si mesmo, tem as suas próprias preferências, fraquezas e forças.

Mas se pelo contrário, não foi assim, então é possível que você ainda não tenha recebido algumas coisas positivas da sua infância. Com frequência, olhamos para trás e não sabemos ligar muito bem o nosso passado com o nosso presente e com o que esperamos do futuro.

Fazer bem esta tarefa de introspecção pode ajudar, não apenas a integrar aquilo que nos atrasa, mas também identificar elementos mascarados ou escondidos que até agora não tínhamos visto.

Por que o amor nos primeiros anos da infância é tão importante? Há muitas razões. Talvez a primeira e mais importante é que constitui o nascimento da confiança, tanto em si mesmo como nos outros. Falamos da confiança cega, essa que você pode depositar sem que tenha que vigiar as suas costas.

Outra não menos importante é aquela que tem a ver com a aprendizagem. Quem recebeu um amor saudável aprendeu a dar e expressar um amor sadio. Além disso, quem desenvolveu este tipo de carinho pode ver com seus próprios olhos os efeitos da generosidade, da entrega e do apoio incondicional.

Quem recebeu amor, desfrutou da sua infância. Pode ter tido mais ou menos brinquedos, pode ter frequentado uma escola mais ou menos exclusiva, mas com certeza foi feliz e em diversas ocasiões pôde sentir que tinha tudo, apesar de não ter deixado de desejar ou querer a bugiganga que poucas vezes lhe compravam.

O que podemos dizer é que uma infância plena não garante o nosso sucesso como adultos, do mesmo jeito que uma infância com maus tratos e tristeza também não nos condiciona ao fracasso. O que sim é fato, é que as pessoas que receberam amor na sua infância e se sentiram protegidas e queridas saem com uma vantagem muito importante na hora de entrar no mundo adulto e ter uma vida feliz.

Como adultos somos os responsáveis por nossos filhos, mas também por todas as crianças que hoje brincam ou choram. Como sociedade e como humanidade devemos ser conscientes que o que plantarmos hoje neles será o que provavelmente guiará as suas vidas amanhã.


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