Quando criticamos a nós mesmos

Quando criticamos a nós mesmos

Última atualização: 01 março, 2015

“A pessoa mais influenciável com a qual você falará todos os dias é você. Tenha cuidado, então, com o que você diz para si mesmo” (Zig Ziglar)

A capacidade de nos determos e refletirmos sobre quem somos e sobre como agimos é sinal de maturidade. Todos fazemos autocrítica de vez em quando, mas saber como fazê-lo é um fator importante, que contribui para que nós nos sintamos melhores a respeito de nós mesmos.

O que é a autocrítica?

A Real Academia Espanhola define a palavra autocrítica como o juízo crítico que se faz das próprias atitudes ou comportamentos.  Mas para além dessa definição, a autocrítica é um conceito que exerce a função de espada de Dâmocles: se a utilizamos corretamente, ajuda-nos a crescer e a melhorar como pessoas; mas se a tomamos pelo lado mais negativo, não construtivo, ela pode chegar a ser devastadora, sobretudo no que diz respeito à relação com os outros. Ou seja, dependendo da forma através da qual falarmos com nós mesmos por meio da linguagem interna dos pensamentos, sentiremo-nos de uma ou de outra forma.

Autocrítica saudável e autocrítica negativa

A autocrítica saudável é aquela prática que consiste em ser consciente das próprias falhas e erros, assumindo-os e propondo-se a corrigi-los, ou, ao menos, a atenuá-los na medida do possível. Trata-se de algo como uma autoavaliação, tanto dos pontos negativos quanto dos positivos, de nossas atitudes, pensamentos e sentimentos, por meio da qual iniciamos um processo de aprendizagem com o propósito de melhorar aquela característica que criticávamos, estando assim muito ligada ao conceito de superação pessoal. A autocrítica saudável consiste em um instrumento muito importante para chegarmos a nos conhecermos melhor, aumentando a nossa autoestima.

Desse modo, a crítica feita a si mesmo se mostra necessária e útil. Entretanto, uma coisa é utilizá-la como forma de aprendizagem e outra muito diferente é fazê-lo de forma patológica e desadaptativa, julgando-se, culpando-se e considerando quase todas as próprias atitudes como erros imperdoáveis. Nesses casos, a autocrítica se torna uma voz interior negativa, que julga e ataca continuamente, como se tivéssemos um romance tortuoso com nós mesmos. A diferença entre esses tipos de autocrítica se encontra no sentimento e na conduta resultantes de sua prática. Enquanto a autocrítica saudável ou positiva nos permite crescer, a autocrítica negativa nos condena, propiciando o desenvolvimento de uma baixa autoestima.

Se nós nos detivéssemos com mais frequência e escutássemos a nós mesmos, observando nossa linguagem interna, talvez nos déssemos conta do maltrato que infligimos a nós mesmos. E, a partir daí, ao invés de nos chicotearmos com a autocrítica negativa, que nos faz permanecer imóveis, com sentimentos como a culpa e a vergonha, passaríamos a aceitar os erros como aprendizado e como ponte rumo à superação.

“Temos que aprender a ser nossos melhores amigos, porque caímos muito fácil na armadilha de nos tornarmos nossos piores inimigos” (Roderick Thorp)

Imagem: cortesia de Félix Holland 


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