Reclamar com assertividade: uma arte

Reclamar com assertividade: uma arte

Última atualização: 05 maio, 2016

Quem nunca teve na vida motivos, razões ou necessidades que nos levassem a reclamar? As relações humanas são um terreno conflituoso, no qual negociações, concessões e acordos são definidos de forma permanente. Mas os resultados nem sempre são os melhores. Às vezes estes acordos, implícitos ou explícitos, não são alcançados ou cumpridos, e é quando se deve reclamar; mas com assertividade.

Como não reclamar no trabalho se às vezes as pessoas dão mais importância aos próprios interesses do que às suas necessidades? Como não reclamar com o nosso parceiro ou parceira, se ele começar a agir de forma indiferente, hostil ou desinteressada? Como não reclamar com a família se, às vezes, pedem para você fazer coisas que não consegue ou que na verdade não deseja fazer?

A princípio, na maior parte das vezes essas pequenas injustiças não são graves, mas elas podem ser a semente de problemas mais complexos que não podem passar despercebidos. Uma boa reclamação a tempo é melhor do que um silêncio que pode gerar tempestades futuras. A chave é saber como reclamar. Aqui estão algumas ideias que vão te ajudar a avançar na arte de reclamar com assertividade.

Treine a arte de reclamar com assertividade

Mulher soprando sobre um livro

Como toda arte, a de reclamar de forma assertiva também exige prática. Na realidade são poucos os casos em que recebemos algum tipo de instrução sobre como fazer isso, então o melhor é que você comece com um treinamento básico.

Comece com reclamações pequenas, tendo como objetivo ser eficaz no que você pede. O ideal é que você tente fazer isso com pessoas que não fazem parte do seu ambiente diário, e que façam algo para merecer a queixa. Por exemplo, um eletricista que fez a instalação mal feita. Trata-se de expor para a pessoa o que parece errado para você, mas de forma tranquila e clara.

Reconheça o melhor dos outros e use sempre a primeira pessoa

Esta é uma chave mágica no mundo da assertividade e não se aplica apenas às reclamações, mas a todo tipo de situações. Ao invés de expor o seu incômodo questionando o que a outra pessoa fez ou disse, expresse a forma como a situação te afeta para buscar o entendimento do outro.

Vamos pegar um exemplo: você tem um chefe que aos poucos lhe dá cada vez mais trabalho, até chegar a um ponto em que você não consegue sair na hora, a não ser que estenda a sua jornada sem ganhar nenhuma compensação em troca. Você tem medo de reclamar porque ele é exigente e está sempre dizendo que o número de funcionários será reduzido.

Você poderia dizer que ele está passando por cima do seu direito de manter uma jornada de trabalho definida. No entanto, se você fizer isso deste modo, pense que certamente o resultado será um conflito aberto ou, em todo caso, algum tipo de ressentimento.

Então, o melhor é buscar um momento adequado para expor para a outra pessoa o que essa situação representa para você. Diga, por exemplo, que você entende que há muito trabalho e que sabe que ele quer que tudo saia bem. Acrescente que você quer colaborar, mas que para isso você foi obrigado a estender a sua jornada de trabalho e que isso está causando uma desorganização em outros aspectos da sua vida.

Aumente a sua habilidade de ser simples, direto e manter a calma

A melhor comunicação é aquela que vai direto ao ponto. Não é que seja preciso ser conciso ou seco, mas você deve ter uma maneira gentil de expor a sua reclamação sem rodeios, de uma forma simples e sem dar voltas maiores no assunto. Os rodeios costumam ser interpretados como insegurança ou como uma tentativa de manipulação.

Galho contra a luz

O que complementa este modo assertivo de se comunicar é que você trabalhe no autocontrole das emoções. Se você mantiver a calma, as suas probabilidades de resolver o problema aumentam exponencialmente. Lembre-se de que ninguém nasce com autocontrole, esta é uma habilidade adquirida. Trabalhe nisso.

Perseverança e seleção

Muitos dos conflitos ou desacordos não são resolvidos tão facilmente. Às vezes, não basta apresentar uma reclamação assertiva e respeitosa para que a outra parte entenda. Você deve ser paciente e persistente para que te tratem com justiça. Muitas vezes você vai ser obrigado a expor a sua reclamação mais do que uma vez.

De qualquer forma, também  existem reclamações que devemos deixar para trás se o objetivo a alcançar não é significativo. Para que gastar seu tempo e suas energias em uma reclamação que a outra pessoa não está disposta a admitir, não porque não seja razoável, mas porque não existe a intenção de reconhecer os seus direitos, suas expectativas e suas necessidades?

Nestes casos, é um absurdo persistir. A melhor saída é tentar colocar um ponto final na situação que, em essência, é insolúvel. Pode ser que você perca algo momentaneamente, mas a longo prazo, certamente você ganhará muito mais.

Mulher com nuvem na cabeça

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