O respeito é como o dinheiro: uns pedem, outros ganham

O respeito é como o dinheiro: uns pedem, outros ganham

Última atualização: 10 agosto, 2016

O respeito é um valor universal que todos deveríamos praticar sem restrições. No entanto, há quem o imponha sobre si sem levar em consideração os outros, reivindicando um direito não conhece aproximação ou empatia. Porque o respeito é ausência de exploração e se alguém não é capaz de oferecê-lo, tampouco poderia exigi-lo.

A etimologia das palavras sempre nos ensina coisas sábias. Nesse caso, se investigarmos as raízes da palavra “respeito” iremos no deparar com “respectus” que deriva, por sua vez, de “specere” que significa voltar a olhar, revisar e diante de tudo “ter a sabedoria para ver algo em sua essência ou em sua individualidade”.

Sem respeito se perde tudo: o amor, a honestidade, a integridade… Poucos valores são tão essenciais como saber respeitar uns aos outros, com nossas diferenças e particularidades.

Todos já sentimos na própria pele um momento em que não fomos respeitados em algum aspecto. As injustiças acontecem em todos os âmbitos: família , escola, trabalho, relacionamento a dois… É necessário refletirmos um pouco mais sobre isso, porque, como disse Kant em certa ocasião, com o respeito, a dignidade é desenvolvida por si mesmo e por aqueles que nos rodeiam.

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O respeito começa sempre em nós mesmos

O respeito começa sempre em nós mesmos, porque quanto maior é nosso nível de autoestima, mais respeitamos os outros. Pode parecer óbvio, sabemos disso, mas não é porque as coisas são lógicas que as praticamos sempre, como ocorre nesse caso. A capacidade de nos respeitarmos de maneira íntegra e autêntica supõe sermos capazes de desenvolver os seguintes aspectos:

  • Ter uma atitude positiva em relação a nós mesmos, reafirmado nosso valor pessoal e, ainda, sabendo agir com equilibro de acordo com nossos valores e necessidades.
  • O respeito por nós mesmo é saber que temos o direito de sermos felizes, de nos defender diante das injustiças, de ter espaço próprio e uma opinião a ser ouvida.
  • É necessário, também, sentir que somos merecedores de cada coisa que alcançamos, fortalecendo nossa autoestima e, por sua vez, sendo responsáveis por cada triunfo, por cada decisão tomada e, inclusive, por cada erro cometido.

Se entendermos e interiorizarmos cada um desses aspectos, teremos consciência de que aqueles que estão diante de nós também merecem as mesmas coisas. Porque quem é incapaz de se respeitar não sentirá nada na hora de magoar os outros.

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A falta de respeito ou a incapacidade de “se colocar no lugar dos outros”

Erich Fromm tratou de forma muito completa o tema do respeito em seu livro “A arte de amar”. Para o célebre filosofo, humanista e psicanalista, esse termo nunca poderia partir do medo ou da imposição. Se respeitamos alguém, não devemos fazer isso por medo ou submissão, como ocorre em algumas relações entre pais e filhos, ou até mesmo nos relacionamentos amorosos.

O respeito não se compra nem se vende, tampouco se dá: o respeito se ganha.

Respeitar deveria ser, na verdade, uma atitude praticada a partir da admiração: “eu o respeito porque admiro sua forma de ser, porque o conheço e tenho empatia por você”. Obviamente, sabemos que isso nem sempre acontece e que, muitas vezes, devemos enfrentar esse tipo de conduta.

  • Há aqueles que acham que possuem os melhores valores, as melhores atitudes e, por isso, exigem um respeito quase reverencial, minimizando os direitos dos outros.
  • Quem não respeita a si mesmo, quem carece de iniciativa, autoestima, necessita que os outros lhe mostrem respeito para ter poder, para alimentar o ego de suas próprias carências. São comportamentos muito destrutivos.

Respeitar é, acima de tudo, aceitar os outros da forma como são, sendo, por sua vez, sensíveis às suas necessidades. Se a pessoa carece de empatia e é incapaz de se colocar no lugar dos outros, será impossível que ela produza essa aproximação, esse ato de humildade e tolerância.

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Praticar o respeito não custa nada e faz muito

Respeitar os outros é o valor intrínseco mais nobre que podemos praticar no dia a dia. Ora, tal como assinalamos anteriormente, nunca devemos oferecê-lo por submissão ou porque nos foi imposto. Todo o ato sincero deve ocorrer a partir da liberdade do próprio coração, nunca a partir do medo.

Respeitar é tolerar pensamentos diferentes dos nossos, é aceitar que existem outras formas de entender o mundo e que todas elas são igualmente legítimas. Se não admitimos que nossos filhos têm opinião e iniciativas próprias, estaremos impedindo seu crescimento pessoal e, consequentemente, estaremos agindo com falta de respeito.

Por sua vez, o casal que nutre, desde o início, a igualdade, a honestidade e a cumplicidade pelas pequenas coisas, constrói uma relação saudável e, acima de tudo, feliz. Porque devemos depositar respeito, devemos depositar harmonia, em cada pessoa que entra ou passa pela nossa vida e, além disso, por cada animal e pela própria natureza.

Porque o respeito é a essência da nobreza, esse dom deveria definir sempre o ser humano…  

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Imagens cortesia de  Claudia Tremblay


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