Semeie o ódio e colha a violência

Semeie o ódio e colha a violência

Última atualização: 03 junho, 2016

A principal consequência do ódio é a violência. O ódio é como um apetite incontrolável que nunca é saciado. É formado pela raiva, pelo ressentimento, e sempre encontra uma razão para incendiar-se novamente. Sem dúvida, é uma das paixões mais escravizantes para os seres humanos.

Geralmente há um sentido positivo nesse ditado popular: “quem planta, colhe”. No entanto, na realidade ele se aplica tanto para o bem como para o mal. Ou seja, se você semeia amor, colherá amor; mas se semear o ódio, certamente colherá ódio e violência.

“Mais homens se unem para compartilhar um mesmo ódio do que um mesmo amor”.

Jacinto Benavente-

O ódio se multiplica rapidamente

Quando alguém ataca outra pessoa, seja por qualquer motivo, gera muita raiva e tristeza: uma ferida difícil de cicatrizar. Essa dor depende da magnitude da ofensa recebida e das mágoas que a pessoa guarda no coração, de acordo com as experiências já vividas.

Quanto mais sofrida for a experiência da pessoa, maiores feridas encontraremos. Algumas pessoas tendem a se lembrar mais dos maus momentos do que dos bons, e se apegam mais aos erros do que aos acertos.

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Da agressão ao ódio é apenas um passo. Uma série de ataques vão gerando condições para odiar. O ódio se instala no coração e este sentimento inquietante pode ser mais forte do que o amor. As agressões vão aumentando porque sempre existe “uma conta para cobrar”.

Nada justifica a violência

A violência nunca nos leva a algo bom; geralmente nasce da covardia e da ignorância. É um comportamento que denigre e prejudica a condição humana, inclusive no plano ético e social.

A violência gera mais violência e as suas consequências são quase sempre as mesmas: ódio, rancor e um grande desejo de vingança. Isto se transforma em um círculo vicioso, do qual não conseguimos fugir.

No entanto, embora existam raras ocasiões em que a violência pode ser entendida como autodefesa, temos sérias dúvidas sobre sua validade e aceitação. Deve ser sempre o último recurso, isto é, quando não houver outra saída. Só é válida quando existe algo muito sério em risco.

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A violência não é apenas uma agressão física ou verbal. Há gestos profundamente violentos que não precisam de uma palavra sequer. Por exemplo, quando alguém denigre o outro apenas com o olhar ou é cúmplice de uma injustiça, por mera conveniência, porque denunciar pode lhe trazer problemas.

Por mais que esse tipo de violência seja sutil ou disfarçado, sempre provoca algum efeito. Provoca no outro uma série de ressentimentos e forma um círculo dramático onde duas pessoas estão intimamente ligadas por um sentimento doentio.

Quase todas as pessoas que usam a violência acreditam que estão certas. Quando examinamos esses ódios que duram anos e até séculos, percebemos que cada um dos envolvidos acredita que as suas agressões são apenas um ato de defesa plenamente justificado.

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Querem evitar as agressões e agridem primeiro. Querem ser respeitados e fazem tudo para aterrorizar o outro. Querem a paz e fazem o possível para silenciar aqueles que pensam de forma diferente. Então, se recebem em troca uma agressão, confirmam a validade dos seus propósitos.

Por exemplo, por que quando contamos uma mentira, planejamos tudo tão bem que quase sempre alcançamos o nosso objetivo? Por que quando dizemos a verdade encontramos tantos obstáculos e rejeições para a sua realização?

Quebrar o ciclo de ódio e violência?

O perdão liberta. A paz é a condição “sine qua non” para a felicidade. Entretanto, nem perdoar e nem alcançar a paz são atos automáticos. Eles exigem uma reflexão profunda que começa com o reconhecimento dos nossos erros e equívocos. .

O mundo precisa de seres fortes e corajosos que não têm medo de voltar atrás para evitar um conflito. Eles são capazes de manter a calma e esperar até o outro se acalmar para iniciar um diálogo produtivo. Procuram entender o outro, ao invés de julgá-lo, condená-lo e até mesmo puni-lo.

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Talvez precisemos de pessoas atrevidas, ousadas e determinadas a acabar com os “maus hábitos”. Pessoas dispostas a plantar boas sementes nos jardins do crescimento pessoal: uma maneira interessante de resistir ao nível elevado de violência, tensão e agressividade em que vivemos… e que nos impede de tirar a venda dos olhos.

 


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