A síndrome do espelho

A síndrome do espelho

Última atualização: 30 setembro, 2015

A repercussão do que nos oferece nosso reflexo sobre nosso físico, quando nos olhamos no espelho, pode afetar a nossa maneira de nos relacionarmos com os demais e também com nós mesmos. A chamada “síndrome do espelho” é mais frequente do que pensamos.

Do hábito de nos olharmos e nos analisarmos em frente ao espelho, pode surgir a necessidade de aprendermos a conviver com o corpo que temos e a analisar nossos complexos e defeitos, antes de procurá-los nos demais.

A síndrome do espelho tem a ver com os comportamentos que as pessoas têm em relação a sua própria imagem, distorcendo-a até enxergar defeitos ou magnificar aqueles que acreditam ter. Poderíamos dizer que este objeto que temos no quarto, no banheiro, ou em qualquer outro lugar de nossa casa, é o mediador em uma relação.

Na maioria dos casos, o casal composto por uma “pessoa e sua imagem” é bastante díspar, e pode vir a ser o causador de uma relação doente e cheia de problemas, sofrimentos, dificuldades, preocupações, briga, etc.

Assim como ocorre ao se conviver com alguém, temos que aprender a viver diariamente com o nosso corpo e, sobretudo, com o que vemos no espelho, que não é nada mais que uma projeção que fazemos de nós mesmos.

“Espelho, espelho meu… Existe alguém mais bonita do que eu?” Já dizia a malvada bruxa do conto Branca de Neve. Ela fazia o impossível para ser sempre jovem e formosa.

Na realidade não temos poções ou bruxarias para que isto aconteça; a fonte da juventude não existe. O que existe é a capacidade de nos amarmos como somos e, sobretudo, de nos aceitarmos, sem importar a idade, os quilos, as rugas ou os centímetros.

A síndrome do espelho pode se tornar uma patologia como ocorre nos casos de bulimia e anorexia, dois transtornos muito frequentes na adolescência e principalmente entre as mulheres. Não importa o quanto elas emagreçam, estas mulheres (e alguns rapazes também) sempre se verão gordas e feias, produto de uma distorção a nível cognitivo.

Como superar a síndrome do espelho?

Em primeiro lugar, é necessário deixar de lado os preconceitos e as comparações. Não somos melhores e nem piores que os demais; só diferentes.

Mais gordo, mais magro, mais alto, menor, mais bonito, mais feio… são só apreciações arbitrárias. A moda vai mudando e os padrões de beleza também. É só olhar as pinturas de três séculos atrás.

Cada um de nós é bonito por suas características particulares, somos únicos e inigualáveis, os seres mais bonitos de toda a criação. Isto não quer dizer que devemos nos tornar narcisistas e admirar nossa imagem o tempo todo, acima de todas as coisas e pessoas, exibindo nossa beleza. Significa que precisamos aprender a nos amarmos e a nos aceitarmos como realmente somos.

Por outro lado, é fundamental começar a rir de si mesmo, dos nossos erros e do que não gostamos. Um toque de humor aliviará muito a existência e melhorará a relação que temos com o nosso corpo e também com os demais.

Também é fundamental nos tornarmos os nossos melhores amigos e cúmplices. O que isto quer dizer? Não prejulgar nossa imagem pelo que nos mostra o espelho. Se estamos de bom humor, felizes e satisfeitos, verdadeiramente, não importa o tamanho do quadril, da barriga ou do nariz.

E como medida fundamental, devemos nos amar para que, depois, possamos amar aos demais. Se não nos respeitarmos, ninguém o fará.

A única pessoa com quem são permitidas comparações é você mesmo, ninguém mais. Você só precisa lutar e superar-se a cada dia, ser uma pessoa melhor e desenvolver novas habilidades. Você poderá analisar como era ontem e como é hoje, não para criticar-se, mas sim para saber de que maneira agir para evoluir.

A percepção de nosso físico é só um reflexo de nosso estado interno. Devemos nos preocupar com a nossa saúde, não com as aparências. Certamente, dessa forma, você terá uma percepção diferente da sua imagem no espelho. Faça um teste: se você se olhar no espelho um dia que estiver triste e se comparar com algum outro dia, no qual estava feliz, verá uma grande diferença.

No momento em que nos aceitarmos como somos, teremos a capacidade de rir de nossos erros e enganos, sem nos importarmos com o que reflete o espelho; é quando teremos nos tornado, verdadeiramente, pessoas equilibradas e felizes.

Quando pudermos rir de nós mesmos, poderemos sorrir para os demais, um sorriso que mostrará a nossa verdadeira essência e que encantará os que estiverem ao nosso redor.


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