Sorria quando puder, chore quando precisar

Sorria quando puder, chore quando precisar
Raquel Aldana

Escrito e verificado por a psicóloga Raquel Aldana.

Última atualização: 14 dezembro, 2021

-Deixe que se vão, Lúcia – disse a avó.

-Quem?

-As lágrimas! Às vezes, parece que são tantas que achamos que vamos nos afogar nelas, mas não é bem assim.

-Você acredita que um dia elas deixarão de cair?

-Claro! – respondeu a avó com um doce sorriso. As lágrimas não caem por um longo tempo; cumprem o seu trabalho e seguem o seu caminho.

-E qual é o seu trabalho?

-Elas são como a água, Lúcia. Limpam e clareiam como a chuva. Tudo fica mais claro depois da chuva…

A chuva sabe o porquê.

Infelizmente, a nossa sociedade não nos permitir chorar. É como uma espécie de tributação obrigatória à qual nos submetemos quando queremos que os outros tenham uma boa imagem de nós.

No entanto, nos permitirmos expressar nossas emoções é uma fonte de libertação que temos que aproveitar. Devemos nos livrar desse “eu interior” que continua a repetir que adultos e pessoas fortes não choram.

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Depois da tempestade sempre vem a bonança

Você deve estar ciente de que tudo é passageiro. Ou seja, embora a escuridão o envolva, gradualmente você verá a luz. Isto lhe permitirá apreciar a paz interior.

Para compreender um pouco melhor as nossas emoções e suas diversas manifestações, basta refletir um pouco e perceber como nos comportamos diante dos acontecimentos da nossa vida. Será que o que nos incomoda está no exterior ou, pelo contrário, dentro de nós?

Sabemos que esconder nossa dor é parte de uma série de mecanismos de defesa que usamos como escudo, mas ao tentarmos nos proteger “do que os outros pensam”, estamos perdendo a nossa identidade e sabotando o autoconhecimento.

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As emoções não são superadas

Não temos que tentar superar a nossa tristeza e nem entrar em conflito com os nossos sentimentos. Se pensarmos bem, é bastante improdutivo lutar contra nós mesmos.

Temos que desaprender o que a sociedade nos ensinou e abraçar nossos demônios, pois eles não são os vilões da história.

Não se trata de expressar nossas emoções de uma forma ou de outra, já que cada um tem sua própria maneira de exteriorizar seus sentimentos; trata-se de valorizá-las como mensageiras daquilo que é difícil colocar em palavras.

Como vão nos acompanhar sempre, temos que aceitá-las e nos relacionarmos com elas naturalmente, sem forçar, ligando-as ao nosso corpo.

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Não aprisione suas emoções, experimente-as

É provável que em mais de uma ocasião você tenha tentado conter suas emoções e o que você conseguiu tenha lhe parecido uma pequena vitória.

No entanto, é possível que ao fazer isso, você esteja alimentando uma série de emoções nocivas. Na verdade, embora a tristeza seja saudável, se você acumulá-la, as coisas podem ficar complicadas e até mesmo se transformarem em uma depressão.

Em outras palavras, tudo em excesso é ruim. Ou seja, você tem que ouvir a raiva, a tristeza e a alegria com a mesma frequência. Dessa forma, evitaremos que se transformem em monstros como a raiva, a depressão ou um otimismo excessivo que nos cause problemas.

Liberte suas emoções e ouça a mensagem que querem lhe transmitir. Se você não fizer isso, vai gerar um fardo pesado que irá resultar em uma prisão emocional que bloqueará suas reações.

Então sorria quando puder e quando precisar, mas não se esqueça de que suas lágrimas também devem cair de vez em quando para ajudá-lo a ver a vida, e principalmente o seu interior, de forma mais objetiva .


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.