Você já teve uma serendipidade?

Você já teve uma serendipidade?

Última atualização: 16 julho, 2016

Alguma vez já aconteceu algo na sua vida que você não esperava nem um pouco e que, de alguma forma, foi responsável por uma descoberta bem-aventurada? Chamam isso de serendipidade, porque chega sem avisar e sem querer, mas tem todo o poder necessário para chamar nossa atenção.

Com isso em mente, você poderia pensar que a serendipidade é uma forma mais bonita de classificar o “acaso”, mas são dois temas diferentes.  A primeira surge quando dirigimos nossos passos em direção a um ou outro destino, ou quando estamos preparados para encontrar algo nele de que ainda não tínhamos consciência e que nos faz bem. No entanto, os efeitos do acaso também podem ser negativos e atuam independentemente de estarmos preparados ou não para as suas consequências.

Qual é a origem da palavra serendipidade?

O termo Serendipidade (do árabe sarandib ou serendib) provém do conto oriental ‘Os Três Príncipes de Serendipi’, nome persa do Sri Lanka (Ceilão). A transmissão do conceito se deve em certa medida a Horace Walpole, que o adaptou para o inglês em 1754.

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O conto na verdade é um breve relato em que três príncipes, com um grande poder de raciocínio, são enviados para novas terras pelo seu pai. Durante essa viagem são acusados de serem ladrões por um homem que tinha perdido seu camelo. Ele acha que somente alguém com as informações que iam sendo reveladas pelos príncipes poderia ter roubado seu animal.

No final do relato, a serendipidade ou a casualidade os salva: o camelo aparece, comprovando que não houve roubo e os três príncipes têm a oportunidade de se explicar.

Algumas serendipidades do mundo real

Agora já sabemos que a serendipidade é o que Royston M. Roberts definiu como o “descobrimento que acontece graças a uma combinação de acidente e sagacidade”, mas é mais interessante saber na prática o que comentamos até aqui. Confira os seguintes exemplos de coisas que todos nós conhecemos e que foram descobertas graças a uma serendipidade:

  • A penicilina: o escocês Alexander Fleming descobriu a penicilina devido a um acidente no seu laboratório enquanto pesquisava sobre a gripe. Muitas das suas coletas tinham sido contaminadas e ao mostrar as suas placas para um amigo ele se deu conta que algo havia matado a bactéria staphylococcus.
  • O post-it: ainda que não tenha a importância da penicilina, não podemos negar a utilidade das notas adesivas que surgiram quando seu inventor, Spencer Silver, tentou fazer uma cola muito forte para a indústria aeroespacial. Em 1968, além de ter conseguido isso, criou uma cola fraca que não deixava resíduos e que logo se transformou numa boa alternativa às tachinhas.
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  • As batatas fritas ou “chips”: em 1953 o cozinheiro George Crum se encheu de serendipidade ao tentar irritar um cliente que normalmente se queixava da grossura das suas batatas. O que aconteceu foi que ele decidiu cortá-las mais finas e fritá-las, mas o resultado foi totalmente diferente do que ele esperava e todos nós sabemos o que aconteceu: o cliente adorou o prato e hoje essa é uma das guarnições preferidas de muita gente.
  • O Viagra: quem poderia imaginar que o viagra surgiria enquanto alguém examinava um medicamento contra a angina de peito? Pois isso foi o que aconteceu, o produto foi lançado comercialmente para tratar a disfunção erétil ao ficar constatado nas pesquisas clínicas que ele tinha apenas um leve efeito sobre a angina.

O motivo da atração pela serendipidade

A verdade é que eu escutei essa palavra tantas vezes nos últimos anos que eu não podia deixar de falar sobre ela, porque além disso ela é totalmente atual: é um conceito que foi acolhido de forma carinhosa e agradecida, sobretudo entre os mais jovens, e serviu de material para filmes com o mesmo nome, para livros como a poesia de David Sadness, para tatuagens e inclusive para algumas letras de música.

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A serendipidade desperta tanta atração precisamente porque aparece carregada de energia positiva e é como se algo mágico aparecesse em nossas vidas para ficar de vez. É como uma espécie de auréola de felicidade em tempo oportuno que estava ali unicamente para você: eu não acreditava na serendipidade até que fui pega por uma. Desde então, presto atenção aos pequenos detalhes que me rodeiam e procuro a essência do que eles querem me transmitir.


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