5 frases marcantes de Franz Kafka

5 frases marcantes de Franz Kafka
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 08 abril, 2020

Quase todas as grandes frases de Franz Kafka são uma verdadeira homenagem à literatura. Este escritor, nascido no antigo Império Austro-Húngaro, é considerado um dos mais universais da história. Não é à toa que ele foi escolhido como o romancista do milênio no hemisfério ocidental.

Kafka capturou como nenhum outro o espírito do homem contemporâneo. Seus romances e todos os seus textos têm uma enorme honestidade. Sua sensibilidade proverbial torna sua capacidade de observação uma obra-prima, que reflete claramente a alma humana.

“Ao acreditar apaixonadamente em algo que ainda não existe, nós o criamos. O inexistente é tudo que não desejamos o suficiente”.
-Franz Kafka-

Nas frases de Franz Kafka a violência psicológica, a solidão e o desamparo que habitam o ser humano são mostrados de maneira sutil. Além de seu valor estético, que é muito grande, o que torna este escritor único é sua capacidade de descrever sensações e realidades. Estas são cinco das suas afirmações.

1. O ponto a ser alcançado

Uma das frases mais interessantes de Franz Kafka diz o seguinte: “A partir de certo ponto não há retorno. Esse é o ponto a ser alcançado”. Em outras palavras, o ponto no qual o ser humano tem que chegar é o ponto de não retorno.

É chamada de ponto de não retorno a situação em que a opção de desfazer os passos é eliminada. A única alternativa é seguir adiante. Só se chega a um desses pontos de não retorno quando alguém se joga inteiramente rumo a algum propósito definido. A frase é uma chamada precisamente para isso: se jogar completamente em algo.

Mão diante do pôr do sol

2. Dom Quixote nas frases de Franz Kafka

A figura inspiradora de Dom Quixote também aparece em uma das frases de Franz Kafka. De um modo ou de outro, alude a esse personagem para fazer uma grande exaltação. Diz o seguinte: “A desgraça de Dom Quixote não é sua fantasia, mas Sancho Panza”.

Como se sabe, Dom Quixote incorpora o idealismo e o desprezo pelo real, o que ele considera vulgar. Por outro lado, Sancho Pança é a representação do realismo em sua expressão mais crua. A frase de Kafka é, então, uma defesa para a capacidade de sonhar e imaginar.

3. A origem da amargura

Um dos temas recorrentes na obra de Kafka é a infância, o desenvolvimento das crianças e seus efeitos na vida adulta. Uma de suas obras mais belas é a Carta ao Pai. É um texto que descreve, com um toque minucioso, o que uma figura de autoridade faz na sensibilidade de uma criança.

Criança assustada

Assim, uma das mais belas frases de Franz Kafka se refere a este assunto com uma lucidez impressionante. Ele ressalta: “O gesto de amargura do homem é, frequentemente, apenas o assombro petrificado de uma criança”. É genial a maneira como ele associa o medo da infância com a incapacidade de ser feliz quando adulto.

4. A paixão

Embora Kafka não tenha sido, nem de perto, um campeão de otimismo, boa parte de sua obra tem uma vitalidade que é própria apenas de alguém que aprecia profundamente a vida, com todas as suas maravilhas e suas amarguras.

Por isso, não é estranho encontrar neste escritor maravilhoso uma frase como a seguinte: “O importante é transformar a paixão em caráter”. Significa que aquilo que nos move profundamente deve ser refletido em toda a estrutura e expressão do nosso ser.

5. A paciência e o tempo

Esta é uma das frases mais nítidas de Franz Kafka. Diz o seguinte: “Todos os erros humanos são resultado da impaciência. Interrupção prematura de um processo ordenado, obstáculo artificial levantado em torno de uma realidade artificial”.

Pôr do sol

A frase significa que cada realidade tem um processo natural e que não deve ser alterada devido à impaciência. Ao interromper o desenvolvimento normal das coisas, só se chega ao erro. Intervir, isto é, interpor um obstáculo ao desdobramento livre das coisas, equivale a criar um artifício, uma mentira.

Kafka foi um burocrata que detestava a burocracia. Um escritor que pediu para destruir seus próprios textos. Um homem cheio de vitalidade, que morreu antes dos 45 anos de idade. Não chegou a se sentir feliz nem a experimentar tudo o que sua literatura era capaz de gerar. Como muitos outros gênios, talvez ele não fosse consciente da sua genialidade. Talvez este seja um dos grandes encantos de sua obra.


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