O amor nas pessoas introvertidas

O amor nas pessoas introvertidas

Última atualização: 27 fevereiro, 2017

O cérebro das pessoas introvertidas funciona de outra forma. Por isso seus relacionamentos amorosos costumam ser mais delicados: com muito menos palavras, mas com alguns “amo você” mais sinceros e profundos. São personalidades capazes de se conectar com o ser amado de uma forma muito mais intensa, quase mágica.

Poderíamos dizer sem medo de errar que a personalidade introvertida é muito melhor compreendida atualmente. Graças à diversidade de pesquisas e livros publicados, como “O poder dos introvertidos” de Susan Cain, sabemos de aspectos tão importantes como o fato dos introvertidos não serem necessariamente tímidos. São seletivos, observadores, sensíveis, e inclusive bons líderes em ambientes de trabalho.

“O preconceito contra a introversão leva a uma tremenda perda de talento, energia e felicidade.”
-Susan Cain-

Mas, no que se refere ao amor, é comum que as pessoas introvertidas tenham que enfrentar dificuldades típicas deste traço de personalidade. Na adolescência podem chegar a pensar que não têm nada a fazer diante do brilho e da luminosidade deslumbrante dos extrovertidos. Durante um tempo, habitam cantos silenciosos das últimas fileiras de onde observar o mundo em calma e discrição.

O adolescente introvertido costuma amar às escondidas. Não se atreve a dar um passo em um contexto que à primeira vista parece estar feito para os ousados, para os amantes do alvoroço e os grupos de extensos amigos onde todos falam e ninguém ouve.

Pouco a pouco o introvertido “desperta” e percebe as suas qualidades…

Quando a necessidade de solidão se transforma em um problema

Dizem que a simplicidade consiste em deixar de lado o óbvio para ficarmos com o que é significativo. Esta ideia é típica, sem dúvida, dos introvertidos. Não gostam das coisas artificiais, falar por falar, chamar a atenção ou investir tempo e energia em aspectos que não têm sintonia com a sua verdadeira essência, com a sua alma, com a sua personalidade.

Talvez por isso não seja tão fácil iniciar atividades como o flerte, frequentar festas para socializar ou travar um diálogo com a pessoa que o atrai se está em um grupo grande de gente. Não podemos esquecer que, assim como os neurologistas explicam, os introvertidos sofrem de mais cansaço neurológico na hora de se comunicar e socializar. Precisam, portanto, de longos momentos de solidão “para recarregar as baterias”.

Carl Gustav Jung também abordou com interesse o tema da introversão. Para ele, as pessoas introvertidas colocam toda a sua atenção no centro dos processos subjetivos e psicológicos. Por isso, costumam se afastar do ruído cotidiano para inspirar o necessário oxigênio da solidão.

Mas, vistas estas características… como conseguir um relacionamento amoroso? 

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As pessoas introvertidas e o amor

Atualmente está em andamento o que já se conhece como “Quiet Revolution”. Esta abordagem tem diversas finalidades. Por um lado derrubar falsas ideias: a introversão e a extroversão não são categorias estanques. São dois extremos de um coisa só, onde cada um costuma apresentar diferentes graus.

“Nos esquecemos de que nunca alguém está mais ativo do que quando não faz nada, nunca está menos sozinho do que quando está consigo mesmo.”
-Catón

O introvertido não odeia socializar, nem carece de habilidades sociais. É justamente o contrário. Estamos diante de alguém que conquistou a sua própria liberdade. Em uma sociedade hiperativa que nos obriga a estar atentos ao exterior pela quantidade de informação que coloca ao nosso alcance, o introvertido encontrou refúgio em si mesmo para ser mais criativo, sensível, original, analítico e um bom gestor emocional.

Às vezes não é necessário frequentar uma festa para encontrar um relacionamento amoroso. Este perfil de personalidade sabe em quais contextos se mover e como se conectar com os outros. É um sedutor ou sedutora de distâncias curtas, de conversas cara a cara, de instantes de simples e de mágica cumplicidade.

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Características do casal introvertido

Outro mito que precisamos deixar de lado é a ideia de que os introvertidos só formam bons casais com aqueles que têm a sua mesma personalidade. Isso não é verdade. Introvertidos e extrovertidos também formam excelentes relacionamentos nos quais enriquecem mutuamente.

Vejamos agora os traços que costumam defini-los:

  • A pessoa introvertida sente prazer compartilhando momentos de solidão com seu companheiro. Colocam toda a sua atenção e energia nessa pessoa. De forma semelhante, são mágicos arquitetos na hora de se conectar com nossas emoções mais profundas, edificando um compromisso firme e autêntico.
  • Por outro lado, e isso é importante, o perfil introvertido sabe dar espaço ao ser amado, porque ele ou ela também precisa desses momentos de solidão para processar o entorno, para ter prazer consigo mesmo.
  • Uma coisa que precisamos entender também é que nunca se deve obrigar a pessoa introvertida a ser ou fazer alguma coisa que não lhe agrada. São relutantes a mudar de hábitos, a ir contra os seus valores, essências ou costumes. Não entendem de artifícios nem “socializam mais” só porque o companheiro lhe pede isso.
  • Estar calado não significa que esteja pensando em “alguma coisa ruim”. Este é um fato muito frequente. Ter um companheiro introvertido implica às vezes compartilhar muitos momentos em silêncio. Que isto seja assim não significa que esteja entediado, que não saiba o que dizer ou que esteja desconfortável.

Não se deve bombardeá-lo com o clássico “o que você está pensando?”

Porque se existe uma coisa que as pessoas introvertidas apreciam é compartilhar esses momentos de silêncio. É se permitir ser a própria pessoa sem pressões, é se deleitar com essa simplicidade verdadeira, vinculando o próprio mundo interior com o do ser amado em simples cumplicidade.

Pode existir alguma coisa melhor do que isso?


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