Aprender com música pode mudar a estrutura do seu cérebro

Aprender com música pode mudar a estrutura do seu cérebro
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 05 janeiro, 2023

Faz tempo que sabemos que a música pode desempenhar um importante papel no aprendizado. Na verdade, aprender com música estimula diferentes partes do cérebro. Nesse sentido, diferentes estudos demonstraram que ouvir determinadas músicas e melodias melhora a memória de pacientes com alguns tipos de demências, como o Alzheimer.

A música pode nos ajudar a reter melhor a informação e otimizar o aprendizado, pois os sons podem ajudar a manter a nossa atenção, trazer emoções à mente e estimular imagens visuais. Assim, estudantes de todas as idades poderiam utilizar esse tipo de ajuda para melhorar sua concentração e reforçar a memorização da matéria que estão tentando assimilar.

Uma das grandes vantagens de aprender com música é que é possível escolher um estilo específico para cada objetivo. Na verdade, os especialistas sugerem qual estilo é melhor para adquirir um conhecimento específico.

Qual tipo de música é melhor para estudar?

Este é um bom momento para fazer uma importante diferenciação: estudar não é a mesma coisa que aprender. Embora o objetivo do estudo seja o aprendizado, nem todo aprendizado chega através do estudo. Na verdade, apesar de sabermos que a música pode desempenhar um papel importante no aprendizado, muitos especialistas garantem que, para estudar, a melhor coisa é o silêncio.

No entanto, a música pode ser uma boa aliada para criar um bom ambiente. Nesse sentido, foi descoberto que determinadas melodias podem melhorar certas habilidades cognitivas, como a inteligência espacial. Também foi comprovado que a música pode ajudar a deixar a mente no estado perfeito para os estudos.

Aprender com música é muito mais fácil

Por exemplo, é possível usar uma “melodia otimista” para motivar o aprendizado, especialmente músicas com letras que estimulam o pensamento positivo. Também podemos usar a música para melhorar nosso nível de energia, para nos concentrar ou para relaxar nos momentos de descanso.

Outra coisa bem diferente é utilizar a música como recurso para estimular a memória e fazer com que as lembranças deixem uma marca mais profunda na nossa memória, de maneira que o aprendizado se transforme em algo mais sensorial e/ou interativo. Nesse sentido, determinado tipo de melodia ou de letra podem ser ótimas aliadas para pais e professores.

Merece também uma menção especial quando a música é utilizada para manter a concentração em situações nas quais não é possível ficar em silêncio ou que é muito difícil se isolar de outros tipos de barulhos que dificultam a concentração. Na verdade, muitas pessoas têm dificuldades de manter a atenção quando há barulhos externos.

Nesse sentido, pesquisadores do Instituto Politécnico Rensselaer da Universidade de Troy, Nova York, descobriram recentemente que a inclusão de um elemento natural poderia aumentar o estado de espírito e o foco.

Assim, os sons da natureza podem mascarar tanto a fala inteligível quanto o ruído branco, ao mesmo tempo em que melhoram o funcionamento cognitivo, otimizando a capacidade de concentração. Embora seja verdade que esse estudo visava aumentar a produtividade dos trabalhadores, de certo modo podemos generalizar seus resultados para reduzir os problemas de concentração durante o estudo devido a barulhos externos.

Aprender com música produz alterações no cérebro

Digno de uma menção especial é o aprendizado de aptidões ou habilidades mais físicas. Em um novo estudo, elaborado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Edimburgo que foi publicado recentemente na revista médica Brain & Cognition, foi descoberto que o uso da música para aprender ou praticar uma habilidade física (aprendizado implícito ou procedimental) desenvolve uma parte importante do cérebro.

Os pesquisadores descobriram que as pessoas que praticavam um movimento básico com música mostravam uma maior conectividade estrutural entre as regiões do cérebro que processavam o som e controlavam o movimento.

A música nos ajuda a aprender

Isso significa uma boa notícia, especialmente para as pessoas que perderam algum grau do controle de movimento, pois o estudo pode ter consequências positivas para a pesquisa futura na reabilitação dessas pessoas.

Nesse sentido, o estudo sugere que a música representa uma diferença fundamental. Segundo os pesquisadores, a música anima as pessoas a se movimentarem e, na verdade, esse estudo proporciona a primeira evidência experimental de que a adição de músicas no aprendizado de novas tarefas motoras pode levar a mudanças na estrutura da substância branca no cérebro.

Para o estudo, os pesquisadores dividiram os voluntários destros em dois grupos e propuseram que aprendessem uma nova tarefa, a qual envolvia sequências de movimentos dos dedos com a mão não dominante. Um grupo aprendeu a tarefa com música enquanto o outro grupo realizou a mesma tarefa sem música.

Após quatro semanas, ambos os grupos de voluntários desempenharam igualmente bem as sequências de aprendizado. No entanto, após a análise das imagens de ressonância magnética dos voluntários, o estudo descobriu que o grupo que aprendeu com música mostrava um aumento significativo na conectividade estrutural no lado direito do cérebro, enquanto o grupo que aprendeu sem música não mostrou nenhuma mudança. É por isso que esses pesquisadores esperam que pesquisas futuras determinem se aprender com música pode ajudar em tipos especiais de programas de reabilitação motora.


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