Como combater o pensamento obsessivo

Como combater o pensamento obsessivo
Roberto Muelas Lobato

Escrito e verificado por o psicólogo Roberto Muelas Lobato.

Última atualização: 27 janeiro, 2023

Saiba como combater o pensamento obsessivo, que afeta 1 em cada 50 pessoas e é um dos problemas psicológicos mais ocultados por aqueles que sofrem com ele. O pensamento obsessivo consiste em ficar viciado em uma ideia e não ser capaz de se desfazer dela. Geralmente os pensamentos obsessivos causam preocupação e uma inquietação irracional e absurda. Tudo isso provoca um sofrimento desnecessário.

Todos nós já tivemos um péssimo dia, uma discussão ou situação que acaba nos aborrecendo o dia inteiro. Situações que fazem com que passemos o dia todo pensando nelas, e em como poderíamos ter agido ou reagido de outra forma. Por mais que queiramos, não conseguimos parar de pensar nelas. Apesar de não poder mudar nada, a mente não para de rever o que aconteceu e tudo acaba se transformando em um “quero parar, mas não consigo”. Estes são os pensamentos obsessivos.

O pensamento obsessivo como problema psicológico

Todos nós temos algum pensamento obsessivo. Então, ter um destes pensamentos não constitui um problema, muito menos uma patologia. No entanto, para algumas pessoas este pode ser um problema psicológico, já que estes pensamentos condicionam de maneira significativa as suas vidas. Além disso, elas tendem a ocultar o que acontece pois têm vergonha de confessar o que sentem.

Para estas pessoas, os pensamentos obsessivos são recorrentes. Os pensamentos obsessivos que elas têm envolvem preocupações absurdas e, apesar de saberem que são absurdas, não conseguem evitá-las.

Mulher nervosa roendo as unhas

Causas do pensamento obsessivo

O pensamento obsessivo surge por várias razões, ou melhor, pela combinação de várias razões. Uma das mais comuns está relacionada com o futuro, especificamente com a necessidade de prever o futuro. Queremos conhecer o futuro para saber que amanhã não ocorrerá nenhuma desgraça. Queremos controlar o incontrolável, mas não podemos. Todos os dias acontecem coisas inesperadas.

Outra das razões para que o pensamento obsessivo apareça está relacionada com a nossa baixa tolerância à ansiedade. Vivemos em um mundo em que estamos sempre correndo e, constantemente, somos bombardeados por estímulos e informações. Precisamos estar sempre ocupados, fazendo coisas. Tudo isso gera estresse e pode nos levar a sentir ansiedade. Trata-se de algo normal que o corpo já conhece, mas não se pode dizer o mesmo sobre a mente. Diante de uma certa ideia que provoca nervosismo, nós queremos nos livrar dela, não desejamos refletir sobre ela.

A última razão que mencionaremos é a terribilitis. A terribilitis é a crença de que qualquer adversidade é “terrível”. Nós pensamos que somos o centro do universo, portanto, qualquer contratempo é considerado o fim do mundo. Esta tendência a exagerar os problemas constitui outra das razões por trás dos pensamentos obsessivos. Apesar destas serem as três principais razões, existem outras, como o pensamento supersticioso, a vergonha excessiva, o medo do ridículo, etc.

Mulher meditando deitada

O que fazer para combater o pensamento obsessivo?

Qualquer pensamento obsessivo tem características que o definem e que podem nos ajudar a neutralizar a sua influência negativa. O principal é que 100% das pessoas que sofrem de pensamentos obsessivos podem se desprender deles ou reduzir o seu poder até que ele seja desprezível. Todos nós podemos nos libertar dos pensamentos obsessivos sem a necessidade de medicamentos. No entanto, será preciso fazer uma intervenção.

O tratamento se baseia em aprender a tolerar a ansiedade. Quanto mais incerteza formos capazes de tolerar, maiores os níveis de ansiedade que vamos poder suportar. Para isso, devemos nos acostumar com a ansiedade, pelo menos com certos níveis dela. Ser capaz de viver sem pensar naquilo que não podemos antecipar não é necessariamente ruim.

Por outro lado, também devemos deixar de dar importância para as “besteiras”. A maioria dos nossos contratempos são pouco relevantes, de modo que uma das melhores coisas que podemos fazer com um problema é situá-lo em seu devido lugar no plano de prioridades. Para isso, devemos aceitar o nosso modo de ser. Apagar a imagem de “perfeitos” tão irreal que formamos na cabeça. Devemos começar a ser pessoas que assumem as suas imperfeições. Tudo isso vai nos ajudar a afastar os pensamentos inúteis em geral, e a combater o pensamento obsessivo em particular. Resumindo, nós devemos colocar na cabeça que “nada é tão terrível quanto parece”.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.