Evitar a obesidade infantil é garantir a saúde dos nossos filhos

Evitar a obesidade infantil é garantir a saúde dos nossos filhos
Laura Reguera

Escrito e verificado por a psicóloga Laura Reguera.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A obesidade infantil é um assunto de extrema importância. Até pouco tempo atrás, o fato de uma criança estar rechonchuda era visto socialmente como um símbolo de saúde. Tanto é verdade que as mães das crianças que não eram “gordinhas” sofriam e eram objeto de críticas, chegando até mesmo a serem vistas como mães ruins.

Com o progresso dos conhecimentos científicos, essa visão mudou, se transformou. Agora estamos conscientes de que a obesidade infantil não significa mais saúde, nem presente nem futura. Também não é um sinal de que a família da criança tem mais ou menos recursos para alimentá-la ou de que ela receba ou, ainda, deixe de receber a atenção e os cuidados dos quais precisa. Mesmo assim, pode ser complicado conseguir que as crianças atinjam o peso adequado… O que podemos fazer quanto a isso?

“Se pudéssemos dar a cada indivíduo a quantidade adequada de alimentação e exercício, nem com economia nem em excesso, teríamos encontrado o caminho mais seguro para a saúde.”
-Hipócrates-

Os perigos psicológicos da obesidade infantil

Todos nós estamos conscientes dos problemas de saúde associados ao sobrepeso. A infância não está isenta dos perigos que podem resultar de um índice de massa corporal alto. Nesse sentido, podem aparecer doenças como a diabetes tipo II ou níveis elevados de colesterol.

“Os alimentos que você ingere podem ser a mais poderosa forma de medicina ou a forma mais lenta de veneno.”
-Ann Wigmore-

Mas quando se fala das consequência negativas dessa condição física, raramente se mencionam os problemas emocionais e psicológicos associados à obesidade infantil. As crianças com sobrepeso podem ter baixa autoestima, assim como insatisfação corporal.

Não se pode esquecer que, socialmente, aqueles com sobrepeso são vistos como pessoas que não merecem sucesso nem popularidade, e isso também é transmitido às crianças. Por isso, podem aparecer transtornos de ansiedade e depressão nas crianças, entre outros. Além disso, pode fazer com que nossos pequenos acabem apresentando transtornos alimentares no futuro.

O que pode provocar o aparecimento de casos de obesidade infantil?

Como já sabemos, a alimentação é a base que faz uma criança ter ou não obesidade infantil. Mas também é preciso considerar a influência de outros fatores psicológicos e hábitos de vida para conseguir fazer com que nossos pequenos tenham um peso saudável.

Nessa linha, é preciso ter em mente que muitas pessoas utilizam os alimentos como forma de aliviar o mal-estar emocional. Ou seja, elas comem mais e, além disso, alimentos menos saudáveis quando sentem emoções negativas. Se isso se transformar em um hábito, elas caem num círculo vicioso.

Criança segurando uma caneca

Para entender melhor: a criança come porque se sente mal e as emoções negativas desaparecem momentaneamente. Mas fazendo isso, ela vai ganhar peso e o mal-estar vai voltar… E como ela vai diminuir esse mal-estar que voltou? Empanturrando-se de comida de novo… Você vê onde eu quero chegar?

Além de usar a alimentação como um mecanismo de regulação emocional, outros hábitos do dia a dia também influenciam. Nessa linha, vai ser prejudicial a criança fazer as refeições sozinha, abusar dos alimentos pouco saudáveis, ficar sem tomar café da manhã ou dormir pouco. Por fim, é preciso levar em consideração se ela passa muitas horas assistindo televisão e se costuma ou não fazer exercício físico.

Como podemos combater a obesidade infantil?

Então, o que podemos fazer em casa para evitar que nossos pequenos sofram de obesidade infantil? A primeira coisa que precisamos fazer é estabelecer uma série de regras a se cumprir em casa que fomentem hábitos de vida saudáveis. Por exemplo, é preciso realizar cinco refeições por dia, assim como comer laticínios, cereais e frutas no café da manhã todos os dias.

“Tome café da manhã como um rei, almoce como um príncipe e jante como um plebeu.”
-Adelle Davis-

Além disso, pelo menos o almoço ou o jantar devem ser realizados com todos os membros da família à mesa. É muito importante que tanto os pais quanto os filhos comam todos os tipos de alimentos disponíveis em cada refeição. Não se pode esquecer de que é muito importante o exemplo que os pais dão, por isso eles devem servir como modelo para seus filhos.

Na relação com a alimentação, precisamos tentar não usá-la como uma forma de diminuir o tédio ou o mal-estar emocional da criança, para evitar entrar no círculo vicioso do qual já falamos. Igualmente, o consumo de “porcarias” deve ser limitado. Também é relevante estabelecer um horário limite para ir dormir, de forma que as crianças tenham, pelo menos, 10 horas de sono.

Menina andando de triciclo

Falaremos agora sobre o uso das novas tecnologias. Para evitar o sedentarismo, é preciso limitar o tempo que as crianças dedicam ao ócio a duas horas diárias. Nessa linha, é muito importante realizar todos os dias alguma atividade física, como caminhar, ir brincar no parque ou no quintal, ou ainda praticar algum esporte… Vamos proporcionar pesos e estilos de vida saudáveis aos nossos pequenos!

Imagens cortesia de Kelly Sikkema, Annie Spratt e Caroline Hernandez


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.