Meditação: o lugar onde o nosso cérebro encontra a paz

Meditação: o lugar onde o nosso cérebro encontra a paz

Última atualização: 26 julho, 2019

Praticar a meditação para relaxar e se libertar do estresse é uma prática que está cada vez mais em alta devido aos seus evidentes benefícios para a nossa saúde mental. No entanto, a modalidade que está recebendo mais atenção é a meditação consciente, pois seus benefícios estão mostrando ir muito além da eliminação do estresse.

A meditação consciente parece ajudar não só a solucionar questões psicológicas, mas também físicas, como problemas de hipertensão, dor crônica, psoríase, além de problemas do sono, ansiedade e depressão. Também estimula a função imunológica e ajuda as pessoas a pararem de comer compulsivamente.

Mas, além disto, foi provado que a meditação, especialmente a meditação consciente ou Mindfulness, ajuda a melhorar a função cerebral.

Estudos sobre meditação e funções cerebrais

Um novo estudo realizado na Universidade da Califórnia sugere que um dos efeitos de todo este foco e reorientação é o aumento da conectividade cerebral. Os pesquisadores compararam a atividade cerebral dos voluntários depois de oito semanas de treinamento para redução do estresse baseado na atenção plena com a de voluntários que não passaram por este tipo de prática.

As imagens por ressonância magnética funcional mostraram conexões mais fortes em várias regiões do cérebro, especialmente as relacionadas à atenção e ao processamento auditivo e visual.

praticar a meditação

Em um outro estudo posterior, realizado no Hospital Geral de Massachusetts, os pesquisadores usaram imagens por ressonância magnética para documentar o antes e o depois das mudanças na matéria cinzenta do cérebro. Os pesquisadores descobriram que a meditação poderia mudar, literalmente, o cérebro, o fazendo crescer de maneira importante e melhorando com isso todas as funções cerebrais.

Os pesquisadores explicam que encontraram diferenças no volume do cérebro após oito semanas de meditação, em cinco regiões diferentes nos cérebros dos dois grupos estudados. No grupo que praticou a meditação, encontrou-se um engrossamento em quatro regiões:

As principais diferenças foram encontradas no córtex cingulado posterior, que implica na mente errante e na auto-importância.

Também encontraram diferenças no hipocampo esquerdo, que ajuda na aprendizagem, na cognição, na memória e na regulação emocional.

A junção temporo parietal, que está associada à perspectiva, à empatia e à compaixão, também tinha aumentado.

Por último, foram observadas modificações na ponte tronco encefálica, uma área da base do cérebro onde se produz uma grande quantidade de neurotransmissores reguladores.

Também encontraram modificações da amígdala, a parte do cérebro onde são desencadeadas as reações relacionadas à luta ou fuga, importante para a ansiedade, o medo e o estresse.

Essa zona teve seu tamanho reduzido no grupo que passou pelo programa de redução de estresse baseado na atenção plena, também conhecido como Mindfulness, um tipo de meditação consciente. A mudança na amígdala também se relaciona a uma redução importante nos níveis de estresse.

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Meditação e mudanças genéticas

Até momento, os cientistas só podem especular sobre a relação entre estas mudanças no cérebro e os benefícios para a saúde associados à meditação consciente. No entanto, estas pesquisas se somam à crescente evidência de que as práticas de meditação podem alterar o corpo em um nível fundamental, inclusive genético.

Neste sentido, está sendo estudada a resposta de relaxamento provocada pela meditação, e como o estado de relaxamento profundo alcançado com técnicas como o mindfulness e a ioga podem modificar certos conjuntos de genes nas pessoas que os praticam com regularidade; estes genes poderiam estar envolvidos na forma pela qual o corpo controla os radicais livres, os processos de inflamação e a morte celular.


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