Melancolia, a felicidade de estar triste

Melancolia, a felicidade de estar triste

Última atualização: 15 maio, 2015

Victor Hugo diz que “a melancolia é a felicidade de estar triste”.

A verdade é que, quando nos sentimos melancólicos, nosso estado de ânimo costuma se associar à tristeza, ainda que o que estejamos lembrando sejam bons momentos do passado.

A melancolia sem memória não é possível. É um sentimento que nos lembra que algo nos falta, que esteve ali, que era bom para nós, mas que já não podemos recuperá-lo.

Lembramos de viagens, momentos, pessoas ou experiências que nos fazem pensar que qualquer momento passado foi melhor. Quando alguém está melancólico, realmente está sofrendo por algo que já não pode ter. É uma forma de dor permitida, isto é lembramos de algo ou alguém que já não está conosco. Isto dói, mas também nos faz pensar que é nosso, que nos pertence, ainda que seja só por alguns minutos e esteja alojado em nosso banco de lembranças.

A melancolia é também uma forma de não aceitar o presente, de não estar contente com o que temos agora. Quando nos permitimos viajar com a mente a outros lugares, a outros espaços, a outros tempos e procuramos uma companhia irreal, inconscientemente acreditamos que o que encontramos é algo que possuímos e do qual não podemos nos separar.

Melancolia e o presente

A melancolia se apresenta em momentos pontuais, mas pode se converter num problema quando se instala em nossa vida de forma permanente. É normal se sentir melancólico uma tarde ao olhar fotos antigas, ouvir uma canção e se lembrar de um momento agradável, ou pensar em alguém com quem compartilhamos nossa vida. Mas quando esta conduta se repete frequentemente, se não for tratada, pode levar a uma depressão.

Os especialistas asseguram que esta alteração traz à luz uma carência que as pessoas têm, de que estão descontentes com as suas vidas. Se a vida é plena, não haverá a necessidade de se aferrar ao passado para pensar que o de antes era melhor que o de agora.  Sentir-se mais ou menos melancólico vai depender do grau de satisfação que tivermos em nosso presente. Quando estamos felizes, não há tempo de evocar o passado, nem de pensar que tudo poderia ser de outra maneira.

Se amarrar ao passado é uma maneira de perder o presente.

Sabina cantou sobre este sentimento. A letra daquela música dizia “vivo no número sete, rua melancolia, faz anos que quero me mudar ao bairro da alegria”. A mudança não depende de ninguém, a não ser de nós mesmos.


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