Conheça os melhores exercícios e atividades para trabalhar as emoções

Conheça os melhores exercícios e atividades para trabalhar as emoções
Fátima Servián Franco

Escrito e verificado por a psicóloga Fátima Servián Franco.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

As emoções têm uma importância fundamental no desenvolvimento das experiências humanas. Elas são nossa forma de expressão e às vezes podem ser mais importantes que as palavras. Se as palavras não forem acompanhadas por emoções adequadas, dificilmente receberão crédito.

Normalmente, quando expressamos qualquer coisa com emoção, utilizamos gestos, imagens, metáforas verbais e diferentes tons de voz para nos comunicarmos melhor com as outras pessoas. Esses elementos nos ajudam a entender e a expressar muito mais que apenas palavras, sempre quando as emoções forem congruentes com tais palavras. Por isso, trabalhar as emoções é tão importante.

A construção biológica que rege nosso espectro emocional está presente no ser humano há mais de cinquenta mil gerações e contribuiu, com sucesso, para a nossa sobrevivência como espécie. Por isso, devemos trabalhar esse aspecto porque, muitas vezes, essa construção biológica está defasada em relação à realidade.

Cada um de nós vem ao mundo equipado com programas de reação automática ou com uma série de predisposições biológicas à ação. No entanto, nossas experiências vitais irão modelar nossas respostas aos estímulos emocionais. É isso que precisamos trabalhar para alcançar nosso equilíbrio emocional.

Se pensarmos cuidadosamente sobre a importância das nossas emoções, rapidamente nos daremos conta de que são muitas as situações em que elas influenciam decisivamente na nossa vida, mesmo que não nos demos conta. É importante reconhecer a maneira como nosso estado de espírito afeta o nosso comportamento, quais são as nossas capacidade e quais são os nossos pontos fracos. Poderíamos nos surpreender com o pouco que conhecemos de nós mesmos.

“Porque tudo no mundo é eternamente belo e cada momento tem sua emoção inefável.”
-Rafael Lasso de la Vega-

Nossas emoções nos dominam?

Quando somos pessoas emocionalmente inteligentes, deixamos os eventos influenciarem, mas não nos dominarem. O autocontrole emocional nos permite administrar nossos sentimentos ou nossas emoções para que estes não decidam por si mesmos.

Não é raro ficarmos bravos com nossa companheira ou nosso companheiro, nossos amigos, nossa família e nossos colegas de trabalho. No entanto, se fôssemos escravos das emoções, estaríamos continuamente agindo de maneira irresponsável ou impulsiva e, mais tarde, poderíamos nos arrepender. Nesse sentido, se não sabemos de onde vêm essas emoções ou por que as estamos sentindo, provavelmente isso vai nos levar a um estado mental de confusão.

Como trabalhar as emoções

Pense que nada faz nos sentirmos mais humanos que as emoções. Tão humanos e tão dependentes. Quando um sentimento poderoso nos inunda, é capaz de ocupar quase todo o espaço na nossa mente e de consumir boa parte do nosso tempo. Se esse sentimento for indesejável, há apenas uma forma rápida de eliminá-lo, de tirá-lo da nossa mente: outra emoção, outro sentimento mais forte, incompatível com o que queremos tirar da cabeça.

Controlar nossas emoções não se resume a vitórias ou imposições racionais nem a repressões ou ao controle das próprias emoções, mas no encaixe, na ligação entre as nossas emoções e o nosso raciocínio. Ou seja, em um equilíbrio de diferentes processos mentais.

Pessoas que têm muita inteligência emocional sabem que administrar e trabalhar as emoções não significa reprimi-las. No entanto, elas também sabem que, quando se está na companhia de outras pessoas, é preciso levar em consideração o modo como elas interpretam o que expressamos. O equilíbrio é a chave nas interações.

Para que as emoções não nos dominem, entre outras coisas, é preciso saber que as necessidades humanas vão muito mais das necessidades fisiológicas, como as comidas e as bebidas. Elas envolvem outras necessidades de caráter emocional.

Estar atento a esse aspecto da nossa própria psicologia vai nos permitir melhorar os “diagnósticos” que fazemos sobre possíveis conflitos emocionais. É por isso que as pessoas com muita inteligência emocional se acostumam a refletir sobre o que sentem e a ser coerentes com as conclusões que obtêm nessas reflexões.

“Plantamos sementes que florescem nas nossas vidas, portanto, elimine as sementes do ódio, da avareza, da inveja e da dúvida.”
-Dorothy Day-

Trabalhar as emoções através da arte

As artes, como toda expressão não verbal, favorecem a exploração, a expressão e a comunicação de aspectos dos quais não somos conscientes. Trabalhar as emoções através da arteterapia melhora a qualidade das relações humanas porque está voltada ao fator emocional, essencial em todo ser humano, nos ajudando a ser mais conscientes de aspectos obscuros e facilitando, dessa maneira, o desenvolvimento do ser humano.

É impossível conseguir ser consciente racionalmente ou linearmente de todas as atividades e de toda a informação que temos ao nosso redor. Quando dirigimos, por exemplo, a atenção principal está focada na atividade de olhar para frente e controlar o carro, mas ao mesmo tempo, inconscientemente, ouvimos o barulho do motor, trocamos de marcha, pensamos em coisas do passado ou do futuro.

Para simplificar, no pensamento consciente há três mecanismos criativos fundamentais para organizar a informação e a experiência: filtrar, generalizar e falsear. Esses mecanismos reduzem a informação, priorizando, excluindo e tomando decisões; eles são a base de todo aprendizado.

Os mecanismos que organizam a informação são a base para entender de onde vêm as nossas emoções. Se filtrarmos apenas a informação negativa de tudo o que acontece, provavelmente esses mecanismos podem nos levar a experimentar estados de ansiedade. Se, pelo contrário, filtrarmos de uma maneira mais adequada e realizando menos generalizações no âmbito pessoal, seria mais fácil experimentar emoções saudáveis, tanto negativas quanto positivas.

Trabalhar as emoções através da arte

Através da arte melhoramos nossa capacidade de comunicação não verbal. A arte pode nos ajudar a expressar e comunicar sentimentos, facilitando a reflexão, a comunicação e possíveis mudanças no comportamento. A arteterapia é um tipo de ajuda que utiliza a arte como uma via terapêutica para melhorar possíveis problemas psicológicos, especialmente os que estão relacionados à ansiedade. Nesse sentido, a arte pode ser uma ótima via para canalizá-los.

Mas, além do impacto terapêutico que possa ter, a arteterapia é uma técnica de desenvolvimento pessoal, de autoconhecimento e de expressão emocional. Portanto, não é necessário ter nenhum transtorno psicológico, apenas simplesmente sentir a necessidade de se descobrir através da arte e começar a trabalhar as emoções.

A arteterapia permite:

  • Expressar sentimentos difíceis de serem falados, proporcionando desse modo uma via de comunicação
  • Ter uma expressão verbal mais acessível
  • Melhorar a autoestima e a confiança

 “A educação emocional é a habilidade de ouvir quase qualquer coisa sem perder a calma e a autoestima.”
-Robert Frost-

Como melhorar nossa inteligência emocional?

A ideia em si do que é a inteligência emocional permite entrever que ela pode ser treinada através de práticas. Se a inteligência emocional é, em resumo, nossa capacidade de administrar e trabalhar as emoções de maneira bem-sucedida e considerando que a maneira como essas emoções aparecem varia, também estaremos transformando em outra coisa o desafio que significa enfrentá-las.

Diferentemente do quociente de inteligência (Q.I.), que permanece praticamente igual durante toda a vida, a inteligência emocional pode ser desenvolvida e aperfeiçoada com o tempo. Podemos e devemos aprender a desenvolver nossa inteligência emocional por meio de técnicas que a psicologia nos proporciona.

Trabalhar as emoções não é uma tarefa simples. No entanto, mesmo que seja uma tarefa complicada, não é impossível. Para melhorar nossa inteligência emocional e trabalhar as emoções, devemos estar dispostos a sentir qualquer tipo de emoção, sem reprimir nenhuma. Se ignorarmos ou reprimirmos nossos sentimentos, estaremos ignorando informações importantes que têm grande efeito na nossa maneira de pensar e de nos comportar.

Técnicas para desenvolver e melhorar a inteligência emocional:

  • Observar nossas reações emocionais durante os acontecimentos do dia. É fácil afastar os sentimentos daquilo que se vive no dia a dia, mas separar um tempo para reconhecer quais sentimentos suas experiências diárias provocam é essencial para melhorar a inteligência emocional.
  • Prestar atenção no seu corpo. Em vez de ignorar as manifestações físicas das suas emoções, comece a escutá-las. Nossas mentes e nossos corpos não são entidades separadas, elas se influenciam em um nível muito profundo. Você poderá aumentar sua inteligência emocional aprendendo a interpretar os sinais do seu corpo que indicam o tipo de emoção que você está sentindo.
  • Evitar julgar suas próprias emoções. Todas as nossas emoções são válidas, inclusive as negativas. Se julgarmos nossas emoções, iremos inibir nossa capacidade de sentir plenamente, o que vai fazer com que seja mais difícil aproveitar nossas emoções de maneira positiva. Todas as nossas emoções são uma parte nova de informação útil que está conectada com algum acontecimento do mundo pessoal. Sem essa informação, não teríamos ideia de como reagir adequadamente.
Trabalhar as emoções para ser mais feliz
  • Ser aberto e agradável anda de mãos dadas com a inteligência emocional. Uma mente fechada costuma ser um indicador de inteligência emocional menor. Quando se tem a mente aberta através do entendimento e da reflexão interna, é mais fácil enfrentar as dificuldades de maneira mais tranquila e segura.
  • Observe o efeito que você exerce sobre os demais. Para melhorar a inteligência emocional, compreender as emoções das outras pessoas representa metade do caminho andado. Também vamos precisar compreender o efeito que exercemos sobre os outros.
  • Diminuir os níveis de estresse elevando nossa inteligência emocional. O estresse é um termo amplo que faz referência à angústia que se sente devido a uma grande variedade de emoções. Há uma enorme quantidade de motivos que desencadeiam o estresse, o qual pode transformar qualquer problema diário em algo muito mais desafiante do que realmente é. Se estamos muito estressados, é difícil conseguir nos comportar da maneira como gostaríamos.
  • Empatia. Ser um ouvinte mais ativo e prestar verdadeira atenção ao que está sendo falado pelas outras pessoas nos ajudará a adquirir um melhor entendimento dos sentimentos. Quando conseguirmos usar essa informação para tomar decisões e melhorar nossas relações, este será um sinal inconfundível de que nossa inteligência emocional está em bom estado.

A inteligência emocional significa mais que controlar os sentimentos e trabalhar as emoções. Também significa a capacidade de controlar a si mesmo.

“São meus amigos os heróis de toda uma vida, doce emoção que ultrapassa a cruel realidade.”
-Miguel Abuelo-

Referências bibliográficas:

Antunes, C. (2004). Juegos para estimular las inteligencias múltiples (Vol. 5). Narcea Ediciones.

Arteterapia, A. P., & para la Inclusión Social, E. A. (2016). Ser, narrar, imaginar. Experiencias Arteterapéuticas en intervención con menores y aportaciones desde la mirada interdisciplinar. Arteterapia11, 221-222.

Bassols, M. (2006). La arteterapia, un acompañamiento en la creación y la transformación. Arteterapia. Papeles de arteterapia y educación artística para la inclusión social1, 19-25.

Duncan, N. (2007). Trabajar con las Emociones en Arteterapia/Art Therapy and emotions. Arteterapia2, 39-49.

Fernández, E. R. (2007). Aplicaciones del Arteterapia en aula como medio de prevención para el desarrollo de la autoestima y el fomento de las relaciones sociales positivas:” Me siento vivo y convivo”/” Art Therapy applications in the classroom as a preventive measure using artistic manifestations for the self esteem development and the fostering of positive social relationships:” I FEEL ALIVE AND CO LIVE”. Arteterapia2, 275-291.

Gardner, H. (1998). Inteligencias múltiples. Barcelona: Paidós.

Goleman, D. (1999). La práctica de la inteligencia emocional. Editorial Kairós.

Greenberg, L. (2000). Emociones: una guía interna. Ed. Descleé de Brouwer.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Antunes, C. (2004). Juegos para estimular las inteligencias múltiples (Vol. 5). Narcea Ediciones.
  • Arteterapia, A. P., & para la Inclusión Social, E. A. (2016). Ser, narrar, imaginar. Experiencias Arteterapéuticas en intervención con menores y aportaciones desde la mirada interdisciplinar. Arteterapia11, 221-222.
  • Bassols, M. (2006). La arteterapia, un acompañamiento en la creación y la transformación. Arteterapia. Papeles de arteterapia y educación artística para la inclusión social1, 19-25.
  • Duncan, N. (2007). Trabajar con las Emociones en Arteterapia/Art Therapy and emotions. Arteterapia2, 39-49.
  • Fernández, E. R. (2007). Aplicaciones del Arteterapia en aula como medio de prevención para el desarrollo de la autoestima y el fomento de las relaciones sociales positivas:” Me siento vivo y convivo”/” Art Therapy applications in the classroom as a preventive measure using artistic manifestations for the self esteem development and the fostering of positive social relationships:” I FEEL ALIVE AND CO LIVE”. Arteterapia2, 275-291.
  • Gardner, H. (1998). Inteligencias múltiples. Barcelona: Paidós.
  • Goleman, D. (1999). La práctica de la inteligencia emocional. Editorial Kairós.
  • Greenberg, L. (2000). Emociones: una guía interna. Ed. Descleé de Brouwer.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.