Narciso, a história de um egocêntrico incorrigível

Narciso, a história de um egocêntrico incorrigível

Última atualização: 26 maio, 2015

Em pleno apogeu do Império Grego, havia um jovem que respondia pelo nome de Narciso. Era bonito, alegre e, acima de tudo, elegante, coisa que deixava as jovens gregas loucas por ele. No entanto, um dos grandes defeitos de Narciso é que ele só sabia gostar de si mesmo. Não importava o quão belas ou ricas fossem as mulheres que se aproximavam dele, ele sempre as rejeitava. Seu ego e vaidade impediam que ele gostasse de alguém além dele mesmo.

Um claro exemplo disso foi quando Eco, uma ninfa do Monte Helicón tentou chamar a atenção do jovem Narciso com sua bela e inocente voz. De fato, antigos mitos e lendas diziam que a voz desta divindade feminina podia utilizar das mais belas e cativas palavras jamais ditas. No entanto, sobre Eco caia uma fatal maldição. Hera, com ciúmes desta ninfa, não queria que seu esposo Zeus se deslumbrasse e, por isso, amaldiçoou-a, tirando-lhe sua voz e provocando-lhe, podendo somente utilizar a última palavra da pessoa com quem estava conversando.

O amor incondicional de Eco para com Narciso

Mas como todos sabemos, o amor é um sentimento tão forte, que Eco não podia permitir a si mesma perder Narciso. Por isso, um dia, o seguiu furtivamente através dos bosques para fazer com que ele soubesse de seus profundos e verdadeiros sentimentos. Mas, é claro, isso parecia impossível devido à sua mais horrível maldição. E o que Eco fez? Serviu-se de sua sintonia com a natureza e com os animais para que estes dissessem a Narciso que Eco o amava profundamente.

Narciso não levou a declaração dessa ninfa muito a sério. Como era possível ele se apaixonar por uma moça muda? ELE, que era o mais bonito e charmoso de toda a península de Peloponeso. ELE que podia ter as jovens mais bonitas e charmosas de toda Atenas, Esparta ou Corinto. ELE, que não tinha rival sobre a terra… Definitivamente, Narciso não entendia como aquilo podia acontecer.

Uma terrível maldição cai sobre Narciso

Depois da reação sarcástica de Narciso, Eco retirou-se para as cavernas, para passar ali o resto de sua vida, triste e sofrendo pelo desamor. No entanto, antes de sua morte, a ninfa orou para Némesis, divindade da vingança e da justiça divina, que amaldiçoou Narciso para que ele se apaixonasse por seu próprio reflexo.

E como teve efeito essa maldição… Aconteceu justo quando foi, um dia, ao rio Estigia para se refrescar um pouco. Se aproximou e viu-se refletido na água, pensando: “Nossa, como sou bonito!”, “Vou me aproximar mais para vislumbrar um pouco mais de minha beleza”. Narciso se aproximou da borda, caiu na água e morreu afogado. A maldição proposta por Eco funcionou perfeitamente, e Narciso passou o resto da eternidade no submundo atormentado por sua soberba e vaidade. Com o passar os séculos, espalhou-se a história de que, neste lugar, cresceu uma flor muito particular, que se diferenciava por sua enorme beleza e pelo colorido de suas pétalas. Deu-se a ela o nome de Narciso.

Se trouxermos este relato da mitologia grega aos tempos de hoje, diríamos a todos que fugissem das pessoas vaidosas e narcisistas, pois elas trariam apenas dores de cabeça, já que são pessoas que pensam, na maioria das vezes, apenas em si mesmas. Seu ego e seu orgulho as impediria, muitas vezes, de sentir empatia pelos demais; algo do qual sofreu Eco, a protagonista dessa triste história, com a qual muitos de vocês podem se identificar.


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