Por que precisamos dormir?

Por que precisamos dormir?

Última atualização: 14 junho, 2017

Todo mundo precisa dormir. Há pessoas que precisam de, no mínimo, oito horas de sono por dia, outras se dão por satisfeitas se dormirem por quatro ou cinco horas. De uma forma ou de outra, a verdade é que não é possível viver sem dormir. É uma das necessidades básicas do ser humano, por isso, a privação do sono pode ter efeitos muito adversos para o nosso organismo, inclusive a morte.

Se passarmos alguns dias sem nenhuma hora de sono, nosso organismo será muito afetado. Além disso, dormir poucas horas tem efeitos negativos. Isso pode trazer problemas para a nossa esfera emocional, física e cognitiva. Além disso, as horas de sono que perdemos não são recuperadas; se um dia você dormiu por apenas três horas, mesmo que tire um cochilo, os efeitos da falta de sono continuarão presentes, e o próprio cochilo pode até mesmo piorá-los.

Está claro que dormir é totalmente necessário, mas… por quê? O que acontece com o nosso cérebro enquanto dormimos? O que aconteceria se deixássemos de dormir? A ciência tratou de responder todas essas perguntas tentando replicar as condições de sono natural em diferentes laboratórios. Embora ainda haja muito para descobrir, os dados seguintes são algumas descobertas feitas na área.

O que acontece com o nosso cérebro quando dormimos?

Antes de conduzir estudos que esclarecessem o que acontece enquanto dormimos, costumava-se acreditar que nessas horas de descanso nosso cérebro se “desconectava”, dando lugar a uma espécie de descanso em que a atividade neuronal praticamente parava. No entanto, foi demonstrado que não é assim, que algumas partes do nosso cérebro continuam estando muito ativas durante a noite.

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A atividade cerebral vai mudando durante as diferentes fases do sono. A fase REM é a que se detecta mais atividade. Atividade essa que é registrada através da observação das ondas cerebrais, observando um padrão com paralelismos às oscilações que detectamos quando analisamos a atividade cerebral de uma pessoa acordada. Por outro lado, na fase de sono lento, foi detectada a ativação simultânea de grupos neuronais a cada quatro segundos, por isso o cérebro também continua ativo.

Recentemente foi descoberto que uma das funções mais importantes do sono é reforçar a aprendizagem. A informação que aprendemos durante o dia é processada enquanto dormimos. Toda informação desnecessária e considerada irrelevante é eliminada e toda informação importante é potencializada, reforçada e classificada.

Efeitos da privação do sono

São poucas as pessoas que nunca sofreram com a insônia, seja de forma pontual ou mais habitual. Quando não conseguimos dormir durante a noite, no dia seguinte apresentamos uma grande quantidade de sintomas, tanto em relação ao humor quanto à parte física, que transformam o dia em um exercício constante de sobrevivência. Os principais problemas são:

  • Irritabilidade.
  • Fadiga.
  • Falta de concentração.
  • Mau humor.
  • Dor de cabeça.
  • Falhas de memória.

Estes e alguns outros podem ser os efeitos colaterais de uma noite em que não conseguimos dormir. Mas quanto tempo será que podemos passar sem dormir? Quando é que a falta de sono pode ser perigosa? O recorde pertence a Randy Gardner, que se submeteu voluntariamente a um experimento em que a única coisa que tinha que fazer era se manter acordado. O experimento durou 264 horas, ou seja, 11 dias.

Logo nas primeiras horas ele já começou a ficar mau humorado e com problemas de concentração. Por volta do 4º dia do experimento, surgiram as primeiras alucinações visuais, chegou até mesmo a acreditar que era um jogador de futebol famoso, embora não tenha tido efeitos adversos após o término do experimento. Segundo os dados recolhidos de pesquisas com ratos e seres humanos com insônia familiar fatal, o limite estaria entre 3 e 4 semanas sem dormir.

Insônia familiar fatal

Trata-se de uma doença genética autossômica dominante e potencialmente perigosa. Nesta doença, que é hereditária, devido a uma mutação no cromossomo 20, a produção e a acumulação cerebral de um determinado príon é excessiva. Esta acumulação anormal produz uma degeneração cerebral que afeta principalmente o tálamo.

A degeneração cerebral ocasionada pela patologia produz insônia persistente, perda da memória, dificuldade de movimentação, mioclonia, perda de peso e outros sintomas. Esta impossibilidade de dormir pode ser estendida por dias ou semanas. Estes pacientes passam por longos períodos de vigília antes de entrar em coma.

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A doença vai se agravando até que a pessoa entra em coma. A degeneração do tálamo faz com que o paciente esteja sempre em alerta e em vigília, fazendo com que qualquer tratamento típico para insônia seja completamente inútil para ele. Trata-se de uma doença rara, e por enquanto não existe cura.

A importância de dormir bem

Os especialistas recomendam dormir diariamente entre sete e oito horas, apesar de que a quantidade de horas dormidas possa variar segundo a idade ou o estado de saúde de cada um. Por exemplo, as crianças pequenas precisam dormir muito mais horas, já que é um momento crucial para seu desenvolvimento cognitivo e para reter novos aprendizados. As mulheres grávidas também precisam aumentar as horas de sono.

Dormir não é apenas importante, o sono pode ser reparador. Para isso, é importante que o REM e a fase 4 do sono sejam adequados. Foi descoberto que durante a fase 4, o metabolismo e o fluxo sanguíneo do cérebro são reduzidos em 75% em relação à vigília. Sabe-se que a finalidade é eliminar os radicais livres que podem danificar o cérebro.

Ao sono lento são atribuídas funções como a conservação da energia, reparação corporal e neurológica e proteção. Por outro lado, o sono REM é responsável pela consolidação da memória. Como se pode ver, são várias as suas funções e todas elas são de vital importância, por isso, dormir bem pode não só nos fazer sentir melhor, como também é uma necessidade que aguça o nosso relógio biológico.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.