Como saber quando confiar na intuição?

Você sabe quando deve dar atenção à sua intuição? Existe uma região do cérebro que se encarrega desses palpites, e ela é muito poderosa. Saiba mais detalhes a seguir.
Como saber quando confiar na intuição?
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 16 fevereiro, 2022

O ritmo intenso da vida cotidiana pode dificultar a busca por qualquer tipo de evolução espiritual. Quando planejamos tudo que vamos fazer durante o dia e nos colocamos em um rumo definido, é difícil saber se devemos confiar na intuição quando ela tenta falar conosco.

Para Platão, a intuição era a função mais alta da inteligência, uma forma de obter conhecimento que não é conseguido com a observação, com a experiência, com a inferência ou com a razão. No entanto, o que exatamente é a intuição e como podemos saber quando confiar nela? A Real Academia Española (RAE) define o termo intuição como “a habilidade de conhecer, compreender ou perceber algo de maneira clara e imediata, sem a intervenção da razão”.

Talvez a melhor maneira de começar a trabalhar a nossa intuição seja fazendo-nos duas perguntas: Eu sou feliz? Eu me sinto satisfeito? Estas são apenas duas das intermináveis perguntas que a intuição pode nos ajudar a investigar, para depois fazer as mudanças necessárias e responder com um claro e sincero “sim” para ambas.

O primeiro estudo psicológico da intuição remonta ao psiquiatra suíço Carl Jung, que propôs a dimensão da intuição na personalidade. Ele argumentou que as pessoas que contam com este recurso são mais propensas a deixar que seus próprios pensamentos dominem a sua experiência, em vez de adotar um enfoque “de baixo para cima” da vida, no qual os dados impulsionam as suas decisões. Assim, deixam que seus próprios pensamentos e sentimentos assumam o controle, por meio de um enfoque mais “de cima para baixo”.

“Uma mulher sabe, por intuição ou instinto, o que é melhor para ela”.
-Marilyn Monroe-

O poder da intuição

Onde a intuição vive em nosso cérebro?

Conforme especialistas da Universidade de Iowa especificaram em um estudo, o chamado “eixo da intuição” do cérebro é o córtex pré-frontal, ou de maneira técnica, o chamado vmPFC. São muitas as representações culturais que expressaram, de maneira certeira, onde se situa a intuição.

Por exemplo, nos quadrinhos de filmes do X-Men, como o Professor X convocava seus poderes psíquicos? Ele colocava seus dedos sobre suas têmporas e fechava os olhos. Depois, a partir do centro da sua testa, as ondas de energia brilhavam em todas as direções. Esse eixo de intuição está exatamente ali, no centro da testa.

O estudo menciona que ser altamente inteligente é a chave do sucesso. No entanto, em muitos momentos esta premissa não é cumprida, pois mesmo pessoas com um quociente intelectual muito alto ou com algum dano em seu eixo intuitivo também costumam experimentar problemas ou bloqueios na tomada de decisões.

Descartar a intuição como um instrumento útil, especialmente quando a quantidade de informação é tão grande que é impossível processá-la de maneira analítica e consciente, é renunciar à melhor ferramenta com a qual contamos para estas situações. Sem ela, parece que nos tornamos mais crédulos, sendo mais vulneráveis à publicidade e mostrando uma maior dificuldade para aprender com os erros, conforme argumentam os autores do estudo.

“Nunca se desculpe por confiar na sua intuição: seu cérebro pode fazer truques, seu coração pode ficar cego, mas seu instinto sempre tem a razão”.
-Anônimo-

A meditação como o caminho para entender quando confiar na intuição

Entender quando devemos confiar na nossa intuição definitivamente exige prática, comprometimento e dedicação, assim como a construção de qualquer outro hábito. No entanto, o processo é mais fácil do que imaginamos, além de ser muito gratificante, pois a intuição é uma espécie de conjectura emocional ou pressentimento que podemos “afiar” com a ajuda de algumas técnicas simples.

Para Allan Wallace, budista tibetano autor do livro Ciência Contemplativa, podemos desenvolver a nossa intuição apoiando-nos na meditação, uma técnica primordial que nos ajuda a nos concentrarmos e a acalmar a mente, ao mesmo tempo em que eliminamos a “poluição”, ou os pensamentos residuais que dificultam a capacidade intuitiva original.

Mulher meditando

Qual é o papel da meditação?

A meditação não é mais do que um treinamento para a mente que nos oferece uma maior liberdade emocional, conectando-nos com o entorno e abrindo-nos para a própria experiência. Uma técnica que permite relaxar para entrar em um estado de maior clareza mental e, como consequência, nos torna mais resolutos.

Em outro estudo, os neuropsicólogos da Wake Forest University chegaram à conclusão de que os  participantes do estudo praticantes de meditação aumentaram de forma significativa a sua atividade cerebral, ou, tecnicamente falando, a interconectividade do córtex pré-frontal, a região do cérebro responsável pelo controle do comportamento e a tomada de decisões. O que isso significa para aqueles que querem tomar decisões com precisão?

Estes resultados mostraram como a meditação nos vincula diretamente à nossa ultrapotente, embora esquiva, sensação de conhecimento interno, e permite magnificá-lo para viver uma vida com as finanças mais organizadas, relações de qualidade, situação profissional e saúde em dia. Assim, se os praticantes de meditação costumam alcançar o sucesso em tudo que fazem, nós também podemos fazer isso.

“A intuição é uma coisa muito poderosa, mais poderosa do que o intelecto, na minha opinião”.
-Steve Jobs-


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  • Pilard N. C. G. Jung and intuition: from the mindscape of the paranormal to the heart of psychology. J Anal Psychol. 2018 Feb;63(1):65-84. doi: 10.1111/1468-5922.12380. PMID: 29314029.

  • International Journal of Clinical and Health Psychology: Prediction of breast cancer screening behavior among older women of Mexican descent: Applicability of theoretical models.


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