Terapia assistida por animais para idosos com Alzheimer

Terapia assistida por animais para idosos com Alzheimer
María Prieto

Escrito e verificado por a psicóloga María Prieto.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A terapia assistida por animais é uma intervenção na qual um animal é incorporado como parte do processo terapêutico para promover uma melhora nas funções físicas, psicossociais e cognitivas dos pacientes.

Segundo alguns estudos, a terapia assistida por animais é um dos tratamentos não farmacológicos mais benéficos para as pessoas que sofrem de Alzheimer. Devido a sua alta efetividade, ela é utilizada em conjunto com outras atividades de estimulação cognitiva que são desenvolvidas diariamente nas instituições. Entre elas, temos a musicoterapia, a arte e o exercício físico.

Além disso, devemos ter em mente que o contato controlado entre uma pessoa com Alzheimer e um animal é muito benéfico a nível cognitivo, social, emocional e de autonomia. Na verdade, ao ser a memória afetiva a última a desaparecer em uma pessoa com Alzheimer, é possível a criação de um vínculo emocional positivo para ambos. Vejamos mais a seguir.

Eficácia da terapia assistida por animais no tratamento do Alzheimer

São muitos os estudos que confirmam os benefícios da terapia assistida por animais para pessoas idosas com Alzheimer ou outras doenças degenerativas. O principal objetivo desse tipo de tratamento não farmacológico é melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Isso é alcançado incidindo em quatro áreas fundamentais da vida humana: física, cognitiva, emocional e social.

Os animais podem se converter no melhor remédio para os pacientes. Seu humor melhora de forma notável com o simples contato diário com um bicho de estimação.

Terapia assistida por animais para idosos com Alzheimer

O uso desse tipo de terapia é uma das opções mais procuradas tanto por instituições públicas quanto privadas. Isso se deve ao fato de que proporciona benefícios de forma imediata para os pacientes. Especialmente se estamos falando dos estágios iniciais desse tipo de demência tão comum.

Os animais mais comuns nesse tipo de terapia são os cachorros, mas também podemos usar gatos e até cavalos, ainda que estes sejam usados em menores proporções. A princípio, qualquer raça canina será ótima para esse tipo de trabalho terapêutico.

O único requisito é que o animal tenha sido devidamente adestrado. Por isso, geralmente, o trabalho é feito com raças como labrador ou golden retriever, o yorkshire terrier ou o pastor alemão.

A seleção dos animais utilizados na terapia assistida por animais deve ser muito rigorosa. Dessa forma, devem cumprir os critérios de controle, adaptabilidade, previsibilidade e confiabilidade. Além disso, devem também inspirar confiança em toda a equipe terapêutica.

Benefícios da terapia assistida por animais para pessoas com Alzheimer

1- Melhora de habilidades

Os animais de estimação ajudam as pessoas que sofrem de Alzheimer a melhorar aspectos como a motricidade e o equilíbrio. Atividades como passear com o animal, penteá-lo, dar comida e interagir com ele de qualquer forma facilitam a capacidade motora e a sensorial. Dessa forma, os terapeutas podem usar esses animais para ajudar os pacientes a desenvolver a autonomia.

Além disso, um animal de estimação serve de apoio e é um incentivo novo, que estimula a comunicação, desperta o interesse e chama atenção, favorecendo dessa forma a concentração, por exemplo.

2- Melhor qualidade de vida

A relação com os animais proporciona aos pacientes uma melhora na qualidade de vida. Além disso, também ajuda a melhorar a atenção e a capacidade de comunicação.

Os bichos de estimação utilizados na terapia assistida por animais são adestrados previamente de maneira específica para interagir com os idosos. Por isso, apenas sua presença e companhia já trazem um maior bem-estar e felicidade. Eles trazem serenidade e também ajudam a criar um senso de responsabilidade, já que ter animais em casa exige o desempenho de determinadas tarefas, de forma que os idosos se sentem mais úteis.

3- Fortalecimento da memória

Como esse tipo de terapia também é possível fazer com que as pessoas que sofrem de Alzheimer não se esqueçam das atividades básicas da vida diária, como pentear-se ou dobrar as roupas. Isso se deve ao fato de que eles se tornam responsáveis pela vida de outro ser vivo. Desse modo, a maioria deles associa as responsabilidades que possuem para com os animais com alguma responsabilidade que possuem em relação a si mesmos.

Terapia assistida por animais para idosos com Alzheimer

4- Melhora do humor

Esse tipo de terapia também é usada para diminuir a agitação e a agressividade em pessoas com demência. Um animal constitui um forte estímulo motivador nas mãos de um profissional. Dessa forma, gera emoções positivas e facilita e melhora as relações pessoais e a comunicação dentro de um grupo.

Por outro lado, a atenção que um animal requer pode favorecer a prática de atividades físicas, cognitivas e sociais, além de fortalecer a autoestima e melhorar o bem-estar geral.

Conclusões

Os resultados alcançados com a terapia assistida por animais são uma novidade bastante interessante para os pesquisadores que se dedicam a entender a doença de Alzheimer. Um bichinho de estimação pode mudar a vida de uma pessoa com demência. Isso se deve ao fato de que ele pode oferecer uma motivação para se manter ocupado, favorecer a atividade física e manter um equilíbrio emocional.

Hoje em dia, ainda não temos uma cura para as demências. No entanto, as terapias buscam pelo menos diminuir o impacto desse tipo de doença na vida dos idosos. Desse modo, buscar-se frear o progresso da deterioração cognitiva e atrasar a aparição das complicações no dia a dia. A terapia assistida por animais pode servir para controlar os transtornos de comportamento e abordar os problemas específicos de saúde que se apresentam nesses casos.

“Até que tenhamos a oportunidade de amar um animal, uma parte da nossa alma permanecerá esquecida”.
-Anatole France-


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.