Viajar descarrega nossas mochilas de preconceitos

Viajar descarrega nossas mochilas de preconceitos

Última atualização: 05 maio, 2017

Certamente alguma vez você experimentou essa sensação tão agradável e de reconciliação com a vida que se sente ao viajar. É que quando você viaja, abre a mente, torna-se mais tolerante, é capaz de entender seus preconceitos e dá uma margem para desfazê-los lentamente, com o transcorrer de suas novas experiências.

Viajar é a maneira mais autêntica de conhecer o mundo, mas também de conhecer a fundo (e sem vendas que tapem nossos olhos) o preconceito que carregamos em nossas costas. Acreditamos, de maneira automática, que nossa maneira de entender  a vida, de viver o dia a dia, é a correta. E quando viajamos, descobrimos que os demais são “estranhos”, e o quão “estranhos” nós podemos ser.

“Que costumes tão estranhos têm esses “estrangeiros! Por que fazem isso? Estão fazendo errado…” São frases que, certamente, você já escutou mais de uma vez ao seu redor, ou talvez sejam frases pronunciadas por você mesmo.

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O maior preconceito: “o meu é correto, o seu incorreto”

Há um tipo de inclinação ao interpretarmos esta informação olhando do lado de fora. O nosso, o que nos é familiar, o que estamos acostumados a ver e a fazer é “o normal”. O que não faz parte de nossos costumes é esquisito, estranho. É como se houvesse uma linha de fronteira entre o certo e o errado. Entre a verdadeira maneira de fazer e entender as coisas e a maneira estranha e sem sentido algum de fazer.

Para entender melhor, vamos olhar um exemplo. Se você é uma pessoa tranquila e serena, pense em como se sentiu em algum momento de raiva em que perdeu sua capacidade de autocontrole. Seguramente, você teve uma sensação estranha em seu próprio ser e uma certa falta de jeito: as pessoas que ficam poucas vezes com raiva, por falta de prática, geralmente não sabem ter raiva.

Pois bem, ainda que o familiar para nós seja esse estado de “tranquilidade e serenidade”, a explosão, a raiva e a fúria fazem parte de nós. Nossas diferentes nuances moldam tudo que nos conforma. Não podemos negar partes de nós mesmos que são essenciais apenas porque não sejam as que estamos acostumados a manifestar.

Nossa cultura nos molda, mas não nos define

Viajar faz com que aconteça algo semelhante. Não podemos tentar entender o nosso meio como unicamente um produto do sentido comum, e o meio dos outros como uma catástrofe sem sentido. A herança cultural, a paisagem o meio social criam as pessoas e seus costumes.

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Nosso entorno nos molda desde que somos pequenos. São as experiências, como nos relacionamos com pessoas diferentes de nós. Quando saímos de nosso entorno habitual, viajamos e experimentamos rotinas diferentes, isso vai flexibilizando o molde imposto pela genética. À medida que somos capazes de olhar o exterior com olhos de curiosidade e não de preconceito, estamos dando um grande passo no caminho da tolerância.

Acreditar que nossa maneira de entender a vida seja a única correta e com sentido é uma forma de pensar muito limitada e que está longe de nos enriquecer, e que vai inclusive nos tornar mais pobres. Uma pobreza de alma. Temos que pensar que a verdadeira riqueza vem das lições que aprendemos dia após dia que vivemos. Lições que nos tornam mais abertos e tolerantes.

Olhe a vida com curiosidade, e não com preconceito

Se pudéssemos parar de olhar para o nosso umbigo e olhar além dele, passar a olhar com generosidade e curiosidade saudável. Um olhar que se parece com uma grande passagem para outras almas, outras mentes, outras formas de vida. Desfaço-me do preconceito para viajar e olhar você, desconhecido, com os braços abertos, com a alma disposta a aprender.

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Você filtrará as experiências, terá tempo para seguir construindo-se como pessoa, com aquilo que quer e aquilo que não quer em sua vida. Mas, se você se relaciona com o mundo com os olhos fechados, não poderá ver nada, apenas escuridão, e a escuridão, às vezes, enterra. Se você abre os olhos, verá a luz. A luz da abertura da vida… a luz da tolerância.


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