As pontes de Madison

As pontes de Madison

Última atualização: 04 julho, 2015

Os velhos sonhos eram bons. Não foram cumpridos, mas me alegro de tê-los tido.

– Não quero precisar de você. 

– Por que?

– Porque não posso tê-lo.

Francesca Johnson leva uma vida tranquila em uma propriedade rural com seu marido e seus filhos. Após a ida de sua família a uma feira, Francesca fica só em casa. Um dia recebe a inesperada visita de Robert Kincaid, um fotógrafo da National Geographic, que está visitando o condado de Madison, Iowa, por motivos profissionais, já que deve fotografar as velhas pontes do lugar.

O amor e a adimiração mútua não demoram a despertar a paixão escondida em seus corações.

A obra de Clint Eastwood (“O Cavaleiro Solitário”, “Caçador Branco, Coração Negro”) surpreendeu a todos. O ator e diretor nascido em São Francisco tinha acostumado a proporcionar ao público toneladas de bons filmes de ação; seja como intérprete, como na “Trilogia dos dólares”; como ator principal, em “Por um Punhado de Dólares”, “Por uns Dólares a mais” e “O Bom, o Mal e o Feio”; ou com títulos magistrais dirigidos, como “O Estranho sem Nome”, “Bird” e “Os Imperdoáveis”. Mas, em 1995, Eastwood decidiu mudar de gênero.

Trocou o revolver por um buquê de flores e um extraordinário sorriso e, com Meryl Streep, encantou a todos.

A conjuntura na qual se passa o filme é muito interessante, já que está, e sempre estará, na atualidade; a protagonista é uma mulher casada, boa esposa e mãe carinhosa, mas leva uma vida monótona.

Um dia, conhece um homem atraente e interessante ao mesmo tempo, então surge a dúvida: vale a pena trair a confiança de seu marido por um episódio isolado de sonho?

Todos nós tivemos, ao longo de nossas vidas, situações nas quais nossa força de vontade foi colocada a prova. É inevitável que, às vezes, nos sintamos atraídos por outras pessoas, seja por sua personalidade, por seu físico, etc. Se, como no caso da protagonista, levarmos uma vida entediante, sem cor, nossa capacidade de refletir nosso cansaço em alguém é mais provável.

Pode ser que vejamos em outro homem ou em outra mulher tudo o que nós desejamos ser ou ter. A principal causa disso é a insegurança e o tédio.

É claro que existe outro fator: a “outra pessoa”, a segunda metade do nosso relacionamento. Se nos sentirmos abandonados e menosprezados, o mais normal é que, cedo ou tarde, busquemos fora do relacionamento aquilo que todos nós queremos: reconhecimento.

Por outro lado, se nossa esposa ou namorada, ou nosso marido ou namorado, nos correspondem como queremos e como acreditamos merecer, buscar o que não temos em outras pessoas não passa de puro egoísmo. Trata-se de um fato que parte da nossa capacidade inata de não estar de acordo com tudo aquilo que nos rodeia, por melhor que seja.

Somos más pessoas se sucumbirmos perante as faces do engano? Não necessariamente. Todos nós cometemos erros de todos os tipos. O que, sim, é preocupante é a reincidência neste tipo de ações. Se repetirmos atos de engano e traição, só quer dizer uma coisa: somos mentirosos e traidores.

Além disso, não gostaríamos que nosso parceiro fosse infiel, então por que deveríamos cometer atos que odiaríamos se fossem feitos conosco? Bom, porque pode ser que sejamos um bando de hipócritas na sociedade de hoje.


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