Confiança: por que confiamos uns nos outros?

Confiança: por que confiamos uns nos outros?

Última atualização: 24 agosto, 2016

A confiança é muito importante quando se trata de amor, dinheiro ou qualquer outro setor de nossas vidas diárias. Confiar é assumir riscos. Um estudo recente explica o que motiva as pessoas a confiarem nos outros.

Esse estudo, conduzido por uma equipe de pesquisadores do Dartmouth College em Hanover (EUA), foi publicado pelo Journal of Neuroscience.

A confiança nos relacionamentos humanos

A colaboração é essencial para a vida humana. Promover as relações interpessoais é intrinsecamente gratificante. É também essencial para satisfazer a necessidade social básica de pertencer a um determinado grupo e para promover a saúde física e mental.

Um aspecto chave da colaboração é a confiança, que implica assumir um risco mútuo sobre outra pessoa.

A confiança envolve riscos

A decisão de participar de interações colaborativas exige um risco contínuo considerável, mas fornece a base para a construção e manutenção dos relacionamentos.

Os pesquisadores do Dartmouth College queriam conhecer os mecanismos subjacentes a este processo. Para fazer isso, eles testaram um modelo computacional de valor social para fazer previsões sobre a tomada de decisões colaborativas.

 

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O papel do valor social na tomada de decisões

Este estudo envolveu 26 pessoas que participaram de um jogo de reiteração da confiança.

Os participantes acreditavam que estavam participando de um jogo baseado em investimento econômico, às vezes com um amigo próximo, outras com um estranho e outra com uma máquina caça-níqueis. Mas, na realidade, eles estavam sempre brincando com um algoritmo simples que oferecia confiança mútua em 50% dos casos.

Os pesquisadores desenvolveram um modelo computacional que previa a decisão de cada jogador em cada rodada com base em suas experiências anteriores no jogo.

Os resultados mostraram que os participantes encontraram interações positivas mais gratificantes com um amigo próximo do que com a interação com uma máquina ou até mesmo com um desconhecido.

Os pesquisadores também observaram que o modelo de valor social ajudava a prever com mais facilidade as decisões de investimento do que os modelos que só consideravam os resultados financeiros.

Esse comportamento foi previsto pelo modelo computacional que afirmava que as pessoas se sentiam mais gratificadas nas decisões de colaboração condicionais, de acordo com a proximidade do relacionamento.

Este sinal de valor social foi associado a um aumento da atividade no corpo estriado ventral e no córtex pré-frontal medial, que foram capazes de prever significativamente os parâmetros de recompensa do modelo computacional de valor social.

 

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Confiança e recompensa

A neuroimagem mostrou que os sinais cerebrais específicos observados no corpo estriado ventral e no córtex pré-frontal medial estavam relacionados aos sinais de valores sociais quando os participantes tomaram suas decisões.

O corpo estriado ventral é uma via essencial no processamento da recompensa, enquanto o córtex pré-frontal medial está associado à representação do estado mental da pessoa.

Juntas, essas regiões fornecem evidências adicionais de que os jogadores recebem um sinal de maior recompensa social quando eles percebem que estão jogando com seu amigo.

Isto ocorre mesmo que os participantes saibam que cada jogador executa um movimento alternativo em 50% do tempo. No entanto , como os jogadores recebem este sinal de recompensa adicional, eles acabam confiando mais no seu amigo do que nos outros jogadores.

“Esses resultados mostram a importância das relações sociais na forma como tomamos decisões todos os dias e, especificamente, como os relacionamentos podem mudar o nosso valor percebido associado com uma determinada resolução“, disse o coautor do estudo, Luke Changel.

Portanto, segundo os pesquisadores, foi demonstrado que o cálculo do valor social impulsiona o comportamento cooperativo nas interações repetidas.


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